OPINIÃO

De volta ao passado

Taís Braga
postado em 18/03/2021 06:00

É praticamente impossível não falar sobre a pandemia, apesar de concordar com todos aqueles que ressaltam a importância de se buscar viver com o mínimo de “normalidade” diante de tantas mudanças que nos foram impostas. Desde as rotinas de trabalho, estudos e deslocamentos a compras, hábitos e relacionamentos pessoais. Tudo está diferente e, certamente, muitos aspectos permanecerão após vencermos o vírus. Sim, eu acredito que iremos vencê-lo.

Mas, enquanto precisamos atravessar este período de combate, não custa nos lembrarmos de que vivemos em comunidade, que precisamos uns dos outros para tocar a vida. E, quanto a esse aspecto, nada mudou. As ações do indivíduo refletem no próximo, no vizinho e na coletividade. Para o bem ou para o mal. Portanto, é preciso, mais do que nunca, de educação, de empatia, de solidariedade. Comportamentos do bem em formatos diferentes.

Se antes era simpático apertar as mãos, abraçar ou cumprimentar com beijinhos na face, hoje o educado é manter a distância. Todos sabem, mas não custa reafirmar. Funciona como aquela conhecida recomendação de mãe: “não esqueça o agasalho!”. Ao aceitar o cargo de ministro da Saúde nesta semana, o cardiologista Marcelo Queiroga lembrou de procedimentos simples, como o uso da máscara e a limpeza das mãos, como forma de evitar o contágio do vírus.

Parece óbvio, mas não é o que se vê nas ruas, nos comércios essenciais, no transporte público e até nos parques. As pessoas simplesmente esquecem-se de que estão em ambientes compartilhados e comportam-se como se fossem únicos seres no mundo, com máscaras sob o queixo ou abaixo do nariz. Após um ano, não incorporaram hábitos de autoproteção, sequer atitudes de empatia para com o outro. E por que precisamos voltar a falar sobre o assunto? Porque precisamos sobreviver.

Muito se discute, atualmente, sobre lockdown e direito ao trabalho. Se, por um lado, a condução de ações no combate à pandemia — principalmente a vacinação — cabe aos governantes, é imprescindível a participação dos cidadãos nesse esforço de evitar que a crise na saúde seja ainda mais letal, com o fim de empregos e fechamento de empresas. Respeitar as regras de segurança sanitária é um grande passo para o funcionamento de pequenos comércios, por exemplo.

O cidadão não pode ultrapassar o limite do distanciamento, da mesma forma que o comerciante não deve permitir clientes sem máscaras ou um número grande de consumidores no local. Dessa forma, muitos poderiam funcionar – como o fazem os mercados, padarias e farmácias. Serviços como barbearia, cabeleireiros, que, sabemos, funcionam a portas fechadas, poderiam atender com horários espaçados, com um ou dois clientes por vez, a depender do espaço.

Certo é que, passado mais de um ano, continuamos a aprender como conduzir a rotina para o mais próximo do que era antes, mas é inegável que, sem cuidarmos, uns dos outros, não seguirmos as regras da boa educação e adotarmos corretamente as medidas preventivas, sofreremos muito mais.

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