Há um ano, em 11 de março de 2020, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou pandemia mundial pelo novo coronavírus, moradores de todo o planeta foram surpreendidos pela gravidade da doença que, à época, tinha registro em 118 países. De lá para cá, o que mudou? Com mais de 117 milhões de casos de covid-19 e acima de 2,6 milhões de mortes no mundo, a boa notícia está nas vacinas. Hoje, se é que se pode falar em “vantagem”, médicos, cientistas, conhecem muito sobre o vírus e conseguem combater o Sars-Cov-2 com mais chances de sucesso, apesar das novas variantes.
No início da pandemia, o que vimos foram informações pouco seguras sobre como se proteger e evitar a infecção. No entanto, graças ao trabalho incansável de especialistas e pesquisadores, descobrimos que medidas simples como o uso de máscara, a limpeza das mãos com água e sabão ou álcool em gel e o distanciamento social conseguem dificultar a infecção e, em muitos casos, evitá-la.
De posse dessa informação, governos estabeleceram regras de convivência e funcionamento das sociedades, e o que se viu, em grande parte do mundo, foi um movimento solidário na tentativa de amenizar o rigor das distâncias, da falta do toque, da rotina, dos encontros. Pessoas cantavam nas janelas para alegrar os vizinhos, estabeleciam revezamentos para poupar os mais vulneráveis de se exporem nas ruas, organizavam grupos para arrecadar e distribuir doações. Naquele momento, era impossível imaginar que a pandemia durasse tanto tempo...
Passados 365 dias, notamos uma diferença de comportamento. Talvez, cansadas de viver uma nova vida não escolhida, muitas pessoas se recolheram, tristes com as partidas de familiares, amigos, conhecidos. Ou preocupadas e tensas diante de uma realidade de incertezas, de uma espera por solução, esquecem-se de que é no pior momento que precisamos estar mais juntos no sentido de sermos mais altruístas. Há uma frase que diz algo semelhante: “espero que me ame quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso”.
É possível que nós estejamos enfrentando essa sensação. Não podemos deixar de ser solidários com nossos iguais, desrespeitando aquelas regras básicas, voltando a aglomerar, a fazer festas, a ter atitudes individualistas sem lembrar que, ao evitar a infecção do outro, estamos nos protegendo e aos nossos. Se cada um tiver cuidado, será possível encontrar formas de contornar o sofrimento, as perdas emocionais, o desassossego. Vamos evitar uma epidemia de egoísmo e esperar mais um pouco. Com responsabilidade e paciência. As vacinas estão chegando. Podemos nos alegrar pelos que já as receberam, que também nos protegem. É um bom sentimento. Experimente!
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