No milenar e conhecido jogo de xadrez, que simula uma guerra no tabuleiro, antecipar ao máximo os possíveis movimentos do inimigo é fundamental para chegar à vitória. Mas não foi o que ocorreu no Brasil na guerra real à covid-19. Ao contrário, governantes minimizaram a dimensão que poderia alcançar a pandemia, não tomaram as medidas preventivas que deveriam e até descartaram parte do que chegaram a fazer, como a desmontagem precoce de hospitais de campanha, alguns sem nem mesmo terem sido usados, e que estão fazendo falta para milhares de pacientes em filas de espera por um leito de atendimento.
Em contragolpe, o novo coronavírus, valendo-se do descuido da população e de mutações que o tornaram mais transmissível e, pelo que indicam estudos, mais letal, avança forte nesta segunda onda. E vai vencendo o jogo de lavada, com sucessivos recordes de casos e de mortes, que tornaram o país o cenário em que a enfermidade é a mais devastadora no mundo.
Tudo isso posto, mesmo passado já um ano da chegada da doença e de termos superado a marca dos 300 mil óbitos, não deixa de ser positiva a instalação pelo governo federal, em parceria com outros poderes, do comitê nacional de combate à crise sanitária, coordenado pelo presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
O que se espera agora é que o comitê e o novo ministro da Saúde, o médico Marcelo Queiroga, articulem ações com estados e municípios, sempre sob orientação da ciência e dos infectologistas (sem apelação a tratamentos precoces com remédios ineficazes e perigosos), para antecipar as ações de combate à pandemia, num esforço conjunto para virar o jogo.
Entre as providências mais urgentes estão: adotar e apoiar medidas para reduzir a circulação de pessoas (e, consequentemente, do vírus); aumentar a capacidade de atendimento da sufocada rede hospitalar; garantir oxigênio, medicamentos para intubação e outros insumos, cuja carência vem sendo alertada pelos profissionais da linha de frente; e, principalmente, acelerar a produção, compra, distribuição e aplicação da maior quantidade de vacinas possível.
Até porque, como reconhece o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, a crise econômica, outro flagelo gerado pela pandemia, também só será superada — permitindo ao país voltar a crescer, minimizando os tristes reflexos da pobreza impostos aos mais desvalidos — quando houver a vacinação em massa da população.
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Artista multifacetada
Quem faz arte em Brasília tem algo em comum, uma característica básica: a polivalência. Por conta das circunstâncias, além da criação, se multiplica como produtor, gestor e divulgador do que realiza. Isso tem ocorrido com uma frequência maior na área da música. Raro é o cantor, compositor e instrumentista que não se atribui todas essas funções. Para tanto, usa com habilidade ferramentas que a modernidade lhe oferece, ou seja, a utilização de mecanismos intrínsecos à internet.
Recentemente, pode-se perceber atuação como a descrita, da parte de Renata Jambeiro. Cantora, compositora e atriz, ela produziu com êxito a segunda edição do Afrodisia. O festival mobilizou artistas, escritoras, médicas e talentos de outras áreas do Distrito Federal e do país, reconhecidas por seu desempenho em setores distintos. Elas participaram de extensa programação, que incluiu shows, bate-papos, debates, troca de experiências, com transmissão pela plataforma da anfitriã no YouTube.
O que Jambeiro buscou com o Afrodisia foi exaltar as mulheres de maneira lúdica durante a pandemia da covid-19, que determinou a interrupção das agendas dessas profissionais. Fez parte também da proposta do festival enaltecer a igualdade de gêneros, uma vez que as participantes tiveram oportunidade de discorrer sobre pautas relevantes, protagonizando sua própria história. No evento, em parceria com a Ritmiza Produções, a cantora utilizou os benefícios da lei de incentivo emergencial da cultura, Aldir Blanc.
Renata Jambeiro, com formação em artes cênicas pela UnB, ligada à religião das matrizes africanas, contabiliza 21 anos de trajetória artística e tem quatro CDs e dois DVDs lançados. Pelo Fogaréu (segundo álbum), foi finalista do Prêmio da Música Brasileira em 2017. Com presença frequente nos palcos da cidade, já esteve radicada no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde fez várias apresentações. Ela já levou seu canto brasileiríssimo à Europa (Alemanha e França) e à África (Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe); e é parte do corpo docente do Instituto PMalunga (ligada à Unicef), que promove oficinas de arte para jovens. Como se observa, uma autêntica multiartista e cidadã.
>> Sr. Redator
Entrevista
Parabéns ao Correio pela excelente entrevista com o general Paulo Sérgio, que comanda o Departamento-Geral de Pessoal do Exército. Constata-se que os militares seguiram à risca as orientações da Organização Mundial da Saúde e das autoridades sanitárias para o enfrentamento da covid-19, desde o primeiro momento do anúncio da pandemia. Uma demonstração inegável de preocupação com a vida da tropa, de racionalidade e de respeito à ciência. Com um índice de mortalidade pelo vírus de 0,13% contra 2,5% entre os civis, o dado é mais uma prova da incapacidade do então ministro Eduardo Pazuello, que, diante do Ministério da Saúde, trocou a patente de general pela de ajudante de ordem, cumprindo fielmente as ordens do negacionista e insano capitão que, em todos os momentos, foi o maior vetor e aliado da morte. A entrevista revela também que o Exército, fiador do mandato do ocupante do Palácio do Planalto, com enorme número de integrantes dentro do governo, ficou de costas para a população brasileira, pois deixou que a política de saúde para o restante da população fosse predadora da vida de mais de 310 mil brasileiros até agora. A força ficou na plateia assistindo à cena política dizimadora de almas. O general Paulo Sérgio revela que os militares preveem que o Brasil enfrentará a terceira onda da covid-19. É a tragédia em expansão. As redes hospitalares pública e privada estão em colapso, o que significa que a possibilidade de superar a marca de mais de 500 mil mortes sinaliza para um horizonte ainda mais tenebroso para o Brasil, hoje, não mais “pátria amada”.
» Wilson Cosme,
Asa Sul
» Sobre a manchete de ontem (sábado) do Correio, acho que o general Paulo Sérgio está comparando coisas diferentes. 2,5% no Brasil é a taxa de mortalidade entre os casos de covid-19, enquanto 0,13% no Exército deve ser a taxa de mortos pela doença em toda a corporação. Esse general parece ser tão bom de estatística quanto o outro é de logística.
» Paulo Cesar Marques da Silva,
Asa Norte
» Em face da entrevista “General Paulo Sérgio diz que Exército já se prepara para a 3ª onda da covid”, expresso efusivos cumprimentos ao Exército, ao Correio Braziliense, ao jornalista Renato Souza e ao general Paulo Sérgio. As instituições e seus dois profissionais propiciaram uma aula magna sobre o enfrentamento da pandemia do coronavírus. O jornalista e o militar demonstraram enorme capacitação, tranquilidade e elegância. Não é demais ressaltar que, embora uma única morte deva ser lamentada e pranteada — como disse o poeta “quando um vai, um pouco de cada um de nós vai junto!” —, a mortalidade por covid no Brasil é 2,5% e no Exército chega a 0,13%; vale dizer, na Força terrestre, essa tragédia equivale a ínfimos 5,2% da que está ocorrendo no restante do país. A prevenção e os cuidados — uso de máscara, distanciamento social (por favor, não é lockdown!), proteção dos idosos, higiene (sobretudo com álcool gel, especialmente nas mãos), disciplina — evidenciaram a primacial estratégia para vencer a pandemia. Nessum Dorma! Venceremos, venceremos!
» Aléssio Ribeiro Souto,
Lago Norte
Moro
Em 23 de maio de 1992, Giovanni Falcone, juiz italiano, foi assassinado pela Cosa Nostra siciliana, por ter condenado alguns mafiosos do grupo. Em 23 de março de 2021, um juiz brasileiro, reconhecido internacionalmente, foi declarado não ter sido imparcial na condenação do maior malfeitor que presidiu o Brasil em seus 521 anos de existência, por três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que nunca foram juízes e indicados ao cargo pelo réu. Essa decisão me parece no mínimo um ato de desídia, (item e, do artigo 482 da CLT), que se fundamenta no desleixo no desempenho de uma determinada função, aliado ao fato de serem as três votantes pessoas tóxicas, enciumadas por ser o juiz amplamente respeitado pelo povo brasileiro graças ter tirado de circulação boa parte da bandidagem que assola a política local. Deveriam ter se declarado impedidos!
» Cauby Pinheiro Junior,
Águas Claras
Omissão
O que “assusta políticos é o povo nas ruas.” Enquanto os governados fizerem piadas, gozarem das ideias absurdas e dos projetos descabidos dos legisladores, o país não avança. O que eles querem mesmo é nossa omissão, apatia e desinteresse pela política.
» Josuelina Carneiro,
Asa Sul
Desabafo
>> Pode até não mudar a situação, mas altera sua disposição
Ele foi desagregador, militar infrator, apoiador da ditadura, antidemocrático, machista... Tudo precocemente.
Eduardo Pereira — Jardim Botânico
O Brasileiro, em geral, sempre esteve à procura de um messias. Agora, tem o Bolsonaro.
Lincoln Ornelas Rocha — Arniqueiras
O Brasil que se orgulha do seu ministro das Relações Exteriores Rui Barbosa, o Águia de Haia, tem hoje sua política externa sob a direção do Zero Dois, o Bananinha.
Joaquim Antunes de Carvalho — Asa Norte
Onde estão os órgãos de trânsito do DF, que não apreendem as motos barulhentas nas ruas do DF?
Sebastião Machado Aragão — Asa Sul
O comércio funciona hoje, e o toque de recolher continua... Vai dar confusão.
Sandra Regina — Ceilândia Norte
Charge
O Brasil em face ao mundo em transe
A pandemia significa para todos os países, sem exceção, novas regras de direito internacional público e privado, que começam com a situação da ONU, a OMS e o fato de que o vírus da covid-19 não conhece fronteiras.
As pesquisas científicas, os laboratórios, a indústria farmacêutica, a medicina, cruzam e rompem antigos parâmetros, exigindo do Brasil flexibilidade e ousadia para, inclusive, enfrentar à onda de descrédito que a mortalidade provocada em nosso território se criou quanto a urgência de reagir com rigor o desafio representado por desastre de ordem planetária.
Por cima das divergências ideológicas, políticas, construir um cenário em que vacinas, conquistas científicas, colaborações, possam cimentar um tecido de esperança, irrigado pelas nossas origens afro-indígenas, de imigração, de esforços que não podem e não devem se isolar empobrecendo os horizontes. Vamos alinhavar alguns fatos que merecem destaque para uma reflexão histórica e geográfica, sem preocupação histórica, ou seja, atemporal e extraterritorial.
Uma lembrança do desempenho do ministro Oswaldo Aranha que, presidindo a Assembleia Geral da ONU, inscreveu nosso país no rearranjo do Oriente Médio.
A breve presidência de Jânio Quadros que marcou nossa negritude para a África.
Movimentos traumáticos que nos atingiram em razão da Guerra Fria.
As questões polêmicas, e incendiarias da Amazônia, do meio ambiente.
A visita de caráter humanitário do presidente Michel Temer ao Líbano, que se seguiu à sua palestra em Oxford na Inglaterra, imprimindo um espírito pacifista, que por sinal, aqui reverbera na atual posição da senadora Katia Abreu, primeira mulher a presidir a importante comissão de Relações Exteriores do Senado Federal e da psicóloga Maria Paula, atual Embaixadora da Paz escarna a atual conjuntura de que a mulher e grupos minoritários se transformam em atores que emergem de maneira vitalícia a linguagem da espécie de esperanto capaz de dialogar com a demanda que vem vindo em suas diversidades desde cenas televisivas, agronegócio, política externa, que pelos corredores do intercâmbio com a “nuvem” e o psicodrama impressionam a imagem que precisa ser apresentada ao mundo qual seja uma das mais potentes economias do mundo, povo miscigenado, recursos naturais e potenciais extraordinários, tudo convidando uma política exterior soberana mas suficientemente madura para entender a importância de somar esta plataforma interna de conflitos, pobreza, mas também um espírito do tempo dinâmico, democrático e progressista.
É preciso correr contra o tempo e ocupar um papel de que nossa grandeza necessita.
De ministros e telenovelas
Não é à toa que telenovela faz tanto sucesso no Brasil. E não é de hoje. Quando não havia tevê, nossas mães e avós já se encantavam com as radionovelas. A razão é simples: brasileiro adora assistir a um espetáculo grátis. Se for dramático, melhor ainda. Se sair sopapo e palavrório, é um delírio. Se pingar sangue, então, é o nec plus ultra, o júbilo total.
Em outras terras, troca de ministros é operação que já chega ao distinto público como pacote pronto e embrulhado pra presente. Sai um, entra outro, cumprimentam-se na porta, e a vida segue macia. As tratativas e negociações que precedem a escolha fazem parte da cozinha interna e nunca são divulgadas. Entre nós, não funciona assim.
O povo aprecia um espetaculozinho. Começa já semanas antes, com “fritura” pública do titular e boatos que correm. Será que cai? Será que não cai? Depois vêm os “convites”. Fulano foi convidado; vai aceitar? Ih, foi conversar com o presidente! Será que se entenderam? Não, parece que não deu certo. Dizem que a Ala X quer, mas a Ala Y rejeita. E assim segue, como se fosse espetáculo teatral, com a população sentada na fileira da frente. Entre uma pipoca e outra, cada um dá seu palpite.
Quando, finalmente, a coisa decanta e o novo ministro é nomeado, parece último capítulo de novela. Comentários correm soltos pelos elevadores, na rua, no cabeleireiro, no supermercado, na padaria. Passado o desenlace, todos murcham e já se preparam para a próxima atração.
É um procedimento peculiar, esse modo brasileiro de troca ministerial. Mal comparando, é como se um sujeito fosse trocar de carro e os vizinhos resolvessem se intrometer. Cada um se permitiria dar palpite (não solicitado) sobre marca, modelo e cor, tudo sob o olhar atento da rua inteira (ou do condomínio inteiro), uma multidão dividida em alas, cada uma torcendo por seu modelo ou sua cor. É surreal.
No fundo, a escolha de ministros de Estado é ato privativo do presidente da República, visto que são assessores de sua confiança — é o que reza a Constituição. Em princípio, pois o chefe do Executivo não deve satisfações a ninguém nesse assunto. Se o povo está em desacordo com a política deste ou daquele ministério, o melhor caminho não é reclamar do ministro. Ele foi nomeado para executar a política ditada pelo chefe. No fundo, o cômico Pazuello tinha, até certo ponto, razão: “Um manda, outro obedece”.
O general ficou marcado para o resto da vida pela ingenuidade de ter pronunciado a frase, mas ela não deixa de refletir a realidade. O que se reprova não é tanto que ele a tenha dito, mas que tenha aceitado o posto, já sabedor de que teria de se curvar a um chefe iracundo. A doutora que, outro dia, recusou o posto mostrou-se também ingênua de acreditar poder impor suas visões a um presidente obcecado por conceitos que, viessem de um terraplanista, não chocariam. A ex-futura titular da Saúde escapou na undécima hora, justo a tempo de evitar ter de carregar no currículo a pecha de ter sido ministra de Bolsonaro.
Esse rebuliço que se alevanta a cada troca de ministro não desenha imagem firme e forte do governo federal. Dirigente forte, bem assentado e de pés no chão dispensa teatralidade: troca seus assessores e pronto. Tratativas há, como é natural, mas não há por que deixá-las transpirar. Com a publicidade que foi dada à contratação da quase ministra Hajjar, quem saiu mal foi o próprio presidente. Ao fim e ao cabo, a imagem passada à nação é de que foi ela a dispensar Bolsonaro, e não o contrário. Outro que saiu mal na foto foi o sucessor do general demitido. Está passando recibo de ser ministro de segunda linha — second choice, como diriam os ingleses. Isso é péssimo.
Inteligência e sutileza não são mercadoria abundante no Planalto, disso sabemos todos. Será essa a razão de Bolsonaro não estar se dando conta de que, ao imprimir a uma simples troca ministerial ares de espetáculo teatral, está deixando claro que o governo é fraco, hesitante e dependente da opinião alheia. Não fica bem sobretudo para um presidente que, mais de uma vez, já chegou a reclamar: “Quem manda aqui sou eu, pô!”.
Vamos nos vacinar!
No século 18, Edward Jenner dedicou 20 anos de sua vida aos estudos sobre varíola. Em 1798 divulgou seu trabalho Um inquérito sobre causas e efeitos da vacina da varíola, mudando completamente a ideia de prevenção sobre doenças. A partir daí foram desenvolvidas vacinas para outras doenças infecciosas como poliomielite, tétano, coqueluche, sarampo, rubéola, febre amarela, difteria, hepatite, entre outras. As vacinas consistem na introdução do agente causador da doença (atenuado ou inativado) ou substâncias que esses agentes produzem para estimular a produção de anticorpos e células de memória. Por causa da produção de anticorpos e células de memória, a vacina garante que, quando o agente causador da doença infecte o corpo dessa pessoa, e ela já esteja preparada para responder de maneira rápida.
No Brasil, a vacina desenvolvida por Jenner foi introduzida pelo Marquês de Barbacena em 1804, sendo ele a primeira pessoa a ser vacinado. Cem anos depois (1904), o Rio de Janeiro apresentava um saneamento muito precário. Esse quadro desencadeava epidemias, inclusive a varíola. Oswaldo Cruz, sanitarista, pretendia resolver o problema pela Lei da Vacina Obrigatória. A falta de informação sobre a eficácia e segurança das vacinas causou grande descontentamento na população, que protestou nas ruas contra a vacinação obrigatória. Entre 10 a 16 de novembro de 1904, ocorreram confrontos entre a população e as forças da polícia e do Exército, causando a morte de 30 pessoas e 110 feridos. A lei foi revogada, e o episódio ficou conhecido como a “ Revolta da Vacina”.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), hoje existem vacinas disponíveis para combater pelo menos 20 doenças que salvam a vida de até 3 milhões de pessoas todos os anos. Quando somos vacinados, não estamos protegendo apenas a nós mesmos, mas também aqueles que estão ao nosso redor. A vacinação é segura, e os efeitos colaterais da vacina são geralmente menores e temporários, como dor no braço ou febre baixa. Efeitos colaterais mais graves são possíveis, mas extremamente raros.
O Brasil se destaca por seu programa público de imunização, que oferta todas as vacinas recomendadas pela OMS. Porém, nos últimos anos, os índices de cobertura vacinal ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) tem registrado queda. Infelizmente, observa-se a divulgação de informações incorretas, que são responsáveis pelo aumento de pessoas que não acreditam na eficácia ou temem os efeitos das vacinas. Como consequência, algumas doenças que estavam erradicadas, acabam retornando.
Após um ano do início da pandemia da covid-19, temos uma calamidade com mais de 300 mil óbitos e o colapso de atendimento médico. Quase 10 vacinas já estão sendo utilizadas no planeta e que foram desenvolvidas por cientistas em tempo recorde. Existem centenas que estão sendo desenvolvidas, inclusive no Brasil. Infelizmente, as falsas informações cresceram. Podemos citar algumas: “as vacinas causam autismo”; as vacinas provocam uma série de colaterais perigosos”; “se uma pessoa apresenta uma vida saudável, não é necessário vacinar”; mulheres grávidas não devem ser vacinadas”; a vacina pode alterar o DNA”; “a vacina da covid-19 contém chips implantados para controle populacional”. Outras pérolas relacionadas com a covid-19 podem ainda ser mencionadas. Que a vacina contra a gripe aumenta a chance de contaminação pelo coronavírus. Também não é verdade que máscaras doadas pela China ao Brasil foram propositalmente infectadas. Assim como também não procede a informação de que médicos tailandeses conseguem curar a covid em 48 horas. Beber água a cada 15 minutos, chá de bicarbonato com limão, café, erva-doce, gargarejo com vinagre, alho fervido e água tônica não eliminam a doença do organismo. Tomar uísque com mel, infelizmente, também não.
É fundamental se vacinar quando chegar a sua vez e não se esquecer de que, tendo em vista o número ainda limitado de vacinas no mundo, será necessário continuar com as medidas preventivas, evitando que o vírus se espalhe e protegendo, dessa forma, a si e aos outros. Lembremos o pensamento de Friedrich Nietzche: “as convicções são inimigos da verdade bem mais perigosos que a mentira”. Vacinar não é perigoso. Vamos nos vacinar.