Desde 2019, a palavra empatia é apontada como a expressão do ano. Mas arrisco dizer que, a cada ano que passa, ela realmente se torna mais necessária. No dicionário, uma das definições para empatia é a capacidade de se identificar com outra pessoa, sentir o que ela sente. É o famoso se colocar no lugar do outro.
Quando a pandemia de covid-19 teve início, em março do ano passado, muita gente (me incluo, inclusive) pensou que a empatia seria a palavra de ordem da sociedade. Que passar por uma tragédia em comum faria com que as pessoas, de fato, começassem a pensar em comunidade por experienciar dramas semelhantes.
O problema é que, diferentemente do que foi dito, nunca estivemos no mesmo barco. A pandemia nunca foi igual para todos. Se você ainda tem dúvidas, faça uma pesquisa na internet e busque imagens de ônibus lotados de pessoas com máscaras nas grandes cidades. São pessoas se arriscando em condições precárias para trabalhar e manter serviços essenciais.
Em contrapartida, preste atenção a qualquer feriado, quando a parte da sociedade que, em geral, pode se isolar aderindo ao home office, prefere viajar. Isso aconteceu no último fim de semana, quando São Paulo decretou um feriadão de 10 dias aproveitando a Semana Santa para tentar diminuir os casos de covid-19.
A intenção era tirar as pessoas das ruas, evitando que elas tivessem que ir trabalhar. O resultado foi o contrário, com alto volume de carros em direção ao litoral paulista. Alguns turistas contaminados só não entraram nas cidades litorâneas porque foram obrigados a passar por um teste de covid-19 nas barricadas.
Em momentos como este, vale questionar: cadê a empatia? Enquanto olharmos apenas para a nossa realidade e pensarmos única e exclusivamente em nós, será difícil conter a pandemia, que já parece interminável no Brasil. Onde foi parar a tal empatia de que tanto falamos? Está mais do que na hora de encontrar!
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