Há quem só tenha paladar para o bacalhau da Noruega e visão hipnotizada pelo futebol do jovem atacante Erling Braut Haaland, mas o cardápio do país escandinavo oferece mais do que a iguaria da Páscoa, do Natal e do réveillon; ou os gols do fenômeno de 20 anos de idade.
Sim, o jogador do Borussia Dortmund tem tudo para ostentar, com o francês Kylian Mbappé, do Paris Saint-Germain, o status de jogador mais caro da próxima janela de transferências do futebol europeu. São 33 gols em 35 jogos pelo time alemão, e outras seis bolas na rede em cinco exibições pela seleção da Noruega. Resumo: 39 gols em 40 exibições na temporada 2020/21. Eliminado da Champions League, Haaland é o artilheiro do torneio com 10 gols — dois à frente do concorrente mais próximo, justamente Mbappé, com oito.
O estafe de Haaland, liderado pelo badalado agente italiano Mino Raiola, surfa na onda, óbvio. A multa rescisória estabelecida pelo Borussia Dortmund é de 150 milhões de euros (R$ 1 bilhão). Quem estiver a fim de realizar o sonho de consumo deve bancar salário de 35 milhões por temporada (R$ 233,8 milhões). Portanto, acordo por cinco temporadas com o jogador nascido em Leeds, na Inglaterra, onde o pai jogava, mas criado em Byrne, cidade norueguesa com 5,43 km² e pouco mais de 12 mil habitantes, custará R$ 1,2 bilhão.
Haaland hipnotiza o mundo da bola, mas a Noruega é, hoje, vitrine de jovens esportistas de ponta. O meia Martin Odegaard, de 22 anos, é um dos destaques do Arsenal, semifinalista da Liga Europa. Viktor Hovland acumula conquistas no PGA tour de golfe. O tenista Casper Ruud, 22, vai somando títulos da ATP e quase chegou às quartas do Austrália Open.
Há outros “Haalands” pela Noruega. Magnus Carlsen é um dos melhores do mundo no xadrez faz uma década. Se você acha que é esporte de velho, o cara só tem 30 anos. Aos 19 anos e 32 dias, tornou-se o mais jovem a virar número 1 do ranking.
Se a Olimpíada de Tóquio for confirmada, fique atento ao corredor de meia distância Jakob Ingebrigtsen, 20, protagonista dos Jogos Europeus nos 1.500m e 3.000m. Ada Hegerberg, 25, entrou para a história, em 2018. A atacante foi a primeira mulher a receber a Bola de Ouro, tradicional prêmio oferecido pela revista France Football.
Reportagem recente do diário espanhol Marca explica o sucesso da Noruega: é um país que ensina a alcançar objetivos desfrutando, não competindo. É assim desde criança. Lúdico. Então, anote aí, Brasil: o índice Greatest Sporting Nation (GSN) afere o sucesso esportivo dos países de acordo com dois indicativos — global e per capita. A Noruega é campeã no ranking per capita há quatro anos consecutivos, de 2017 a 2020. No global, foi segundo em 2020, atrás apenas dos EUA. No primeiro trimestre de 2021, lidera os dois levantamentos. E você aí achando que a Noruega só tem Haaland...
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