Tributo à Brasília
“Não vou, não vou para Brasília, nem eu, nem a minha família (...) não sou índio, nem nada. Não tenho orelha furada e nem argola pendurada no nariz (...)” Ao contrário da canção da década de 1960, quando cheguei a Brasília, não achei índio nem nada, ninguém de orelha furada, e nem com argola pendurada no nariz. Encontrei um povo esperançoso e feliz, construindo a nova capital do meu país. Eu era uma moça cheia de ousadia. Aqui construí minha moradia e comecei minha família. Foi onde nasceram meus filhos, que estudaram, se formaram e construíram suas famílias. Mais tarde vieram meus netos, que são a minha alegria... Aqui eu encontrei a felicidade, razão pela qual amo profundamente Brasília, e assim será até meus últimos dias.
» Yone Silva Vieira Pinto,
Lago Sul
Poeta
Eu sou apenas um poeta,
Sem nunca ter feito um verso,
E você é um escritor.
Eu não preciso
Nem de sabedoria
E nem de erudição.
» Lauro A. C. Pinheiro,
Asa Sul
Meio ambiente
Três dias após o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ter levado o Brasil ao ridículo perante o mundo, ao postar aquela cena humilhante de representar o nosso país como um cachorro sedento diante de uma churrasqueira de frango, o presidente Bolsonaro fez um discurso de um verdadeiro defensor do meio ambiente, surpreendendo os chefes de Estado presentes na Reunião do Clima. Parabéns, presidente. Oxalá seu discurso não fique só nas palavras e, sim, que tome atitudes que preservem de fato o meio ambiente, reconquistando nosso prestígio perdido nessa área perante a comunidade internacional. Que tal começando por trocar o ministro que comparou o nosso país com um cachorro esfomeado?
» Paulo Molina Prates,
Asa Norte
Delírio
Deliram os que imaginam que o discurso de Bolsonaro tivesse uma gota de verdade. Menos de 72 horas após discursar para os líderes mundiais, ele reduziu o orçamento do Ministério do Meio Ambiente. Aliás, o seu discurso foi sustentado por dados de governos passados, numa encenação para posicionar o país frente aos chefes de Estado que estão preocupados com as mudanças climáticas. Ninguém acreditou. São chefes de Estado bem informados sobre a realidade brasileira. A questão ambiental, capitaneada pelo antiministro Ricardo Salles, está marcada por retrocessos. Houve aumentos violentos do desmatamento, das queimadas, do fim do da fiscalização pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e tantas outras barbaridades que são a negação da narrativa presidencial. As populações indígenas foram obrigadas recorrer ao Supremo Tribunal Federal para que fossem vacinadas na crise sanitária. E ele avisou que assim seria na campanha eleitoral. Os garimpeiros fazem festa nas terras indígenas, levando às comunidades todos os tipos de pragas. Devastação da flora e da fauna, a eliminação dos povos indígenas, das comunidades tradicionais compõem o portfólio do atual governo. Na corrida ao Planalto, ele avisou que descontruíria todos os avanços conquistados pela sociedade. E ele vem cumprindo à risca seus compromissos com a ultradireita nacional, enfim, com o atraso.
» Evaristo Carvalho,
Lago Norte
CPI da covid
Senhores senadores integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia. Vozes ecoaram dizendo que, “talvez essa seja a mais importante das CPI instaladas no parlamento nos últimos 30 anos”. Não tem “talvez”, indubitavelmente ela é a mais importante. Ouvi também de pessoas cansadas de resultados de CPIs dizerem esta famosa frase: “Vai terminar em pizza”. Senhores senadores, calem a boca de quem assim pensa. Deem ao país a resposta que precisa ser dada. Estejam imbuídos de suas responsabilidades. Em 22 de abril, ultrapassamos 383 mil mortes, parece não ser verdade. Milhares de famílias estão com os corações dilacerados e choram a perda de entes queridos. Segundo um cálculo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), são pelo menos 45 mil crianças e adolescentes que perderam pai e mãe, ficaram completamente órfãs. Imaginem, senhores senadores, como caminharão daqui pra frente essas crianças e adolescentes. Com certeza, estão desnorteadas. Quanto sofrimento vão carregar pelo resto de suas vidas. É preciso, senhores senadores, verificar se houve omissão de autoridades na condução desta catástrofe que foi chamada por alguns de gripezinha. Não se pode duvidar de que maus exemplos dados por homens públicos, como o não uso de máscara e não respeitar o distanciamento, tenham contribuído para que muitos fossem infectados e perdido a vida. O colapso no sistema de saúde precisa ser explicado. O desvio de recursos, também. Quanta gente foi em busca do socorro, não encontrou e não retornou ao seio familiar. Ah! Senhores senadores, é muita morte. Imaginem uma cidade brasileira com 383 mil habitantes. É este, senhores senadores, o número de brasileiros que foram enterrados no período de um ano e dois meses. Em respeito aos que partiram e aos corações enlutados, investiguem a fundo, não deixem terminar em pizza.
» Jeovah Ferreira,
Taquari
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