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Correio Braziliense
postado em 02/05/2021 23:31

Eleições

No Brasil, por convocação de alguns, neste primeiro de maio, dia dedicado ao trabalho, a população, novamente, em diversas cidades importantes, retornou às ruas em manifestações, nas quais demonstra a insatisfação e a preocupação com o momento atual do país. Nesses atos, requer melhorias nas gestões, nos procedimentos das cúpulas dos poderes, exige rigor nas investigações e punições severas aos ladrões dos recursos públicos, ética nas negociações e no tratamento das coisas públicas, entre outras que não compensa comentar. Entendo que alguns dos que ali compareceram, o fizeram vislumbrando as eleições do próximo ano. Em 2022, o povo voltará às urnas para escolher os mandatários do novo período. É a oportunidade da mudança, da renovação, de definir os candidatos que possam somar, que tragam novas ideias e que trabalhem em benefício de todos. Deveria ser assim. O que se constata, porém, é que, para o cidadão brasileiro que almeja um país livre, mais justo, próspero e ético, esta tarefa se torna cada vez mais difícil. O que ocorre é que os postulantes aos cargos de decisões, que permitem acesso às chaves dos cofres públicos, de forma direta ou indireta, são os mesmos, os de sempre. Vêm se alternando. A realidade tem mostrado que muitos atuam em interesses próprios e tratam a política como profissão, e nisso são exímios. É aquela penca dos quais muitos estão seriamente envolvidos com a justiça, por mutretas de alto calibre e com uma série de processos nas costas. Essa poderosa casta tem sempre a seu dispor uma legião de advogados de famosas bancas altamente remuneradas. Sabe-se lá de onde provêm tais verbas ou subsídios para custear esses profissionais. Está claro, como a luz do dia, que esses larápios de colarinhos brancos contam sempre com o beneplácito da nossa Suprema Corte. Temos casos gritantes de beneficiados. Aqui cabe uma reflexão. O que essa turma tem feito com o país do futuro tão propalado por Stefan Zweig? Um futuro que nunca chega e que parece estar cada vez mais distante das atuais e das próximas gerações. Como ajustar tudo isso?
» Vilmar Oliva de Salles, Taguatinga


Omissão

Ao ultrapassar 400 mil mortes por covid-19, o Brasil chegou a 13,3% do total óbitos do planeta, embora a população brasileira (212 milhões) corresponda a 2,7% dos 7,87 bilhões de pessoas do mundo. Os mais de 400 mil óbitos são, sem discussão, vítimas da necropolítica, que se tornou escancarada desde 1º de janeiro de 2019. Já se vão mais de dois anos de desprezíveis políticas que ignoram a vida dos brasileiros, de destruição dos avanços conquistados pelos trabalhadores. Retrocessos econômicos, políticos e sociais foram estabelecidos pelos integrantes do Politburo, assim como nos países comunistas, em que os cidadãos são escravos da vilania dos mandatários. Nos regimes totalitários, há preocupação com a vida das pessoas, pois a perda de cidadãos significa prejuízo à produção de bens e riquezas que se concentram nos bolsos dos membros do comitê central. Aqui é pior, muito pior... A obsessão do mandatário pelo poder e pelo belicismo exacerbou todos os limites, e suprimiu o mais legítimo direito humano, o direito à vida. Mas há uma camada fina e ruidosa da sociedade que endossa o descalabro e acusa opositores e a imprensa de conspirar contra o déspota. O mais lamentável é constatar que os militares, que juraram defender a Pátria e o Estado democrático de direito, sejam indiferentes e omissos diante a necropolítica bolsonarista, que não os eximem de perdas em suas fileiras.
» Eduardo Azevedo, Lago Sul


Guinada

Endosso as palavras do leitor Amilton Figueiredo, que se queixa da guinada de atitude ética do Correio Braziliense. Ao mesmo tempo que reverencio o jornal por publicar carta crítica ao seu desempenho, também expresso minha insatisfação pelo seu alinhamento à imprensa militante, abandonando a razão de ser de um jornal, que é a informação fidedigna. Noto, em todas as notícias, uma distorção eivada de desonestidade intelectual e de deformação dos fatos. Sou assinante há mais de 10 anos, mas, na última renovação da assinatura, pensei duas vezes antes de confirmá-la. Espero não ter sido a última.
» Roberto Doglia Azambuja, Asa Sul


Manifestações

Os manifestantes que se reuniram nas ruas das principais capitais do país, no último sábado, parecem desconhecer os números desta séria pandemia, que já matou 406 mil brasileiros. Centenas de pessoas aglomeradas, sem máscaras, gritando e transmitindo o novo coronavírus livremente, é, sem dúvida, uma demonstração de idiotice comunitária. O momento é crítico e devemos ficar em casa, nos protegendo das 60 mil contaminações diárias, que têm sido registradas nas últimas semanas. Agora é muito tarde para apoiar o presidente Bolsonaro, que apresentou medicamentos milagrosos para a prevenção da contaminação pela covid-19. Parece que a mentira não tem fim nesse incompetente governo de segunda categoria. O dinheiro que deveria ter sido destinado aos hospitais de campanha, aos respiradores, aos novos leitos de UTIs e outros equipamentos médicos, sumiu em meio a proposital bagunça em que se transformou esse flagelo. Queremos o nosso dinheiro de volta e a vacinação célere e bem planejada. Isso é pedir muito aos nossos funcionários públicos?
» José Carlos Saraiva da Costa, Belo Horizonte (MG)

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