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Correio Braziliense
postado em 09/05/2021 21:46

Ponto nevrálgico

No Brasil, o passeio militar que instituiu o regime republicano, 132 anos atrás, foi chamado de “Proclamação da República”, e o movimento de tropas que sufocou o governo em 1964, de “revolução”. A sociedade tem que ficar em alerta, nestes tempos de arreganhos do presidente Bolsonaro contra o Congresso e vitupérios contra o Supremo Tribunal Federal (STF). A instabilidade nas relações com as instituições, seu desrespeito por setores da sociedade e sua manipulação pelos detentores do poder, esse é o atual ponto nevrálgico do Brasil. Por mais que o Exército faça para se distanciar de Bolsonaro, o presidente faz questão de incluí-lo em suas ameaças, voltando a confrontos institucionais que o colocaram em desacordo anteriormente com o ex-ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva e o ex-comandante do Exército general Edson Pujol. Voltou a chamar de “meu Exército” os militares que, segundo ele, podem sair às ruas para proteger o direito de ir e vir em caso de lockdown. E nenhum juiz ousará contestar essa decisão, garantiu em sua retórica abusiva. O presidente está claramente a perigo, se sentindo acuado pelos relatos que estão surgindo na CPI da Covid. Mais uma vez está escalando a retórica que domina, a da ameaça e do extremismo, para tentar criar uma situação crítica que obrigue as Forças Armadas a se posicionar. Trata-se de movimento perigoso porque, estando acuado, é capaz de transpor a linha da legalidade. Pode ser só uma pretensão, um alarde, uma fanfarrice, mas pode ,perfeitamente, se transformar em realidade diante dos fatos, que estão sempre contra ele nos últimos tempos. As manifestações do último fim de semana a seu favor, em várias capitais, devem tê-lo convencido de que ainda tem capacidade de acionar multidões para reforçá-lo no poder.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras


Corrupção

A corrupção continua solta. A Operação Tempestade, da Polícia Federal no Rio, com conexões em São Paulo e no Ceará, descobriu desvio de dinheiro da Ccovid. Milícias, doleiros, laranjas continuam aí, agindo livremente.
» Joaquim Antunes de Carvalho,
Asa Norte


Jacarezinho

Neste domingo, imagino a dor das mães de Jacarezinho que perderam seus filhos para a truculência policial, para o ódio daqueles que deveriam ser preparados e usar da inteligência para a captura de marginais, traficantes e daqueles que cometem os mais repugnáveis crimes. Seriam todos bandidos, como afirmam as autoridades brasileiras? Por que será que tantos jovens caem no descaminho e engrossam as fileiras do crime organizado neste país? Seria só uma questão de índole ou de ausência plena de políticas públicas que lhes mostrem que há outras formas de viver e de viver com honestidade, sem violência e com dignidade? O que essas autoridades responsáveis pelas políticas públicas fazem para resgatar esses jovens? O que oferecem de opções para que eles se encontrem com a civilidade e possam ser homens e mulheres distantes da violência? É tão fácil apontar o dedo e acusá-los de “bandidos”, “marginais” e tantos outros adjetivos que rejeitam em relação aos seus filhos e repudiamos contra os nossos filhos. Por que as forças de segurança apelam para a pena capital, em vez de estabelecer uma estratégia de recuperação da juventude? Neste domingo, na companhia de meus filhos e filhas, voltei meu pensamento àquelas mães sofredoras por verem suas crias no descaminho e, agora, todas mortas numa reação de vingança e ódio daqueles que lhes deveriam garantir segurança.
» Leonora Lima,
Núcleo Bandeirante

» Politizaram a operação policial em Jacarezinho. Lágrimas de crocodilo dominaram o noticiário. Aproveitadores e fariseus se fartaram. Policiais revidaram, como era o esperado, depois que foram recebidos a tiros pelos bandidos. Os policiais agora são vilões. Os bandidos, traficantes, marginais, assassinos e aliciadores de menores para o tráfico, mortos pela poliícia, tornaram-se vítimas indefesas. Coitadinhos. Na próxima operação, os policiais irão desarmados. Será a “operação ternura”. Com flores para os traficantes. Dependendo da hipocrisia, demagogia e cretinice de alguns partidos, a corja de bandidos mortos acabará beatificada pelo Vaticano. As imagens aéreas mostram bandidos armados pulando de casa em casa, tentando fugir do cerco policial. Alguns beócios, simpatizantes dos assassinos, choram pitangas porque a policia não prendeu ninguém. Melhor assim. Bandido bom é bandido morto, ensinava Sivuca, ex-policial civil que virou político. Endosso o depoimento de uma autoridade policial, fazendo um balanço da operação. “A meu ver, a operação só teve uma falha: a morte de um policial”. Por último, é curioso como, em menos de 24 horas da operação, a comunidade foi imediatamente tomada por ricos, enormes e elaborados cartazes, faixas e megafones. Todas de repúdio aos policiais. Pagos por quem? Por alguns partidos? Pelos ambulantes da comunidade? Por ONGs exploradoras dos cofres públicos? Por entidades dos direitos humanos para desumanos? Tenho ânsia de vômito.

» Vicente Limongi Netto,
Lago Norte

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