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Correio Braziliense
postado em 17/05/2021 22:30 / atualizado em 17/05/2021 22:30

Vacinação

O Brasil sempre foi eficiente na aplicação de vacinas, desde a época da poliomielite e da epidemia de meningite dos anos de chumbo. Toda criança recebia a carteirinha de vacinação. Agora, com a ameaça mundial da pandemia, estamos trotando em marcha lenta. Mas, em sociedade, tudo se sabe. Nossas elites não dormem no ponto. Dormem em iates ou resorts, isolados de contatos indesejáveis. Pois surgiu uma chance imperdível de vacinar toda a família por meio de pacotes vacina-tour. O cardápio é variado: México, Los Angeles, Orlando, Miami, Washington e Nova York — a cidade que nunca dorme. Não há filas, o intervalo para a segunda dose pode ser dedicado a turismo e compras. A oportunidade é imperdível, como se pode ver nos flyers. Empresários têm declarado sua preocupação em vacinar a família inteira. O pacote mais sensacional custou 450.000 irrealidades para levar a parentalha. Tudo em classe executiva e hotéis de luxo. Se podem pagar, não seria um direito que lhes cabe? Seria. Desde que não se tratasse de impiedosa exceção. O que torna a coisa mais hedionda para os demais brasileiros é ver o presidente Biden com a vice Kamala Harris no jardim da Casa Branca e a legenda: Missão cumprida.
» Thelma B. Oliveira,
Asa Norte


Idiota

“Idiota”. É assim que o presidente da República qualifica quem cumpre o distanciamento físico para evitar ser infectado pelo novo coronavírus. O comportamento agressivo e abjeto do presidente causa náuseas nas pessoas sensatas, que o veem com um ser repugnante e o pior dos governantes que o país teve em toda a sua história. Mas não é sobre os que seguem a orientação de médicos e sanitaristas que pesam mais de 430 mil cadáveres. Na verdade, “idiotas” foram os que lhe deram um voto de confiança, certos de que o país mudaria para melhor. Muitos estão profundamente arrependidos, e isso vem se revelando nas pesquisas de opinião. Cresce o índice de rejeição ao discurso e ao comportamento de ódio do presidente, cuja administração, em todos os campos essenciais, levaram o país às profundezas do abismo socioeconômico. Serão necessários muitos anos para o Brasil se reerguer da tragédia bolsonarista, mas o luto de milhões de brasileiros será mácula e dor para sempre.
» Giovanna Gouveia,
Águas Claras

» O presidente, mais uma vez, ofende quem não pensa como ele. Ao se referir aos brasileiros que estão em casa em virtude de opção pessoal, trabalhando home office, aposentado ou simplesmente não querer se contaminar com a covid-19, de “idiotas”. Não é a primeira vez que nos ofende, nem será a última. Essa demonstração de despreparo para o cargo que ocupa, de não ter equilíbrio emocional e de agir como um moleque de rua, não surpreende quem o conhecia dos tempos da Câmara, quem, nas eleições, pesquisou seu histórico antes do voto. É triste ver o pior presidente desde a instauração da República agir de forma destemperada, apequenando a Presidência da República enquanto mais de 430 mil famílias choram seus entes queridos mortos sem que tivessem tomado a vacina.
» Rafael Moia Filho,
Bauru (SP)


Despreparo

Que o ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro Fabio Wajngarten mentiu na CPI da Covid, disso não há dúvida. A partir daí, é possível detectar como os senadores estão despreparados para os interrogatórios e prospectar um resultado muito mais político do que real, se não mudarem de postura. Um resultado político pode ser sem grande valia, pois a própria característica da decisão poderá dar ao presidente Bolsonaro uma escapatória, atribuindo às acusações da CPI um teor eleitoral. Frequentemente, as perguntas dos senadores eram confusas, inclusive as do relator Renan Calheiros. Mandar prender um depoente, mesmo que ele seja um mentiroso evidente como Fabio Wajngarten, não resolveria a situação da CPI, mas criaria um fato político que poderia se reverter até mesmo em favor do governo Bolsonaro. Mesmo que a lei permita que se dê voz de prisão durante o depoimento, as mentiras de Wajngarten foram tantas e tão evidentes que dispensam essa medida extrema. Chegou a ser patética a falha do ex-secretário de Comunicação ao garantir que nunca discutiu nenhuma campanha com o presidente Bolsonaro. Deu-se um poder que nenhum secretário de Comunicação tem, nem mesmo no menor município do país. Uma secretaria de Comunicação existe para explicar aos cidadãos a política do presidente da República, que guia as ações de um governo. Nem Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha na loucura do nazismo, teve tanto poder quanto Wajngarten atribuiu-se ridiculamente. Foram demitidos sumariamente os que tentaram sair da linha de orientação de Bolsonaro, um governante que sabidamente não admite contestações. Mesmo em governos democráticos, e não é o caso deste de Bolsonaro, ministros discordam entre si, mas a última palavra é do presidente. Tomada uma decisão, o ministro que publicamente a criticar estará fora.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras

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