Violência
“Jovem é suspeita de tramar ataque a escola”, informa a manchete do Correio (22/5). A notícia é assustadora e agravada pelo fato de a polícia investigar que outras pessoas estariam envolvidas nesse plano macabro. Há poucas semanas, crianças, além de uma professora e uma funcionária, foram mortas a facadas em uma creche em Santa Catarina, num atentado horrendo. Isso sem contar outras tragédias semelhantes que ocorreram no país anos atrás. O fato sob investigação é inspirador e aprofunda a insegurança dentro e fora das escolas ou em quaisquer outros ambientes, uma vez que o presidente da República e sua trupe de bárbaros desejam ver “toda a população armada”, numa visão distorcida sobre segurança individual, uma responsabilidade da polícia. É por causa desse pensamento e da política hedionda pró-armamento de civis que a violência é crescente no Brasil. Tudo neste governo contribui para que as tragédias que ocorrem nos Estados Unidos se repitam no Brasil. Aliás, os bolsominions são fãs de carteirinha da ultradireita norte-americana formada por facínoras e racistas.
» Leonora Lima,
Núcleo Bandeirante
Retrocesso
Em mais um desatino, a deputada Kicis, defendendo o retrocesso, diz que quem vota é um software. Tem tanto sentido quanto dizer que quem pilota um jato, quem dirige um carro ou que faz uma microcirurgia cerebral é o software só por causa da tecnologia usada.
» Ludovico Ribondi,
Noroeste
Engenheiros
Quando cai um edifício, logo aparecem aqueles que sabiam que as fundações estavam sobre solo arenoso, que as pilastras não teriam sustentação adequada, etc. Por que não disseram isso aos construtores no início das obras? Agora, com mais de 400 mil mortos pela covid-19, não faltam “engenheiros”, como o ministro Marco Aurélio Mello, para dizer em entrevista ao Correio (Eixo Capital, de 17/5) que: (sic) “Os governos deveriam ter sido mais céleres nas decisões”. Por que não disse a tempo e a hora o que eles deveriam ter feito?
» José de Mattos Souza,
Lago Sul
Deprimente
Assistir à CPI da Pandemia foi uma necessidade deprimente. Para além das mentiras compulsivas de muitos dos depoentes, vimos um espetáculo grotesco mostrando o pior de alguns senadores. Ameaças de prisão a depoentes, gritos, xingamentos (“vagabundo”), tudo isso veio da boca de Suas Excelências. Para coroar o clima de terra arrasada, um dos presentes a uma das sessões assassinou a língua portuguesa ao proferir um verbo em uma conjugação muito falada, porém incorreta: “vinhemos”, em lugar de “viemos” (ou “vimos”, se no presente do indicativo). Que triste tudo isso...
» Marcos Paulino,
Águas Claras
Cartola
Em política vale tudo. O animal político é insaciável. De chute na virilha a juras de amor que acabem em casamentos. Contanto que renda votos. Só não pode perder. Duros adversários de ontem, podem vir a ser aliados de amanhã. Nesse sentido, Lula reuniu-se com Fernando Henrique Cardoso. Na casa do ministro aposentado do STF e ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim. Encontro civilizado. As orelhas de Bolsonaro estão pegando fogo. A demanda do ex-presidente e sociólogo tucano será numerosa e poderosa. Da cartola da conversa entre o calejado trio, pode-se prever costuras futuras. Lula na rinha presidencial com vice do PSDB, não se descarta o nome do próprio FHC, e Nelson Jobim para novamente ministro da Justiça. Às favas escrúpulos e más recordações.
» Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
Meio ambiente
Tem clareza solar a intenção do diretor-geral da Polícia Federal de suprimir a autonomia dos delegados federais para investigar ações de autoridades suspeitas de cometimento de atos ilegais. Obviamente, trata-se de iniciativa para blindar elementos do atual governo,como o antiministro do meio Ambiente, Ricardo Salles, sob intenso fogo cruzado por ser suspeito de ter um esquema de exportação ilegal de madeira para Estados Unidos e Europa. Amado e protegido pelo presidente Bolsonaro, Salles tem sido um dos auxiliares mais fiéis às determinações do chefe, que despreza o patrimônio natural, as populações indígenas e tradicionais. Com sua chegada à pasta, ele abriu porteiras para a expansão de garimpos ilegais em terras indígenas, desmatamento e tantas outras infrações com impactos avassaladores no patrimônio natural. É um negacionista das mudanças climáticas e não tem a menor noção dos danos antrópicos para a atual e as futuras gerações. O ministro exerce com obstinação a política de terra arrasada. Parar Salles é agir em defesa da vida.
» Benjamim Costa,
Sudoeste
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