O texto de hoje fala de esperança, sentimento tão necessário nestes dias. E, na semana passada, uma notícia nos encheu dela. O bebê Enrico Izidoro está imunizado contra a covid-19, mesmo não recebendo a vacina. A mãe dele, Talita Mengali Izidoro, esta sim, tinha tomado as duas doses da CoronaVac ainda durante a gravidez.
Médica da linha de frente no município de Tubarão, em Santa Catarina, Talita recebeu a primeira dose com 34 semanas de gestação, após decisão dela com o obstetra. Os exames que confirmaram que Enrico está protegido contra o vírus foram feitos aos 40 dias de vida do bebê e deverão ser repetidos com 3 e 6 meses para confirmar se a criança continua imune à ação do Sars-CoV-2. Enquanto isso, a mãe faz a parte dela: alimenta o filho apenas com leite materno, dando, assim, a oportunidade de continuar a transmitir anticorpos.
Para quem ainda tinha dúvidas sobre a eficácia da vacinação, a boa notícia só reforça o que a ciência tem insistido há meses: a imunização em massa é a nossa mais poderosa arma para combater essa crise sanitária e voltar à normalidade. Isso me leva a ressaltar outra informação, mas, desta vez, assustadora: no DF, mais de 65 mil pessoas receberam a primeira dose do imunizante e não voltaram para tomar a segunda. Segundo especialistas, apenas as duas etapas completas garantem a proteção.
Com exceção dos que se infectaram durante o intervalo entre a primeira e a segunda dose, é inadmissível que essas pessoas simplesmente não compareçam aos postos. Vacinação é um pacto social, e só sairemos dessa situação assombrosa se cada um fizer a sua parte. Ao decidirem não voltar para receber a segunda dose, essas pessoas desperdiçaram o precioso líquido que poderia ter salvado a vida de tantos e que, no Brasil, é item tão raro.
No início de maio, a Agência Brasil divulgou um estudo liderado pela Universidade Federal de Pelotas (RS) que mostrava que a proporção de mortes de idosos com 80 anos ou mais caiu pela metade após o início da vacinação. O percentual médio de vítimas dessa faixa etária era de 25% a 30% em 2020 e passou para 13% no final de abril. Quando teve início a imunização, em janeiro de 2021, era de 28%. Mais um ponto para a ciência.
Enquanto aguardo ansiosamente minha vez de receber a vacina, eu me emociono em saber que a minha mãe e boa parte dos pais e avós dos meus amigos foram agraciados com o imunizante e tiveram a chance de passar por essa pandemia — o que não aconteceu com os mais de 440 mil brasileiros abatidos pelo vírus. Neste momento, segue acesa a esperança!
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