>> Sr. Redator

Cartas ao Sr. Redator devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome e endereço completo, fotocópia de identidade e telefone para contato. E-mail: sredat.df@dabr.com.br

Correio Braziliense
postado em 26/05/2021 22:41 / atualizado em 26/05/2021 22:42

Patriarcalismo

Dezoito de maio foi o Dia de Prevenção do Abuso Infantil. O artigo de Paula Cavalcante e a carta da leitora Ruth Neiva Simões lembram-nos das dificuldades milenares que enfrentam as mulheres. Na edição do Correio desta quarta-feira (26/5), mais uma vítima de feminicídio, simbolicamente apedrejada até a morte. Palestras, cartilhas, artigos, continuarão a expressar o clamor pelas meninas e mulheres vilipendiadas, abusadas e mortas. Desde casos envolvendo figurões e sua rede de ‘abastecimento’, até casos não revelados de meninas pobres da periferia. Há algum tempo, uma garota estuprada no Pará foi colocada na mesma cela dos agressores e outros presos. Ela e os pais humildes e simplórios ainda tiveram de passar pelo constrangimento de longos interrogatórios que ‘explicassem’ as atitudes da vítima! A garota capixaba, engravidada pelo tio, teve que ser levada a outro estado para evitar o apedrejamento moral e concreto dos ‘vigilantes da fé’. Não há luz no horizonte. Os casos multiplicam-se e os abusos começam nas famílias. É um sistema patriarcal hediondo, que considera e trata a mulher como indivíduo de segunda classe, marcado para sofrer e para morrer. Apedrejada, estrangulada — e esquecida. Não há reparação à altura do dano, que é estrutural e renitente. Talvez lhes reste um tiro de misericórdia, como se faz com os cavalos.
» Thelma B. Oliveira,
Asa Norte


Sabidices

Algumas dezenas de anos atrás, uma fabricante de produtos de asseio, para enfrentar os seus problemas de caixa, sem mexer nos preços das prateleiras, teve a brilhante e pioneira ideia de reduzir a extensão dos seus rolos de papel higiênico, de 40 para 30 metros, “economizando”, com esse golpe, 1/4 do valor da mercadoria (25%) que entregava à sua freguesia. Na época, essa artimanha gerou um grande rebuliço entre os consumidores da marca, assim que a tramoia se tornou pública — mas essa prática acabou tomando corpo e sendo imitada, aqui e ali. Ainda recentemente, uma empresa do ramo de alimentação fez a mesma coisa, modificando o peso inicial do seu pacote de batatas fritas, de 140 gramas para 105. E, nesta semana, o fast-food que me atende, nestes tempos de pandemia, querendo compensar as altas nas compras dos seus insumos — em vez de repassá-las, como seria justo e compreensível, para o valor dos seus pratos — resolveu, simplesmente, diminuir o tamanho das embalagens de isopor, em que despachava os seus deliveries! Ai, ai. Eita! Povinho danado de esperto, esse nosso!
» Lauro A. C. Pinheiro,
Asa Sul


Ganância

Dois excelentes artigos, publicados na mesma página (CB, 25/5) da lavra do general Rêgo Barros e do jornalista André Gustavo Stumpf. O general revela preocupação com a política atual, em que o presidente tenta colocar em antagonismo a população brasileira, fazendo polarizar uma futura disputa política, tentando arrastar com ele as Forças Armadas. Declara o general Rêgo Barros: “A ganância pela manutenção do status quo de poder, contrária aos princípios mais salutares da alternância de poder das democracias maduras, vem promovendo aflições em muitos estamentos da sociedade”. E assevera: “Não é aceitável, sob nenhum aspecto, transformar a centenária instituição Exército brasileiro em uma estrutura de apoio político pessoal”. A preocupação de André Stumpf é outra. Após fazer uma análise sobre o serviço de informações do Tio Sam, ele fala sobre o nosso meio ambiente. Diz ele: “O país inteiro sabe que o ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, estava aproveitando a oportunidade proporcionada pela covid-19. Enquanto a pandemia assusta, ele providencia atos de desregulamentação que facilitam, agilizam e incentivam o desmatamento na Amazônia, satisfazendo os grandes clientes internacionais”. De fato, são dois artigos que merecem ser lidos pela população brasileira.
» Paulo Molina Prates,
Asa Norte


Disciplina

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello rompeu com a máxima do Exército, de hierarquia e disciplina, ao participar de um ato político sendo general da ativa. Isso é inaceitável para os militares, e ele deve ser punido para que a política não entre nos quartéis. Pazuello não pode ser tratado como excepcionalidade. Falou-se que poderia ir para a reserva com data retroativa à sexta-feira, o que seria uma farsa. Não puni-lo é péssimo, sinal de que a política está tomando conta dos quartéis. Punido, indo para a reserva, pode entrar na vida política e tentar se eleger, ou no Amazonas, ou no Rio. Com a sua desastrosa falta de gestão como ex-ministro da Saúde, corroborada com a sua explícita e clara violação ao Estatuto Militar e o Regulamento Disciplinar do Exército se elegerá? O que não pode, e é o que Bolsonaro está fazendo, é usar o Exército como instrumento político. Está na hora de os militares levarem isso a sério, porque está chegando ao ponto de uma desmoralização completa da ideia de uma corporação de Estado, hierarquicamente bem definida, e todos se sentirão autorizados a fazer política nos quartéis. Lamentavelmente, Bolsonaro levou o Exército a um ponto limite, em que o futuro da instituição está em jogo neste momento. Em suma, o Regulamento Disciplinar do Exército deve ser respeitado e aplicado do soldado ao general.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação