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Correio Braziliense
postado em 28/05/2021 22:03

Antidiplomacia

Os conflitos diplomáticos com os fornecedores de ingrediente farmacêutico ativo (IFA), principalmente com a China, fonte do insumo para a CoronaVac, têm se traduzido em graves prejuízos à população brasileira. Em quase seis meses, só 10% dos brasileiros receberam as duas doses necessárias para se protegerem do coronavírus. Enquanto vários países registram a queda de mortalidade pela doença, aqui, é crescente o número de óbitos, com média diária acima de 2 mil mortes. Nos países que estão vencendo a pandemia, foram adotados lockdowns rigorosos, vacinação em ritmo acelerado e em massa, além de compromisso inquestionável dos líderes políticos com a saúde dos cidadãos. No Brasil, a história é bem outra, com o chefe da nação, que politizou a vacinação, se opondo ao distanciamento físico, promovendo aglomerações, contra o uso des máscara e não se preocupou em negociar, no tempo certo, a compra de vacinas. Hoje, estamos nos aproximando dos 500 mil mortos, e o país enfrenta a terceira onda, como admitiu o Ministério da Saúde, com a chegada da cepa indiana ao país, que é mais agressiva ainda. Não há mais dúvida de que a pandemia, no Brasil, veio só para fortalecer a necropolítica, orientadora das políticas públicas do atual governo.
» Assis Bhenz Mesquita,
Lago Sul


Quanto vale uma vida?

O depoimento do diretor do Butantan, Dimas Covas, à CPI da Covid, deixa claro que houve omissão do governo na condução da compra da CoronaVac. Segundo ele, o Brasil poderia ter 60 milhões de doses até dezembro. Que triste ouvir isso e ver que tantas vidas poderiam ter sido salvas, que tantas famílias ficaram órfãs pelo descaso de governantes. É inaceitável não haver punição para os responsáveis por essa tragédia.
» Olga Costa,
Asa Norte


Responsabilidade

Eu e milhões de brasileiros estão acompanhando, como se fosse novela das oito, a CPI da Covid. Suponho que muitos estejam se perguntando como é que a tropa de choque de defesa do governo consegue encenar o papel de vilão? São homens velhos, calejados e se prestam a papel tão hediondo. Os depoimentos, até mesmo dos aliados do inquilino do Planalto, acabam se contradizendo e empilham os mortos na rampa do palácio. Os depoimentos, amparados em documentos, do dr. Dimas Covas, presidente do Butantan, do presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, e até do antiministro da Saúde, Eduardo Pazuello, não deixam dúvida de que o capitão postergou a compra de vacinas para a gripezinha, que já matou quase 500 mil brasileiros. O que a CPI vai apurar mais? Está evidente de quem é a culpa pelo morticínio — cloroquina nele, atrás das grades da Papuda.
» Heloísa Vieira,
Sudoeste


CPI do blá-blá-blá

O país tem mais de 450 mil mortos e, durantes três dias na semana, os brasileiros assistem na televisão a um espetáculo macabro: senadores de oposição e do governo brigando para ver que tem razão sobre a covid. Trocam acusações, esgrimam argumentos e cada um tem a própria opinião sobre o que aconteceu nos 14 meses de pandemia no Brasil. Eles não buscam soluções para a compra de vacinas, nem para a definição de critérios, mas trocam ofensas que não levarão a nada. Politizar a discussão não adianta nada. Uma vergonha.
» Carlos Alberto Silva,
Asa Sul


À deriva

A CPI está perdendo o rumo e, desde o início, navega à deriva. A tendência é naufragar. O presidente Omar Aziz, ex-governador do Amazonas, chegou a cassar a palavra do seu colega Eduardo Girão, e, como se estivesse em sala de aula de adolescentes, chamou-o de oportunista, com dedo em riste, além de querer provocá-lo para uma luta física, dado o nervosismo em que se encontrava. Mas Eduardo Girão, calmo, evitou o pugilato. Ele é um excelente esgrimista na oratória. A psicologia ensina que, em uma sala de aulas em que estejam idosos, doutores com mestrado, ou até marechal, circunspectos, sisudos, a tendência é se tornarem crianças brincalhonas e passarem a jogar bolinhas de papel nas cabeças dos colegas. Mas, na Comissão, esses fatos não devem ocorrer, pois são pessoas calejadas, com inúmeras repetições dos mandatos. Brasília teve um ex-governador que repetiu o mandato de senador por mais de quatro vezes. E queria se eternizar.
» José Lineu de Freitas,
Asa Sul

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