Ciência
O charlatanismo de Bolsonaro foi pulverizado cientificamente. A médica Luana Araújo ressaltou que o uso de cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina durante o chamado “tratamento precoce” não tem efeito contra a covid-19. O caudilho tropical despreza a ciência com o seu lema messiânico intolerante e xenófobo: “O Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”. Resultado: o país amarga o orçamento mais baixo da sua história para a ciência e tecnologia. Gestões fundamentalistas se sustentam com o cultivo da ignorância bestial e da alienação insensível. Em 17 de fevereiro de 1600, centenas de pessoas lotaram o Campo dei Fiori, uma praça no centro da cidade de Roma, para assistir à morte na fogueira de Giordano Bruno (1548-1600), por ordem da Santa Inquisição. Contrariando cientificamente as imposições da Igreja Católica, entre as quais a de que a Terra era o centro do universo, o teólogo, filósofo, escritor, matemático, poeta, teórico de cosmologia, ocultista hermético e frade dominicano foi queimado na fogueira. Em 2 de junho de 2021, à maneira do sanguinolento papa Clemente 8 que decidiu pelo extermínio de Giordano Bruno, o déspota Bolsonero impunemente persegue o espírito iluminista de Luana Araújo que destemidamente destaca a responsabilidade do cientista com a qualidade de vida da população. “Ciência não tem lado”, disse a médica à CPI da Covid. “Ciência ou é bem-feita ou é mal-feita. Ciência bem-feita é aquela que não busca o resultado que você quer, é aquela que faz a pergunta e espera para entender o que aconteceu”. “E, quando a gente coloca politização ou polarização no meio de um ato médico, a gente já está fazendo tudo errado”, acrescentou.
» Marcos Fabrício Lopes da Silva,
Asa Norte
Negacionismo
Mais uma vez lá está, no Correio Braziliense (3/6), o pensamento de um cidadão que busca desconectar os trabalhos realizados pela CPI. Realmente, não aguentamos mais essa repetição de dissabores do dito cujo. No entanto, em momento algum teceu comentários a respeito da aula de base científica dada pela drª Luana Araújo, que exterminou todos os argumentos dos negacionistas de carteirinhas. É oportuno alertar a esses negacionistas que falar bem de alguém é o melhor remédio para a alma e para o prolongamento da vida.
» Montesquieu T. Alves,
Lago Norte
Diferença
Quanta diferença entre os depoimentos da doutora Luana Araújo e da doutora Nise Yamaguchi na CPI da covid. Enquanto a drª Luana deu um show de saber, conhecimento e ética (pois absteve-se de comentar a sua saída do Ministério da Saúde), a drª Yamaguchi ficou toda enrolada ao responder as perguntas dos senadores: porque, para os seus pacientes, ela primeiro faz um eletrocardiograma, antes de prescrever cloroquina, e é a favor de prescrever esse medicamento indiscriminadamente para a população brasileira, e ainda não soube distinguir um protozoário de um vírus? Na contramão desse depoimento, a drª Luana deu uma aula de infectologia aos senhores senadores. Quem sabe, sabe!
» Paulo Molina Prates,
Asa Norte
Off label
A drª Luana Araújo cumpriu brilhantemente o papel para o qual foi escalada na CPI da Covid: sem apresentar provas, convenceu os doutos senadores de que tratar a covid é uma insanidade e de que a cloroquina é condenada por todos os cientistas do mundo. Definindo-se como competente, estabeleceu que a covid-19 é a única doença do mundo que não deve ser tratada em seu início. Não esclareceu em que faculdade, que ela cursou, algum professor lhe ensinou isso. Também não explicou por que motivo essa doença é diferente, em enfrentamento terapêutico, de uma pneumonia, um AVC, uma neoplasia. Sua afirmação sobre a unanimidade dos cientistas em negar eficácia à cloroquina é simplesmente mentirosa. Basta compulsar os inúmeros trabalhos e aplicações clínicas realizadas com seu emprego pelo mundo para se encontrarem respeitados cientistas favoráveis ao seu uso. A doutora disse o que os senadores queriam ouvir e, por isso, foi tratada com deferência. Só faltou esclarecer se ela nunca receitou medicamento fora da estrita indicação da bula por ter notícia de que ele pode ser útil em outro contexto. Se ela nunca prescreveu off label, a doutora não pratica medicina, segue receita de bolo.
» Roberto Doglia Azambuja,
Asa Sul
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