REDES SOCIAIS

Artigo: "A busca pela verdade é um dos pilares do jornalismo"

"Medidas para combater e evitar a proliferação de notícias falsas em aplicativos de troca de mensagens são mais do que necessárias. O WhatsApp, por exemplo, apostou na redução do limite de encaminhamento de mensagens. Diminuiu, isso é fato. Mas não eliminou as fake news"

Roberto Fonseca
postado em 11/06/2021 06:00
 (crédito: Bank Phrom/Unsplash)
(crédito: Bank Phrom/Unsplash)

A rede de desinformação nas mídias sociais anda a todo vapor. E o relatório falso do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o suposto superdimensionamento das mortes por covid-19 por estados e municípios expôs que o sistema de distribuição das fake news está cada vez mais aperfeiçoado. Na manhã de segunda, o "relatório" foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro em conversa com apoiadores na porta do Alvorada. Horas depois, o texto passou a ser compartilhado em grupos e listas de WhatsApp e Telegram em uma velocidade impressionante.

Assim, mesmo com o desmentido do TCU sobre a veracidade do documento, milhares de pessoas receberam em seus celulares o texto “Da possível supernotificação de óbitos causados por covid”, em PDF e sem o timbre do órgão de controle. E aqui aparece um dos problemas. A distribuição da informação sobre a falsidade do documento não ocorre na mesma proporção. Fica limitada, na maioria dos casos, a quem se informa pelos sites noticiosos e telejornais.

Como revela o mais recente Digital News Report, do Instituto Reuters, o WhatsApp é fonte de notícias para 48% dos brasileiros. É um índice bem acima do registrado em países de primeiro mundo das américas, como Estados Unidos (4%) e Canadá (6%), mas semelhante ao anotado em nações em desenvolvimento, como Argentina (38%), México (39%) e Chile (40%). Fatores econômicos ajudam a explicar tal fenômeno: é muito comum no Brasil os planos mais baratos de celulares terem acesso ilimitado apenas a redes sociais, o que contribui para o consumo de notícias apenas nessas plataformas.

Então, medidas para combater e evitar a proliferação de notícias falsas em aplicativos de troca de mensagens são mais do que necessárias. O WhatsApp, por exemplo, apostou na redução do limite de encaminhamento de mensagens para apenas cinco contatos ou grupos. Diminuiu, isso é fato. Mas não eliminou. Ao mesmo tempo, houve uma migração em massa de usuários para o Telegram, onde grupos e canais replicam mensagens apócrifas e vídeos fora de contexto à vontade.

Por isso, iniciativas como o Projeto Comprova são fundamentais para evitar a propagação da desinformação. São 33 veículos de comunicação unidos no combate às fakes news. O Correio faz parte do grupo desde 1º de junho. Diariamente, desde então, são publicadas no site do jornal checagens próprias ou feitas por parceiros. Acompanhe. Compartilhe. A busca pela verdade é um dos pilares do jornalismo.

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