Dr. Lisboa
Mestre dos pediatras e, principalmente, amigo das crianças. Sua atuação se pautava no incentivo ao aleitamento materno, levando-o a criar o primeiro Banco de Leite de Brasília, ensinando que ‘não existe leite fraco’. Docente, pesquisador, conferencista e pioneiro em estabelecer o alojamento conjunto mãe - filho nas enfermarias de pediatria. Carreira médica brilhante, notável ainda pela consolidação do ensino da pediatria, com ênfase em neonatologia e pediatria integrada na UnB. Ensinava aos pais e mães: “aceite seu filho como ele é, não como gostaria que fosse. Ensine-o a criar seus próprios brinquedos, jogue com eles, conte-lhe histórias.” Aos pais: “assistam ao parto, imitem as mães nos cuidados com os filhos.” Seu olhar de compaixão para com os pequenos fazia-o dizer: “Não se bate em criança!” Além de incontáveis publicações científicas, deixou livros de alcance popular: Educação em Saúde em verso e prosa, e Seu filho no dia a dia (dicas de um pediatra experiente), com prefácio do jornalista e cliente Ricardo Noblat, que o considerava um Papai Noel risonho e amistoso. O livro abre com uma dedicatória às mães, onde ele declara: “Como pediatra, o que de melhor poderia desejar a todas as crianças é que elas tivessem a mãe que eu tive”. Sua memória está e estará gravada nos inúmeros pediatras que ele formou, no coração das crianças de quem cuidou e no exemplo de profissional competente, amoroso e inesquecível.
» Thelma B. Oliveira,
Asa Norte
Saúde
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é uma estrutura hospitalar caracterizada pela capacidade de atender pacientes em estado grave ou potencialmente grave. Para cumprir sua missão, deve ser dotada de recursos humanos e técnicos de excelência para minimizar o sofrimento das pessoas, aliviar, e proporcionar conforto, e sobretudo promover a cura. Com o aumento da expectativa de vida da população e a predominância de doenças crônicas, além do surto da covid-19 e suas sequelas, como principais causas de mortalidade, a necessidade de leitos de UTI hoje é crescente no Brasil, à semelhança da maioria dos países desenvolvidos. A questão é que o cenário da terapia intensiva está muitíssimo aquém das necessidades da população, tanto em números quanto em qualidade. Estudo recente do Conselho Federal de Medicina demonstrou que menos de 10% dos municípios brasileiros oferecem esse tipo de leito pelo Sistema Único de Saúde (SUS): apenas 532 dos 5570 municípios. De acordo com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, o Brasil tem 45 mil leitos de UTI. Desses, 49% estão disponíveis para o SUS e 51%, para instituições privadas ou de saúde suplementar. Também chama atenção a distribuição irregular de leitos: a Região Sudeste concentra 53,4% do total. A Região Norte tem apenas 5%. A falta de leitos e a baixa qualidade do atendimento em terapia intensiva são constatadas nos dois sistemas de saúde, mas o cenário dramático é mais visível no SUS, pois os hospitais privados têm maior disponibilidade de recursos humanos e tecnológicos, além de melhores instalações físicas. Ao não dispormos de terapias intensivas avançadas, não estamos cumprindo o artigo 196 da nossa Constituição, em que a saúde é direito de todos e dever do Estado. Para que a situação mude, não basta aumentar o número de leitos ou investir em bons profissionais. É preciso mudar todo o entorno desse setor, o mais delicado de qualquer hospital. O envolvimento de toda a sociedade, das universidades e da classe política nesse tema é condição necessária para a modificação desse triste cenário do Brasil de 2021: milhares de mortes que poderiam ser evitadas se os brasileiros tivessem acesso a terapia intensiva de qualidade.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
Subserviência
Tenho observado com tristeza a subserviência e vassalagem de personagens públicos diante das diatribes do capitão. O general Mourão, homem coerente e sem fanfarronices levando pitos e sendo boicotado pelo chefe. Espero que não escreva uma carta piegas e chorona como a que Temer entregou a Dilma. Aliás, este seu vice é um dissimulado de má-índole. Durante o processo de impeachment jurou não ter participado de nenhuma manobra. Atualmente, narrando suas memórias, confessa despudorado que conspirou, sim. Enojante! O badalado doutor Mandetta, mesmo desprestigiado, chamou o presidente de “voluntarioso e humanista”. O governador do DF diz que ele é o maior presidente que o Brasil já teve. O general Pazuello, o tal “o negócio funciona assim: quem pode manda quem não pode obedece”. Deprimente! Pior foi a histeria dos tripulantes do avião para fazer selfie com o mito. Tamanha idolatria diante de nossa claudicante democracia e a pequenez de nossos políticos e juristas, “nada a declarar” como dizia o nefasto Armando Falcão. Declaro apenas que não tenho nenhuma afinidade com regimes totalitários ou ineptos de direita ou esquerda.
» Renato Vivacqua,
Asa Norte
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