Não é de hoje que se sabe que a principal característica, capaz de fazer de um indivíduo um bom profissional, seja em que profissão for, não é tanto seu currículo técnico e sua formação acadêmica, seus títulos e suas medalhas, mas, fundamentalmente, sua índole e caráter. Isso porque, desde a antiguidade, os melhores profissionais sempre foram também boas pessoas. De outra forma se pode afirmar que uma pessoa má jamais será um bom profissional. É da vida. Esse aspecto íntimo, contudo, não é levado em conta na hora da seleção de candidatos, optando os recrutadores de mão de obra por indivíduos que exibem volumosos currículos e outras prendas. Com isso, não é raro encontrar em altos postos de comando pessoas dotadas de extensa formação acadêmica, mas que, por sua má índole, acabam sendo um estorvo para o desenvolvimento de uma empresa e um empecilho para a ascensão de outros indivíduos.
O empresário ou a repartição pública que tiverem a felicidade de encontrar um candidato que reúna em si as duas características terá encontrado uma pedra preciosa e já lapidada. No Brasil o quadro geral que se observa, principalmente entre os servidores públicos, não é alentador, com as devidas exceções.
Muitas vezes é possível que você tenha resolvido uma pendência particular no vasto labirinto da burocracia brasileira, por meio apenas de um servidor sem muito currículo, mas repleto de boa vontade e presteza. São esses abnegados funcionários que carregam o serviço público nas costas e que nunca são devidamente lembrados. Por alguma razão, pouco clara, quis o destino algo parecido, que no Brasil, os altos postos de comando, estão comumente preenchidos por indivíduos que fazem de sua formação acadêmica um baluarte, de onde passam a humilhar todos ao redor.
A usual expressão “sabe com quem está falando?” é, para nossa vergonha, uma ameaça geral que ganhou força entre nós e é usada sem cerimônia. O mesmo ocorre no famigerado e subdesenvolvido foro de prerrogativa de função ou foro privilegiado, que ao criar uma sociedade à parte e acima das leis comuns, mostra bem o retrato desse Brasil cordial, apontado por Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil, publicado em 1936 e que tantos males tem feito ao pleno desenvolvimento de nosso país.
Para aqueles que enxergam na doutrina cristã um bom caminho, ao menos para o aprimoramento do espírito e para um desenvolvimento do humanismo interior, foi dito, ainda nas primeiras décadas do século 1, para termos cautela com esses profissionais.
Em Marcos 12,38, está expresso: “Cuidado com os mestres da lei. Eles fazem questão de andar com roupas especiais, de receber saudações nas praças e de ocupar os lugares mais importantes nas sinagogas e os lugares de honra nos banquetes. Eles devoram as casas das viúvas e, para disfarçar, fazem longas orações. Esses receberão condenação mais severa”. Tal advertência não é sem razão, e muitos são aqueles que guardam hoje tristes experiências colhidas junto a essa categoria senhorial.
Caso emblemático é dado pelo então juiz e hoje ocupando cargo de desembargador que com uma promotora cuidaram, na década de 1990, e de forma marota e até hoje ignorada pela Justiça, de dilapidar totalmente a herança de R$ 16 milhões deixada por um pai ao seu filho menor idade. Deixado aos cuidados dessa dupla, por decisão judicial que lhes outorgou a guarda da dinheirama, ao fim de pouco tempo restou ao pobre órfão dívidas volumosas e alguns processos, além da conhecida impunidade aos cuidadores de toga.
São justamente essas pessoas de má índole, que na qualidade de juízes de direito, a exibirem currículos invejáveis, mandam pôr na cadeia quem furta uma pasta de dente e livram das grades quem furta bilhões.
Acusam de quadrilheiros procuradores que ousam prender corruptos, ao mesmo tempo em que mandam pôr de volta às ruas compadres e outros malfeitores apanhados roubando dinheiro de pobres trabalhadores. A lista dos malfeitos desses profissionais de má índole é grande, assim como é grande o inconformismo daqueles que realmente lutam por justiça.
A frase que foi pronunciada
“Estou apenas fazendo o que meu pai
me ensinou: equilíbrio e tratar as
pessoas com decência e respeito.”
Juiz Frank
CaprioVentos
» Chama a atenção de quem passa pelo Iate as cores vivas escolhidas para envolver a escultura Flotilha, de Marcos Decat França. O vermelho e amarelo cobrem a escultura de aço dedicada aos velejadores. Em encontro informal, o artista agradeceu ao Flávio Pimentel, o comodoro; Flávio Ribeiro Diretor Cultural e Silvia Frabetti, vice-diretora.
História de Brasília
Mais adiante, há um barraco, onde existe uma prensa para sacos de cimento. Agora, transformou-se em “ferro velho”, e sucata de construção está, também, empilhada desordenadamente em frente ao barraco. As residências vizinhas, que enfrentem as dificuldades e paguem em dia seus impostos.
(Publicado em 03.02.1962)
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