Motivos para a população considerar a atual formação do Supremo Tribunal Federal (STF) como a pior de todos os tempos existem de sobra e, por isso, os índices de credibilidade dessa alta Corte, junto aos brasileiros, sempre se mantiveram baixos. E essa, diga-se de passagem, é consequência direta da já apontada pela imprensa suspeitíssima performance que a turma de ministros indicados pelo Partido dos Trabalhadores vem tendo desde a condenação e prisão do chefão e dono dessa sigla.
Com a decisão agora do plenário, encabeçada por esses mesmos ministros e por Gilmar Mendes, declarando a parcialidade do então juiz Sergio Moro na condenação do ex-presidente Lula no caso do triplex do Guarujá (SP), o que restava de complacência da população em relação ao Supremo foi enterrada com a última pá de cal lançada por esses magistrados na cova rasa, onde sepultaram, sem cerimônias, toda a exitosa Operação Lava-Jato.
Por certo que esse julgamento derradeiro não teve o dom de declarar inocente o ex-presidente desse e dos muitos outros crimes por ele praticados com sua turma. E isso deixa claro que nem mesmo a Suprema Corte, com todas as firulas e filigranas destrinchadas, teria a capacidade de libertar da emaranhada teia de crimes em que se envolveu o ex-presidente e outras centenas de cúmplices, nesse que foi o maior e mais estrondoso caso de corrupção do planeta, em toda a história da civilização.
Com isso, todo o imenso e laborioso trabalho realizado por dezenas de juízes que anteriormente haviam condenado Lula, com o labor de outras centenas de procuradores, promotores, investigadores, técnicos do Ministério Público, Polícia Federal, Polícia Civil, além das centenas de pessoas ouvidas, entre elas os delatores que buscavam minorar suas penas e outros muitos anônimos que colaboraram para desvendar toda essa trama, e cito aqui os jornalistas investigadores, que acompanharam todo esse caso de perto, desde o primeiro dia, ou seja, todo o empenho dessa verdadeira multidão que apontou, sem hesitar, o dedo para esse político delinquente, foi descartado no lixo apenas para tornar elegível aquele que os brasileiros de bem querem ver bem trancafiado numa cela.
Nunca, em tempo algum, um mesmo personagem, por suas delinquências, ocupou tantos debates, tanto empenho e tantos meses de discussão da Suprema Corte, como esse caso envolvendo Lula da Silva em tempo extraordinário.
Se houver algum traço de racionalidade minimamente inteligível e à luz do que dizem acreditar esses mesmos ministros em seus pareceres, muitos deles formatados graças à ajuda de suas equipes de gabinete, recrutadas a peso de ouro, o passo seguinte de toda essa trama jurídica e burlesca será a devolução de toda a essa dinheirama fabulosa, desviada das estatais, dos fundos de pensão, do FAT, dos aposentados e de muitas outras empresas, bem como dos pagadores de impostos, aos seus “legítimos proprietários”.
Ou será assim, ou não fará sentido algum deixar de enxergar essa sequência de crimes, vista a partir do cume dessa montanha de dinheiro. O interessante é observar que o mau cheiro exalado pela cova rasa onde o Supremo buscou enterrar toda a Operação Lava-Jato denuncia um crime maior que a história do país deverá manter insepulto por longo tempo, o crime de lesa-pátria.
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