Machismo
Nunca tantas apanharam tanto, ou morreram tão precocemente. Acho que passou da hora de especialistas se debruçarem urgentemente sobre esse fenômeno, à procura de soluções. Leiga que sou, venho alinhavando algumas teorias. As mulheres, apoiadas pela nova família, se empoderaram de maneira avassaladora. Entenderam o verbo como uma senha: posso fazer tudo. Partiram, independentemente da classe social, para a conquista de seus sonhos, com voracidade. Estudam, batalham, se aperfeiçoam, viajam e competem com o homem ombro a ombro no mercado de trabalho. Passaram a delegar tarefas seculares a terceiros e se sentem compensadas e embriagadas com o que pode ter de pagar. Nada mais é limite para a mulher. Abriu mão do homem como mantenedor. Ele, muitas das vezes, se apequenou. Ela cresce. Determinado tipo sempre será macho, nunca homem. Quando não funciona, vale-se do que tem de superior: a força bruta. Todo espancador é um potencial eunuco. O que está faltando é uma campanha séria, envolvendo todos os meios de comunicação, mostrando sem subterfúgios que só os covardes, inseguros de sua masculinidade, espancam e matam. A mulher tem o direito de decidir o que quer da vida. Cabe ao Estado garanti-las de maneira clara, incisiva e competente, fazendo valer a lei para todas, Marias ou não. A par disso, elas devem passar a entender que nada mudará enquanto aceitarem ofensas e tapas reiteradas vezes. Uma única vez é necessária para fazer as malas e cair fora. Apanhar é, seguramente, o começo da caminhada para a morte.
» Alice de Carvalho Martins Alves,
Núcleo Bandeirante
E os governadores?
Desde que o deputado Jair Messias Bolsonaro foi eleito presidente da República, tenho ouvido a cantilena dos derrotados: “Genocida! Genocida!” Na CPI do Ódio, tenho ouvido da boca de alguns senadores o mesmo barulho. Então resolvi verificar o real significado de tal palavra. Veja o que encontrei: “Genocida: pessoa que ordena ou é responsável pelo extermínio de muitas pessoas em pouco tempo”. Não sei porque, mas à minha mente só me vieram os nomes de alguns governadores e prefeitos que, tendo recebido do governo federal bilhões de reais, usaram tal dinheiro, de maneiras adversas das quais destinavam-se originalmente. Fala-se desde o uso inadequado da referida verba federal (dinheiro do povo) para pagamento de salários até a compra de equipamentos e insumos super megafaturados e mesmo compras fictícias de aparelhos que nunca foram nem serão entregues. Ouve-se até que há governadores que, temendo o mesmo destino do senhor do Rio, Wilson Witzel, na calada da noite, reuniram-se com autoridades e recorreram ao Supremo dos amigos para não depor. Hoje, compreendo porque o senador Renan Calheiros disse que convocação de governadores “não é prioridade” e concordo com o senhor senador Marcos Rogério, que entende haver uma articulação para blindar governadores e prefeitos e culpabilizar o presidente Jair Bolsonaro. Alguém ainda tem dúvida disso?
» Elias Honorio da Silva,
Águas Claras
Lázaro
A perseguição e morte do psicopata Lázaro Barbosa deixaram a população dos locais em que ele transitou até seu fim, em 28 de junho, aliviada com razão. Mas, convenhamos, 20 dias com uma tropa de mais de 200 policiais, drones, helicópteros, além de cães farejadores para encontrar o assassino foi demais. Tudo bem, ele estava tendo apoio para se esconder e se manter durante esse período, mas ainda assim. Depois, segundo a polícia, houve confronto e descarregaram 250 balas para matar o sujeito. Acertaram 38, quando bastava uma para matá-lo. Por meio dos impostos que recolhemos, pagamos os salários desses profissionais, seus veículos, combustível, armas e munição. Carregar o corpo do homem daquele jeito e jogar na caçamba de um carro ainda dizendo que ele estava vivo não se faz nem com um animal. Houve foguetório, festejos, orações e até abdominais dos militares. Foi um festival de incompetência e barbárie.
» Jane Maria de Andrade Araújo,
Setor Noroeste
» Elogio a carta do senhor Evaristo Carvalho (29/6). Concordo 100% com as palavras dele. Triste foi ver a matéria do senhor Roberto Cabrini, em que contou que um PM-Goiás esbofeteou a esposa do Lázaro em busca de informações sobre o paradeiro do fugitivo. Quanta falsa valentia, um homem agredir uma mulher! Covardia de um fardo, armado e com colegas, bater em uma mulher. Pergunto: a PM-Goiás tem esse direito? Duvido. Acredito que a maioria dos policiais merecem a nossa confiança, são pagos para nos proteger, mas jamais agredir pessoas indefensáveis.Também triste foi ver os policiais rindo, pulando em comemoração à execução do Lázaro. A obrigação deles era de prender, levá-lo para julgamento, ouvir o que ele teria a dizer. Muitos detalhes poderiam ter sido esclarecidos. Novamente lamento muito pela dor das famílias das vítimas, rezemos por elas.
» Eugênio L. Jardim,
Goiânia (GO)
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