Terceira via
Pensar na terceira via
É mais que urgente
O que está posto não dá
Tem que ser diferente
Não há tempo a perder
Comecem logo a articulação
É preciso gente nova
Chega de decepção
O povo brasileiro
Anseia por mudança
Chega de conversa fiada
Chega de desesperança
» Jeovah Ferreira,
Taquari
Indígenas
Vidas negras e vidas indígenas importam. O racismo estrutural e a ganância desmedida dos deputados federais, principalmente do grupo aglutinador dos precificados, conhecido como Centrão, arregaçaram as porteiras dos territórios indígenas aos predadores da Amazônia, aos garimpeiros, desmatadores e a todas as espécies de vândalos da natureza. É nauseante o desprezo do Congresso Nacional pela vida de cidadãos. Um grupo de incivilizados, anacrônicos, sectários, que faz do mandato um balcão de negócios, submete-se aos caprichos de um presidente insano em gestos, atitudes e decisões. A aprovação do projeto que impede a demarcação das terras indígenas e permite exploração econômica dos territórios dos povos originários torna os parlamentares cúmplices do mais cruel projeto de exterminação das populações nativas, um ato mais letal do que as cruzadas empreendidas pelos primeiros colonizadores que exploraram o solo brasileiro. É vergonhoso constatar que os parlamentares agem em franca conspiração contra a sociedade brasileira, a fim de amealhar, de modo sorrateiro e indecente, benefícios pecuniários e outros para si ou para seus grupos de interesse, que vilipendiam a sociedade brasileira.
» Assis Bhenz Mesquita,
Lago Sul
Voto impresso
Dois princípios balizam eleições democráticas: voto secreto, que o eleitor pode ter certeza de que foi corretamente computado, e apuração pública dos votos, que pode ser feita nas próprias seções eleitorais com observação aberta aos fiscais dos partidos. Hoje, temos um sistema em que o eleitor não sabe o destino que seu voto tomou e cuja apuração é feita com uma única testemunha, que é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O atual presidente desse tribunal bate tenazmente contra a impressão do voto, argumentando que o sistema é totalmente confiável; como não existe sistema eletrônico inviolável no mundo, o que foi exposto na última eleição para prefeitos, aceitar essa afirmação se torna questão de fé. E, de acordo com o futuro presidente do TSE, a proposta de impressão do voto, que permita sua confrontação pública com o que o sistema registrou, não contribui para a democracia. Pode-se dizer, então, que a obscuridade e a escamoteação, que é onde podem ocorrer as fraudes, ajudam mais a democracia do que a transparência e a honestidade.
» Roberto Doglia Azambuja,
Asa Sul
Polarização
Dizem por aí que a polarização é um mal que assola o país. De onde o aconchego moderado proporcionado pela união das forças de “centro” deveria ser o objetivo a ser alcançado para o bem de todos e a felicidade geral da nação. Enunciado desse modo, o problema do Brasil soa como resolvido de antemão. Na prática, porém, não é bem assim. Os moderados realmente precisam unir esforços e se organizar para fazer frente a radicalização que não tem levado a lugar algum. Beleza, não fosse a ausência de plano para a execução da proposta. Seus defensores se apresentam como liberais na economia e progressistas no tocante aos costumes, coisa que atende aos ditames da obviedade mas não produz um passo concreto na direção do avanço. Não se trata aqui de crítica meramente teórica aos meios e modos dos que buscam uma saída para o beco em que nos encontramos. É, antes, um apelo ao pragmatismo, sem o qual tendemos a chegar a 2022 no mesmo patamar de confusão cívica que em 2018 levou à escolha entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro por falta de opção. Para isso é necessário mais que palavras bacanas. É preciso ir muito além da indignação dos que, do sofá e com uma taça de vinho na mão, externam as respectivas posições reproduzindo opiniões de outrem nas ditas redes sociais. Não adianta ter as ideias certas se você não consegue fazer com que sejam compreendidas de forma correta. É preciso ter proposição, precisão, conteúdo e capacidade de convencimento para combater ideias tortas externadas de maneira errada. Isso se faz com argumentos e, principalmente, com um plano de ação hoje ainda inexistente para qualificar eleitoralmente as forças de centro. Em suma, infelizmente a sociedade não vislumbra uma liderança no atual cenário político.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.