"Isso é para você aprender que não é para ficar mudando de faixa!" A frase que consta em um boletim de ocorrência registrado na 38º DP, em Vicente Pires, é mais uma prova da falta de civilidade no trânsito que vira e mexe assola as pistas do Distrito Federal. Trata-se de um caso recente, ocorrido na terça-feira, em que um motorista bateu de propósito em outro carro na EPTG em meio a um engarrafamento. Sim, de propósito. Além da denunciante, outras duas testemunhas confirmaram a versão.
Irresponsabilidade no trânsito à parte, há muito mais em discussão do que uma colisão em momento de fúria. Com cada vez mais smartphones e câmeras de segurança, temos visto quase diariamente situações do dia a dia que terminam em atos violentos. As imagens chocam. Há casos recentes, por exemplo, de agressões no metrô do Distrito Federal, em um shopping de Vitória ou em uma padaria no interior de São Paulo porque pessoas reagem de forma violenta ao serem cobradas sobre o uso da máscara, uma das medidas de proteção contra a covid-19.
Então, me pergunto sobre o que pode ser feito. Acredito que o primeiro ponto é combater o radicalismo existente atualmente na sociedade brasileira. É preciso um pacto pela união nacional. É necessário reforçar a nossa identidade como um só povo. Erros individuais não podem ser confundidos com posicionamento político, qualquer que seja ele. Digo isso porque basta uma notícia ser postada nas redes sociais para logo surgirem ilações às preferências políticas do agressor ou vítima.
Para isso, é fundamental entendermos que vivemos em uma democracia. É permitido não concordar com determinado posicionamento político, mas não se deve pregar o extermínio dele. É preciso ter claro que não somos inimigos, por isso, o diálogo mostra-se fundamental, em busca do entendimento. Diga não ao radicalismo, não seja passional. A vida em sociedade só tende a agradecer.
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