Por ELKHAN POLUKHOV — Embaixador do Azerbaijão em Brasília
O ano de 2021 é um momento em que começamos a olhar para o futuro com novas esperanças e expectativas. O Azerbaijão está entre os países cheios de otimismo e planos para melhores dias, meses e anos que virão. O que nos torna tão otimistas são as conquistas do ano passado e o trabalho árduo e a dedicação de todo o povo do Azerbaijão para construir um futuro melhor sob o forte comando do presidente, Ilham Aliyev. O objetivo de garantir um mundo pacífico, justo e próspero é dificilmente alcançável se os valores, normas e princípios fundamentais universalmente aceitos, incluindo aqueles consagrados na Carta das Nações Unidas, forem abertamente desconsiderados e mal interpretados.
Os conflitos, a ocupação estrangeira prolongada e a falta de responsabilização põem em perigo a paz e a segurança. Apesar de tudo o que foi mencionado, é com prazer que declaro que, em 2020, a ocupação ilegal armênia dos territórios do Azerbaijão — antes uma ameaça à paz e à segurança no Sul do Cáucaso e em toda a Europa — chegou ao fim. O Azerbaijão recuperou o controle de seus territórios que estavam sob ocupação armênia por quase três décadas, em flagrante violação das quatro resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Isso nos dá a certeza de que a região do Sul do Cáucaso pode dar um grande passo em direção à construção de um futuro sustentável e próspero. Hoje, o Azerbaijão, com os seus parceiros, abre as portas a novas perspectivas regionais e globais, por meio da restauração das comunicações, das novas tecnologias e de um clima de investimento mais favorável a investidores locais e internacionais, visando a melhores passos futuros.
Infelizmente, o processo de consolidação da paz na região não é fácil. Na manhã de 4 de junho de 2021, um carro que transportava membros da equipe de filmagem foi atingido por uma mina antitanque na estrada, na vila de Susuzlug, em Kalbajar, no Azerbaijão — região libertada no ano passado da ocupação armênia. Como resultado da explosão, dois jornalistas azerbaijaneses, bem como representantes do Poder Executivo distrital, foram mortos, e quatro pessoas ficaram feridas. Esse incidente em Kalbajar mostra que as minas foram colocadas deliberadamente pela Armênia durante a retirada forçada, após as operações de contra-ofensiva das Forças Armadas do Azerbaijão, com o objetivo de ameaçar as pessoas que voltavam para casa. Precisamos demonstrar a posição unificada para condenar tais ações, que visam civis e pessoas que trabalham na reabilitação dessas terras, e expressamos nossa mais profunda gratidão a todos os brasileiros que levantaram suas vozes pela mídia e a presença da imprensa, em coletiva organizada pela embaixada, em 8 de junho.
Desde o início da pandemia, todos nós vivemos tempos desafiadores. Por iniciativa do presidente Aliyev, uma sessão especial da Assembleia Geral da ONU em resposta à pandemia da covid-19 foi convocada para 3 e 4 de dezembro de 2020. O Azerbaijão assinou dois acordos de doações para fornecer assistência financeira voluntária ao Fundo de Recurso Covid-19 da Organização Mundial da Saúde (US$ 10 milhões). Recentemente, ingressamos no Vaccines Global Access Facility (Covax) com um valor comprometido de US$ 21 milhões. Por meio da Agência Internacional para o Desenvolvimento (Aida), o Azerbaijão responde constantemente às crises humanitárias em todo o mundo, e a América Latina faz parte de nossas atividades e apoios.
O Azerbaijão é um constante apoiador da cooperação bilateral e multilateral e está profundamente interessado em fortalecer as boas relações e a estabilidade com todos os países ao redor do mundo, além de criar condições favoráveis ao crescimento dos laços econômicos e comerciais, culturais e educacionais. O Brasil é líder entre os países latino-americanos com fortes laços com o Azerbaijão. É o maior parceiro comercial do Azerbaijão na América Latina. Nós lideramos, entre os países do Sul do Cáucaso, nas relações comerciais com o Brasil. Todos os anos, o Azerbaijão exporta do Brasil diferentes bens no valor de US$ 150 milhões a US$ 200 milhões, investindo indiretamente na economia local. Estamos em busca de oportunidades para que os produtos azerbaijaneses entrem no mercado brasileiro. As relações entre nossos países crescem a cada ano, e há grandes perspectivas de se expandir e abranger todas as áreas das relações bilaterais e multilaterais. Acreditamos que novas realidades na região do Sul do Cáucaso abrirão oportunidades para o Brasil e que o Azerbaijão será a porta principal.
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