O início da seca na Amazônia e no Centro-Oeste, historicamente, é o começo das queimadas. Um calendário seguido à risca pelos desmatadores dos dois biomas (amazônico e cerrado). O poder público não consegue se antecipar à ação dos predadores. Não tem planejamento para barrar o vandalismo, seja do desmatamento, seja dos incêndios criminosos, que solapam os ecossistemas, cuja importância é vital para o desenvolvimento sustentável, a economia e a qualidade de vida do país. O governo se mantém letárgico e, quando decide reagir, os danos já alcançaram índices recordes, superados a cada ciclo.
No primeiro semestre deste ano, foram desmatados 3.609,6km², aumento de 17% em relação a igual período de 2020. No mês passado (junho), a Amazônia perdeu 1.061,9km² de cobertura vegetal, crescimento de 1,8% em relação ao mesmo mês de 2020 — o mais trágico índice desde a série histórica iniciada em 2018. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora por satélite as intervenções antrópicas ilegais que ocorrem em todas as regiões do país. No cenário de destruição, o destaque fica para o Pará, com a maior área desmatada: 438,4km², o equivalente a 41% do total registrado no mês passado em toda a Amazônia Legal.
A reação tardia do governo foi anunciada na última terça-feira. O vice-presidente e coordenador do Conselho da Amazônia, general Hamilton Mourão, declarou: “Vamos atuar em força neste mês de julho, de modo que a gente feche o ciclo com uma redução na faixa de 10%, 12%. O ponto focal é que todas as agências cooperem para que haja uma sinergia nesse negócio”. Ou seja, será deflagrada, sem data fixada, mais uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
O futuro, tempo verbal empregado pelo general, reforça a percepção de que o governo não tinha um plano de prevenção de agressões ambientais, que se repetem sempre neste período do ano, por madeireiros, grileiros e outras categorias que destroem o patrimônio natural do país. A meta de redução do desmatamento — entre 10% e 12% — é por demais tímida, na avaliação do Observatório do Clima. Ela significa diminuir em cerca de mil quilômetros quadrados a devastação de 8.058km² registrada em 2020.
Hoje, o país enfrenta uma grave crise hídrica, que compromete o fornecimento de energia. O desmatamento incontrolável tem relação estreita com esse fantasma que ameaça os setores produtivos e a vida dos cidadãos. Tanto os desmatamentos quanto as queimadas influenciam o regime de chuvas na Amazônia e nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, segundo estudo da Revista Brasileira de Climatologia, editada pela Universidade Federal Fluminense (UFF, 2019).
A ausência de chuvas compromete a produção agropecuária, um setor relevante na economia nacional. A inexistência de uma política ambiental, focada na preservação do patrimônio florestal brasileiro, é barreira ao ingresso de investimentos estrangeiros, principalmente de empresários e governos comprometidos com a redução das emissões de gases de efeito estufa, o que exige de todos revisão dos modelos de produção. O aumento das queimadas transforma em cinzas os compromissos do atual governo com o meio ambiente e isolam o país, o que impõe um combate mais ostensivo para coibir a ação dos predadores da cobertura vegetal na Amazônia.
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Supremo
A coluna Visto, Lido e Ouvido (8/7) faz vigorosa defesa da democracia e indica que o governo estaria a minar-lhe as bases e os fundamentos legais. Com efeito, temos presenciado prisões sem culpa formada, busca e apreensão realizada sem acusação, deputados detidos em casa à noite, inédito mandado de prisão em flagrante, anulação da independência do Poder Legislativo, limitação da liberdade de culto, criminalização do direito de expressão contrária à verdade oficial, condenação da obrigação de tratar doentes pelos médicos. Todos esses são atos violadores da liberdade, praticados por um governo que mina os fundamentos básicos do Estado democrático de direito. Como? Não foi o governo que os perpetrou? Foi o Guardião da Constituição? Por que, então, o governo está sendo culpado? Quais atos concretos o governo tem praticado fora da Constituição? Olhando por outro lado, é público que o STF está agindo em desacordo com a Lei 1079/1950, artigo 39, que define os crimes de responsabilidade dos ministros da Corte e efetivamente governando o país. Carece de amparo a afirmação da coluna de que o governo está substituindo as garantias constitucionais pelo mais raivoso modelo de extrema direita. Raivoso?
Roberto Doglia Azambuja, Asa Sul
Fiança
Fiquei muito perplexo com a matéria em que uma pessoa do governo pagou R$ 1.000 de fiança para responder em liberdade caso de corrupção.”Falta ao país igualdade de todas as formas. Uma pessoa do governo paga R$1.000,00 de fiança enquanto um caseiro que pega uma casca de árvore de uma reserva para fazer um chá para esposa que está doente é preso.”
Leonardo Santana Gonçalves, Lago Sul
Forças Armadas
As Forças Armadas repudiam declarações feitas pelo presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), na Sessão do dia 07 de julho de 2021, desrespeitando-a e generalizando esquema de corrupção. Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável. Tal situação, me faz viajar no tempo e me recordar do dia 31 de mar;o de 1964, quando as Forças Armadas, a pedido dos cidadãos brasileiros, assumiram a responsabilidade de ajustar o Brasil, impedindo que o nosso país viesse a se tornar um país comunista. Alguns, principalmente a ala da esquerda, argumentam que houve “golpe”, situação essa que desconsidero, pois naquele tempo, ainda criança, vivenciei momentos de pavor por que passaram meus pais. Espero que o citado senador fique ciente de que as Forças Armadas do Brasil nunca se envolveram com a questão corrupção e os militares não aceitarão, jamais, qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro. Brasil acima de tudo!
Jeferson Fonseca de Mello, João Pessoa (PB)
Renovação
Enquanto nosso presidente homofóbico sofre um processo de enfraquecimento para as eleições de 2022, candidatos de centro esquerda e de centro direita atravessam uma fase de crescimento. Suas atitudes antidemocráticas anti-isolamento social, antivacina, antimáscara, pró armas, pró voto impresso..., fazem com que ele sofra desgaste de forma irrecuperável no cenário político brasileiro. A luta deve ser contra o radicalismo, quer de direita, quer de esquerda. No centro, temos bons candidatos que, no mínimo, terão atitudes moderadas, com gestos democráticos e postura de estadistas. Dos 30% de Bolsonaro e dos 30% de Lula, estarão 40% para o candidato de centro. No segundo turno, o radicalismo se enfraqueceu, a ponto de uma vitória consagradora do antirradicalismo. Resta um compromisso de doação e um acordo de civismo que resultem em um entendimento a um ato de evitar continuidade de governos extremistas e que conduzirão o país a um estado caótico e irrecuperável, sendo urgente a renovação.
Enedino Corrêa da Silva, Asa Sul
Vacinação
Professores vacinados com a Janssen, de dose única, rede pública de ensino com aulas em agosto. E os professores vacinados anteriormente com outras vacinas e que necessitam da segunda dose? Quais providências?
Carlos Vinicius Olenka Wanderley Rocha, Condomínio Solar de Brasília
Decadência
Apesar de todo avanço tecnológico e científico, paradoxalmente, nossa sociedade está cada vez mais violenta e desumana. Se não, como explicar o processo crescente de endurecimento das leis penais? A pena de prisão máxima, por exemplo, passou recentemente de 30 para 40 anos. Temo que a causa da maldade humana esteja no afastamento de Deus, da verdade dos valores morais e espirituais como Pátria, Família e Religião. Esta é uma luta do bem contra o mal, onde o mal cresce.
Marcelo de Lima Araújo, Copacabana (RJ)
Desabafo
Pode até não mudar a situação, mas altera sua disposição
Uma noite de sábado mais do que especial. É Brasil x Argentina no Maracanã, na final da Copa América no SBT. Que a nossa Seleção vença esse duelo, e traga o décimo troféu!
José Ribamar Pinheiro Filho — Asa Norte
Não adianta esses radicalismos inúteis querendo conduzir a política pelo cabresto. O tabuleiro do jogo civilizatório é a democracia.
Eduardo Pereira — Jardim Botânico
Perdoem o presidente cloroquina (ineficaz) e trapalhão. A proximidade da derrota virou pedras dentro do coturno, o que aumenta o seu desequilíbrio.
Arthur de Castro — Asa Sul
CPI da Pandemia: o capitão imorrível e imbrochável está derretendo diante do eleitorado. Oh, vida! Oh, céus!
Joaquim Honório — Asa Sul