Visão do Correio

Artigo: Os limites de cada um

Correio Braziliense
postado em 14/07/2021 06:00

A corda da democracia tem ficado cada dia mais esticada no Brasil. As últimas declarações do presidente Jair Bolsonaro em relação à realização das eleições de 2022 e também os ataques feitos por ele a parlamentares da CPI da Covid e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) deixam o clima tenso em Brasília.

Mas parece que surgiu uma tênue luz no fim do túnel: o encontro entre Bolsonaro e o presidente do STF, Luiz Fux, realizado na segunda-feira, pode contribuir para baixar a temperatura política. O encontro foi proposto por Fux e veio em momento de extrema importância. “Convidei o presidente da República para uma conversa diante dos últimos acontecimentos, onde debatemos quão importante para a democracia brasileira é o respeito às instituições, os limites impostos pela Constituição”, disse o presidente do Supremo.

Na avaliação de Fux, Bolsonaro entendeu o recado e concordou com uma reunião entre os Três Poderes da República nos próximos dias. O objetivo, segundo o presidente do STF, é “fixar balizas sólidas para a democracia brasileira tendo em vista a estabilidade do nosso regime político”.

Em entrevista após o encontro, Bolsonaro se mostrou bem mais ameno. “Todas as vezes que isso foi feito (convidado a ir ao STF) nós viemos, assim como algumas vezes já o convidei para conversar comigo também e discutimos a relação entre os dois poderes. Reconhecemos que nós dois temos limites e esses limites são definidos pelas quatro linhas da Constituição”, disse.

Agora é esperar que essa reunião entre Executivo, Judiciário e Legislativo realmente ocorra e sirva para fixar balizas para a democracia, como disse Fux, e para mostrar que cada um dos representantes dos três poderes estará empenhado em respeitar os limites da Constituição.

Vivemos momentos difíceis, com uma pandemia matando milhares todas as semanas, com a economia ainda cambaleando, com um clima político cada vez mais tenso e que só vai piorar com a aproximação da eleição. É preciso que os ocupantes dos mais importantes cargos da República se coloquem como defensores e garantidores da nossa democracia. Arroubos de autoritarismo jamais podem ser tolerados. Temos uma Constituição feita para todos, que deve ser respeitada por todos. Os tempos sombrios ficaram lá atrás.

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