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Correio Braziliense
postado em 17/07/2021 18:55 / atualizado em 17/07/2021 18:55

Incontinência verbal

Inspirada em Montesquieu (1689-1755), autor do livro Espírito das Leis (1748), a Constituição Federal de 1988 reza em seu artigo 2º: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. Convém reconhecer o Poder Escatológico, praticado por Jair Bolsonaro, que acaba de entrar para os anais da história. Cagando e andando para o povo brasileiro, o presidente do país não se cansa de defecar. Seu plano de governo, de cabo a rabo, é o dejeto do cavalo do bandido: “O ovo frito, o caviar e o cozido/ A buchada e o cabrito/ O cinzento e o colorido/ A ditadura e o oprimido/ O prometido e não cumprido/ E o programa do partido/ Tudo vira bosta” (Rita Lee e Moacyr Franco, Tudo vira bosta, 2003). Embora excretar seja uma ação ordinária de todo organismo vivo, não cheira bem o noticiado: “Incontinência verbal no Planalto”. “Acuado, Bolsonaro perde a linha: ‘Caguei para a CPI’” (Correio Braziliense, 9/7/2021). Logo vem a triste lembrança de outros mandachuvas autoritários.Em 1978, depois que o então presidente do Brasil, Ernesto Geisel (1907-1996), indicou o general João Baptista Figueiredo (1918-1999), do Serviço Nacional de Informações, para ser seu sucessor, o governo iniciou uma campanha para popularizar a imagem do chefe do SNI, chamado de “João do Povo”. A iniciativa fracassou, em boa parte, devido à personalidade do general. Em agosto daquele ano, ao conceder uma entrevista sobre seu grande apreço pelos cavalos, um repórter perguntou se o futuro presidente gostava do “cheiro do povo”. Figueiredo respondeu: “O cheirinho do cavalo é melhor (do que o do povo)”. Figueiredo não foi, porém, o primeiro político a fazer referência pejorativa ao “cheiro do povo”: “A democracia seria boa se não fosse o sovaco”, repetia sempre o governador mineiro Antônio Carlos Ribeiro de Andrada (1870-1946), um dos principais articuladores da Revolução de 30 — mais conhecido pela frase: “Façamos a revolução antes que o povo a faça”.
» Marcos Fabrício Lopes da Silva,
Asa Norte


CPI da Covid

Apesar de não termos hoje no Senado da República figuras à altura de Milton Campos, Alberto Pasqualini, Otávio Mangabeira, Paulo Brossard, Jarbas Passarinho e outros poucos para fazer parte de uma CPI, ainda assim temos que agradecer a existência dessa CPI da Covid. Não fosse isso, a população brasileira não tomaria conhecimento das negociatas no Ministério da Saúde, nem saberíamos desse vídeo constrangedor que mostra o então ministro Eduardo Pazuello negociando compra de vacinas com intermediários por três vezes mais o valor oferecido pelo Instituto Butantã. Como veterano das Forças Armadas, eu me senti envergonhado vendo esse vídeo, pois esse general da ativa havia declarado perante a CPI que “ministro de Estado não toma parte em negociações de compra para nenhum ministério”. Esse desmentido pelo vídeo me constrangeu tremendamente, assim como a declaração que fiz ao responder porque deixou o Ministério da Saúde: “Missão cumprida”! Que missão?
» Paulo Molina Prates,
Asa Norte


Mundo paralelo

O Datafolha lavaria a alma dos brasileiros mandando fazer pesquisa sobre a credibilidade do Congresso Nacional depois dos políticos triplicarem o valor da excrescência chamada fundo eleitoral. Crime cometido no auge da pandemia, com o Brasil entregue às diatribes de um desnaturado que debocha da ciência e insulta jornalistas e adversários. Com mais de 540 mil mortos pela covid, falta de vacinas, corrupção no Ministério da Saúde e taxas de miséria e desemprego assustadoras.
» Vicente Limongi Netto,
Lago Norte


» Os nobres parlamentares nos surpreenderam mais uma vez ao aprovarem o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2022. O fundo eleitoral, destinado ao financiamento de campanhas políticas, terá R$ 5,7 bilhões em 2022, ano de eleições presidenciais. Os nossos senadores e deputados federais querem empanturrar os bolsos com dinheiro público. Esses congressistas recebem auxílio-moradia, auxílio-paletó, auxílio-combustível, moram em apartamentos funcionais, entre outras regalias. O Congresso Nacional é um mundo paralelo, onde não existe fome, carência de medicamentos, desemprego, inflação, em outras palavras, é um palacete repleto de aristocratas. O Brasil real está muito distante dessa elite política.
» José Carlos Saraiva da Costa,
Belo Horizonte (MG)

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