Trânsito
Às vezes, a impressão que fica é que o trabalho de instituições, como a Rodas da Paz, é uma bolsa de inutilidade. É triste, mas, por mais que a entidade se esforce, a violência no trânsito continua matando. Foi o que aconteceu com o ciclista Fillipe Santarém, de 24 anos. Ele morreu na quinta-feira passada, atropelado por um ônibus em Taguatinga. Fillipe era dono de uma rede de postos de combustíveis. Os bombeiros informaram que os socorristas tentaram reavivá-lo por quase uma hora, mas as manobras foram inúteis. A falta de educação no trânsito é algo chocante nas vias do Distrito Federal. Os condutores ignoram os limites de velocidade, desrespeitam ciclistas e motociclistas, quando não estão embriagados ao volante. Enquanto organizações lutam para que haja educação, o Departamento de Trânsito investe menos de 5% do que arrecada em campanhas educativas. Fiscalização é algo raro, ao contrário da má-educação crescente, que causa vítimas como Fillipe e tantas outras.
» Marcus Vinícius Cruz,
Taguatinga
Sem saída
Por quase dois anos, o presidente Bolsonaro levantou suspeitas contra a segurança das urnas eletrônicas. Quando o Judiciário exigiu que mostrasse as provas que dizia ter, não teve outra saída senão a de ir para as telinhas declarar que só tinha “indícios”, mas também não conseguiu exibir nenhum deles, nem mesmo fazer uma denúncia passível de investigação. Jogou para o Tribunal Superior Eleitoral a responsabilidade de provar que está errado. Foi uma live patética, que não deixou dúvidas de que o chefe do Executivo incitou seus seguidores, cada vez em menor número, para criar cortinas de fumaça, por estar acuado ante a perda de popularidade e o descrédito em alta. No fim das contas, a mentira morreu na beira do Lago Paranoá. Suas chances de reeleição estão minguando. Dentro do Congresso Nacional, vários aliados estão pulando da canoa furada que se tornou o governo. Não há dúvida de que lhe falta o mínimo de capacidade para governar o Brasil. As mortes pela pandemia não deixam dúvida da sua incapacidade, e isso vem sendo demonstrado a cada capítulo da CPI da Covid. A sorte do país é que falta pouco mais de um ano para as eleições, quando a sociedade, em coro, poderá dizer: “Tchau, querido!”
» Euzébio Queiroz,
Octogonal
Solidariedade
A respeito da matéria recentemente publicada pelo CB, intitulada DF Legal e PM recolhem cobertores e documentos de pessoas em situação de rua, na qualidade de fundador e gestor de projeto que realiza inclusão no DF e Entorno, primando pelo apoio ao social como estratégia de mitigação do enorme fosso de desigualdade na distribuição da renda em nosso país, confesso que causou enorme apreensão e mal-estar tomar ciência de que, enquanto muitos particulares, projetos filantrópicos e organizações não governamentais trabalham arduamente na altruística missão de “amar ao próximo como a si mesmo”, doando solidariedade aos mais vulneráveis, em situação de marginalidade, o Estado leviatã, maquiavélico, parece seguir no contrafluxo, prejudicando ainda mais a população desabrigada, apesar do recente alerta de risco de hipotermia emitido, diante da intensa frente fria que atingiu em cheio o apertado coração do Brasil, oriunda do sul do país. Viva o esporte, explícito nos grandiosos 32º Jogos Olímpicos, no Japão. Medalha de latão para o GDF!
» Nelio Kobra Machado,
Asa Norte
Golpes
Advogados criminalistas estão pasmos com a ousadia crescente de estelionatários. A nova modalidade dos bandidos tem nome: “golpe do falso processo”. Um advogado amigo meu disse que os próprios juízes que examinam as denúncias estão preocupados com a pouca informação que chega às pessoas sobre os telefonemas dados por integrantes das quadrilhas aos desavisados. Nas ligações, os estelionatários dizem que as vítimas tinham dinheiro a receber da Previdência. Para receber, a pessoa, segundo os bandidos, teria que depositar algum valor, usando modalidades como boleto ou transferência. A engenhosidade é tamanha que a falsa quitação das custas processuais e honorários é o principal argumento da quadrilha. Esse procedimento simplesmente não existe. Mas, além desse golpe, há o permanente assédio dos bancos aos aposentados que têm empréstimos consignados, para que façam portabilidade, com oferta de redução do valor descontado do salário e dos juros, além de mais dinheiro na conta bancária. As ligações são feitas a qualquer horário e as interlocutoras não são treinadas para lidar com o público. Em vez de ganhar clientes, os bancos conquistam antipatia. Só os absolutamente ingênuos acreditam que os bancos estão realmente preocupados com a saúde financeira. Na verdade, querem engordar a carteira de crédito e obter mais lucro.
» Pedro Dias,
Asa Norte
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