Bolsa Família
Trata-se de programa social destinado aos desfavorecidos ou excluídos da vida “normal”. O fundamento é garantir a famílias vulneráveis acesso à alimentação e educação dos filhos. Porém — ah, porém! — é um tampão que esconde as altas compensações de camadas ultraprivilegiadas da política e do serviço público, em graus inimagináveis e incalculáveis. As denominações variam desde ajuda de custo, diárias extraordinárias, rescisão contratual com recontratação, 13º proporcional, auxílio-moradia, férias acumuladas. As regalias — ou achegas — têm diversos outros nomes: exoneração com renomeação, progressão funcional, vale-hospedagem, diárias extraordinárias, bolsa de estudo no exterior, rendimentos acessórios, aditamento ou acréscimos, locação de automóveis, fretamento de aeronaves, combustível, verba de gabinete para contratar auxiliares, cota postal, emendas parlamentares, auxílio-paletó, expediente de três dias por semana, férias duplas, tratamento de saúde de valor ilimitado. O custo dos benefícios per capita pode chegar a 500 vezes a renda média dos brasileiros. Sem falar que um senador ou senadora pode passar de suplente a efetivo de filho, pais ou cônjuge, por anos a fio. Isso tudo em nosso país — que passa por dificuldades de manutenção básica para a população. E que discute o encurtamento do auxílio mínimo para a sobrevivência. É ou não é fantástica a vida em Brasília?
» Thelma B. Oliveira,
Asa Norte
Dia dos Pais
Depois da atabalhoada mensagem sobre o Dia do Agricultor, quando foi deletada a infeliz imagem de um homem do campo segurando uma espingarda, a criativa e precavida Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto decidiu encomendar dois filmes em homenagem ao Dia dos Pais. Recheados de amor e ternura. O presidente aprovou, encantado e emocionado, as duas peças publicitárias de enorme efeito social e familiar. Na primeira, Bolsonaro e filhos aparecem eufóricos. Cada um segurando uma arma diferente. Todos sem máscara. No segundo filme, caso o primeiro seja reprovado pelas redes sociais, surgirá Bolsonaro com ar vitorioso, sem máscara, exortando a cloroquina, com palavras de amor eterno dos filhos ao dedicado pai. Fofos!
» Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
Cinemateca
Fica devendo, o sr. Mário Frias, secretário especial de Cultura, a apresentação do plano de manutenção preventiva da Cinemateca. Afinal, já se passaram quase três anos de governo, tempo suficiente para se ter um diagnóstico e correção de possíveis falhas das condições estruturais do prédio que abriga a Cinemateca. Se houve o plano, com diagnóstico e recomendações para as devidas correções ou manutenções e a autoridade superior tenha negado os recursos para tal, então, sim, vamos buscar outros culpados. Faltam recursos? Sim, mas para obras emergenciais não se pode negar (e o resultado aí está... cinzas!). Ou será que não se pode remanejar um pouquinho daqueles R$ 6 bilhões do vergonhoso orçamento partidário, proposto e aprovado pelos políticos? Muito simplista a afirmação do senhor secretário, culpando governos anteriores. Sabemos todos que foi, sim, um desastre a roubalheira, a pilhagem dos cofres públicos no passado “mensalônico”. Mas e agora? Por que não cuidaram, em dois anos e meio de novo governo, e deixaram a Cinemateca virar cinzas? Como no caso do Museu Nacional, ninguém gosta de falar de má-gestão. A culpa é sempre dos outros. Que o diga o MPF que, há um ano, entrou com Ação Civil Pública contra a União por abandono da Cinemateca, onde, segundo se publicou, “não há nenhum técnico atuando na instituição, algo que prejudica a segurança do local e do acervo”. Nada é prioridade neste país, à exceção apenas das disputas políticas, dos financiamento de campanhas e das brigas entre os Poderes. Mais um acervo de incalculável valor se transformou em cinzas, não bastou a irreparável perda do acervo do Museu Nacional. Que pena! Acorda, Brasil!
» Paulo Silva,
Asa Sul
Eu, o eleitor
O Supremo Tribunal Federal (STF) deveria contestar as estatísticas apresentadas antes de atacar o presidente, que foi muito comedido. Se os cálculos apresentados estão corretos, resta comprovado que houve, sim, fraude. Aquela probabilidade é meramente estatística, irrealizável na prática. Além do mais, ao TSE cabe administrar o processo, não legislar sobre ele. Por último, eu, o eleitor, quero ver o meu voto registrado fisicamente antes de confirmar. Ou, na democracia brasileira, ao eleitor, não cabe esse direito?
» Rubi Rodrigues,
Octogonal
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