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Correio Braziliense
postado em 03/08/2021 21:56 / atualizado em 03/08/2021 21:57

Brasil e Japão

Os olhos do mundo se voltam para o Japão. Mas é difícil entender como esse país que começou a vacinar contra a covid em 19/2/2021, depois do Brasil, e tem um índice de imunização pouco acima do nosso: 69 doses por 100 pessoas, contra 67 por 100 do Brasil, conseguiu controlar essa doença tão grave. Até hoje, o Japão teve apenas 15.211 mortes, índice de 120,7 por milhão de pessoas, enquanto o Brasil teve 556.834 óbitos, índice de 2.620 por milhão. Tivemos 22 vezes mais mortes que no Japão, resultado trágico e cruel. Graças ao controle da doença, o Japão pôde sediar as Olimpíadas e receber milhares de pessoas de todas as partes do mundo. Mas como o Japão, começando a vacinar tardiamente, conseguiu controlar a doença? Como sempre dizem os epidemiologistas e a OMS, a vacinação é a maneira mais efetiva de evitar contágio e controlar a doença, mas não é a única. Infelizmente, no Brasil, a vacina tardou e, o governo federal, por meio do presidente e do Ministério da Saúde, tudo fizeram para impedir que o isolamento social prevalecesse. A pretexto de defender o egoísta ‘direito de ir e vir’, menosprezou-se o direito à vida e o dever de governar, causando mortes evitáveis de centenas de milhares de brasileiros.
» Ricardo Pires,
Asa Sul


Mitos

Muitos pontos precisam ser desmistificados sobre as urnas eletrônicas. O primeiro deles é achar que só o Brasil adota o sistema eletrônico de votação. Segundo o Instituto para a Democracia e Assistência Eleitoral Internacional (International Idea), 46 países adotam o voto eletrônico em nível nacional ou regional, incluindo EUA, Canadá, França, Austrália e Brasil. Outro mito é sobre a segurança das urnas eletrônicas brasileiras e o voto impresso defendido pelo presidente Bolsonaro. As urnas eletrônicas são auditáveis e seguras, passando por uma série de etapas auditáveis. Antes das eleições, várias instituições podem inspecionar o desenvolvimento pelo TSE da programação das urnas eletrônicas. Há testes públicos de seguranças, que são submetidos propositalmente a ataques de hackers para identificar suas vulnerabilidades. Após os testes e correções, o programa original é lacrado e guardado em um cofre, enquanto cópias são instaladas nas urnas, onde é feita nova verificação pública com várias instituições partícipes dos testes de seguranças. Havendo qualquer discrepância nessas etapas, as urnas não funcionam. Antes de abrir a votação, o presidente da sessão imprime um boletim da urna que comprova não ter havido voto prévio (a chamada “zerésima”), assinado pelo presidente e fiscais dos partidos. Encerrada a votação, é impresso novo boletim da urna, que mostra quantos votos cada candidato recebeu naquela sessão, também conferido e assinado. Só depois os dados são enviados criptografados para o TSE, através de rede interna, onde são totalizados. Até hoje, jamais houve qualquer divergência ou comprovação de fraude. A recontagem das cédulas físicas, como quer Bolsonaro, apresenta várias dificuldades e riscos, seja pela má conservação ou por erro humano de contagem, possibilitando sempre que haja diferenças entre a contagem física e a contagem eletrônica, independentemente de fraude. Por isso, a ideia do voto impresso é um retrocesso sob todos os aspectos, como se um ábaco fosse mais confiável que uma calculadora científica. O voto impresso, portanto, não trará mais segurança; ao contrário, só mais confusão e desinformação, justamente essa a intenção que parece ser de um presidente cada vez mais longe da reeleição.
» Ricardo Santoro,
Lago Sul


Retrocessos

O desembarque do Centrão no governo Bolsonaro é um elemento que manda o país de volta para o passado. Claro que agrupamentos fisiológicos ocorrem no parlamento brasileiro desde o Império. Evidentemente, eles circulam o Poder Executivo e dele muitas vezes fazem parte sempre com o objetivo de garantir brasa sob as suas sardinhas. As pautas de costumes, que muitos enxergam como um mal menor do extremista capitão, comportam barbaridades que podem ajudar a tornar o Brasil um país ultrapassado. Entre elas estão a ampliação do porte de armas; o homeschooling, que permite que crianças sejam educadas em casa pelos pais; a proibição total do aborto, mesmo para gestação de fetos anencéfalos, entre outros temas. Nem os brasileiros que ainda insistem em apoiar Bolsonaro merecem um retrocesso desse tamanho. Da maneira como o presidente Bolsonaro está conduzindo e pleiteando aprovar determinadas ações, a sociedade corre o risco de ver sua democracia destruída ao recuar pelo menos 30 anos em direção ao passado. Mudando de assunto: os muitos generais que circulam Jair Bolsonaro, com meus respeitos, estão “domesticados”. Obedecem cegamente ao capitão, não questionam seus métodos, compram e multiplicam seus equívocos, aceitam todas as suas barbaridades, mesmo as mais antidemocráticas. Se acham espertos por receber contracheques de até R$ 100 mil (91 salários mínimos), como o de Braga Netto deste mês.Talvez, por isso ,sejam tão mansos.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras

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