Ameaças
Há muita gente que divide a terra plana em duas bandas: esquerda e direita. Desconsiderando que, acima de gostos e desgostos, paira uma instância chamada ‘lei’, que rege a todos — de cima a baixo. A lei não tem que agradar a A ou B. Às vezes, querem calá-la, mediante armas e ameaças de ocasião. Quando a força oprime, a lei se quebra. Tem os que se declaram acima dela ou que a dispensam. Há os que vivem acima das nuvens, dispõem de recursos milionários e conhecem a estratosfera. O mundo lhes é estranho, com seus perrengues e suas misérias. Há os egressos da ditadura — de triste memória — e que sonham com rifles e canhões. Mas o populacho — a maioria de nós — depende de empregos regidos por leis trabalhistas, que assegurem direitos mínimos. Sem elas, o amanhã é turvo, o guarda da esquina é inimigo e não se sabe qual será a próxima cilada. Os que se consideram de direita são os que têm em mente um golpe que esmague a gentalha carente e faminta. Deliram com um Estado de direita, por medo de perder as bocas. Fazem de tudo para simular ordem e progresso, num céu de eterno verde, amarelo e azul anil. Seu lema é: privilégios acima de tudo. Sonham com leis que enquadrem os miseráveis, desde que possam viver em palácios e cercadinhos. Perpetuamente. Ao abrigo da ralé que os sustenta.
» Thelma B. Oliveira,
Asa Norte
Passividade
Quando um presidente da República ameaça o STF dizendo textualmente que “a corte não agiu dentro das quatro linhas da Constituição. Então, o antídoto para isso também não está dentro das quatro linhas”. Dentro da cabeça do indivíduo que, parece clonada de Luiz XIV, o convencimento de que, “lê etait si moi” aliado a completa falta de amor próprio, de seus subordinados militares, apoiado concomitantemente por Arthur Lira, presidente da Câmara, é fácil prever a derrocada da democracia. O que carece de coerência é a passividade dos poderes da República e a teimosia dos bolsonaristas que, continuam apoiando o ser. Tendo em vista que representam a classe média, causam-nos um sentimento de desilusão inenarrável. Tudo isso teve início quando, recém-empossado, a criatura atravessou a Praça dos Três Poderes, acompanhada de uma tropa, e invadiu o Supremo Tribunal Federal (STF), adentrando no gabinete do ministro que, atoleimado, recebeu a quebra de protocolo com cara de bobo. Ou os homens responsáveis por esse país se mexem, ou estaremos em breve assistindo a extinção do pouco que nos resta de credibilidade internacional.
» Alice de Carvalho Martins Alves,
Núcleo Bandeirante
Valores
Peço espaço ao Correio e parabenizo ao dr. Roberto Doglia Azambuja pela sábia explanação sobre o cumprimento do papel esclarecedor na escalada da dra. Luana Araújo na CPI da covid — off label. Sinto-me honrado por ter trabalhado no Hospital Regional do Gama, sob a supervisão do dr. Azambuja, na década de 1970, como diretor daquela instituição e que só nos deixou boas lembranças, quando a rede hospitalar tinha atendimento de primeira qualidade. Nessa sociedade em que todo mundo sabe de tudo e que, na realidade, ninguém sabe de nada, naquela ocasião via-se excelente resultado na obtenção de resultados médicos.Tenho orgulho de ter pertencido a toda geração de administração pública desde os governos de 1964 a 2016 (governos militares, diretas já, impacto organizacional com a promulgação da constituição de 1988) e graças ao Dr Azambuja, Cel Lauro Caminha Fiuza Lima, e outros superiores só tive a ganhar como jovem, não com salário fabulosos (a gente ganhava pouco, mas éramos felizes), mas com ética, moral, disciplina, respeito ao semelhante, zelo e esforços pela causa pública, e ao assimilar esse conjunto de valores atribui ter alcançado vida-longa funcional de 53 anos de serviço público, sem falta ao trabalho, e ou, qualquer tipo de licença. Avante Brasil, vamos resgatar nossos valores com total respeito às competências de cada poder: Executivo, Legislativo e Judiciário.
» José de S. Neto,
Guará
Aos pais
O pai carinho é pão de mel,
Pai protetor é pão do céu,
O pai herói é pão sovado,
Pai adorado é pão sagrado.
É pão honesto, o pai trabalho,
O pai sabor é pão de alho.
É pão de sal, pai zangadinho,
O pai da família é pão quentinho.
É pão de forma, o pai exemplo,
É pão de amor, o Pai do Templo,
Pão de melado, pai beijoqueiro,
É pão na mesa, o pai dinheiro,
Pão de saudade, pai da partida,
É pão eterno, o pai da vida.
» Marcelo de Lima Araújo,
Rio de Janeiro (RJ)
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.