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Visão do Correio: Planeta em risco

O verão rigoroso no Canadá, as enchentes na Alemanha e os incêndios na Califórnia e na Grécia bem ilustram os danos da mudança climática, com repercussão na população humana

Correio Braziliense
postado em 10/08/2021 06:00 / atualizado em 10/08/2021 07:34
 (crédito: Fábio Nascimento/Greenpeace)
(crédito: Fábio Nascimento/Greenpeace)

Não se trata de especulação ou possibilidade que poderia ser descartada. O avanço acelerado do aquecimento global é ameaça concreta ao planeta e a todos os seres que nele habitam. O alerta está no relatório, elaborado por especialistas do Painel Internacional sobre Mudança Climática (IPCC), divulgado ontem. O documento, embasado em mais de 14 mil estudos científicos, prevê que a temperatura da Terra terá aumento de 1,5ºC em 2030, meta fixada para a década seguinte pelo Acordo de Paris, assinado por mais de 150 países em 2015. Para o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o estudo soa como “uma sentença de morte para combustíveis fósseis”.

Além dos derivados de petróleo, que se destacam entre os emissores de carbono na atmosfera, o documento aponta a queima de carvão e gás natural, os incêndios florestais e o desmatamento em larga escala. Até abril deste ano, a temperatura da superfície global ficou 0,79º acima da média global do século 20 (13,7ºC). Os fenômenos climáticos — tempestades, enchentes, degelo na Antártica e Groenlândia, calor extremo e estiagens prolongadas — serão muito mais severos, com danos inimagináveis no campo e nas cidades. O verão rigoroso no Canadá, as enchentes na Alemanha e os incêndios na Califórnia e na Grécia bem ilustram os danos da mudança climática, com repercussão na população humana.

Os impactos sociais e econômicos serão, igualmente, dramáticos. Entre os setores que serão mais afetados, estão a agricultura e a pecuária. No Brasil, a mudança poderá significar um grande revés ao agronegócio, que tem relevante peso na balança comercial nacional. A queda na produção de alimentos implicará aumento da fome e da miséria. Ou seja, o agravamento de uma realidade que hoje é dramática e que fez o país retornar ao Mapa Global da Fome.

A negligência governamental com o patrimônio natural brasileiro — com aumento das queimadas e do desmatamento tanto na Amazônia quanto no cerrado e em outros biomas — cobrará um preço alto no futuro. O descaso com o meio ambiente, a cada ano, tem reflexos negativos no regime de chuvas, o que obriga o país a apelar às poluentes termelétricas, a fim de evitar um apagão geral.

As conclusões do sexto relatório serão debatidas na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de 31 de outubro a 12 de novembro, na cidade escocesa de Glasgow, sob a presidência do Reino Unido. O estabelecimento de novas metas de redução dos gases de efeito estufa, revisão dos meios de produção industrial, a fim de fortalecer modelos econômicos sustentados, entre outros temas, estarão em debate. Diante de tantos desafios em política ambiental, o Brasil, mais uma vez, não terá como liderar as discussões.

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Cultura
Há tempos, enfatizamos a responsabilidade do Estado na cultura no plano que lhe cabe, enquanto garante de políticas públicas efetivas e democráticas para a defesa, o estudo e a preservação do patrimônio da nação, enquanto promotor do gênio criativo de mudança e de inovação da sociedade. Garante a integridade do legado patrimonial, público, do passado e do presente; de meios de incentivos para a criação e soma de novos valores enriquecendo e ampliando o adquirido. Em suma, cabe-lhe assegurar através de boas políticas públicas do presente, a transição para o futuro do legado histórico de todo um povo.O afã e a euforia que pomos no consumismo desenfreado e imediato, acrítico, distraí-nos do essencial que se traduz no clássico saber universal de que não há festa sem colheita nem produção; não há produto nem economia nenhuma sem criação, sem inovação ou invenção; não há tecnologia sem aprendizagem e saber fazer; não há educação sem cultura, sem ciência; não há negócio sem gente, nem consumidor sem produto, sem produtor. Hoje, todas as crianças de tanto verem filmes do Homem-Aranha conhecem bem a célebre frase de que “com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”. Quem pretende não a conhecer são alguns políticos e dirigentes públicos que se veem hoje com grandes poderes e rejubilam com os privilégios associados, mas não se mostram tão dispostos a assumir as responsabilidades que resultam do exercício dos cargos. Em vez de servir o interesse público, servem-se dos cargos e ressentem-se com qualquer tentativa de os levar a prestar contas por algo que corra menos bem. A verdade é que a democracia não pode funcionar sem assunção de responsabilidade. Muita descrença na democracia provém do que os cidadãos veem como fuga sistemática à responsabilidade num quadro em que a política é, cada vez, mais espetáculo e protagonismo individual. Há que quebrar este padrão de comportamento para que a democracia crie resiliência e continue a consolidar-se não obstante as investidas dos seus descontentes e inimigos
Marcos Fabrício Lopes da Silva, Asa Norte

 

Fiscalização
Em vista do desabamento do prédio da 713 Norte, está mais do que na hora do poder público fiscalizar e fazer cumprir as normas de segurança de engenharia e os padrões de urbanismo, especialmente nas 700 Norte. Inúmeros casos de “puxadinhos” verticais ameaçam a segurança de moradores e vizinhos, por representarem sobrecarga nas estruturas, além do que foram projetadas. São escandalosamente irregulares, elevando os prédios acima do gabarito, adensando a ocupação urbana e ainda trazendo sérios riscos para a intervenção dos bombeiros, em casos de incêndios e outras emergências. Além disso, enfeiam a paisagem de um local já polêmico, por destoar do resto do Plano Piloto.
Humberto Pellizzaro, Asa Norte

 

Procuradoria
Por onde andam os procuradores da República que defendiam abertamente o combate à corrupção? Eles eram tão fervorosos ao denunciar malfeitos institucionais e, hoje, estão permanente em silêncio total diante das ameaças do presidente Bolsonaro à democracia. O procurador Augusto Aras engaveta tudo que possa desestabilizar o governo, e ninguém abre o bico.
Marta Silva, Octogonal

 

Conselheiro
O ministro da Economia, Paulo Guedes, é o pior conselheiro do presidente Bolsonaro. Agora ele inventou mais um tropeço: resolveu não pagar os precatórios. Como um puro-sangue americano, ele atribuiu a culpa ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. “Ele ligou para mim e disse que a única saída era parcelar os precatórios.” Parece que tudo não passa de invenção do Paulo Guedes. O Ministro Gilmar Mendes é muito sério e não cairia nessa.
José Lineu de Freitas, Asa Sul

 

Pai
Pai mineiro é pão de queijo
Pai paulista é pão na chapa
Pai goiano é misto quente
Pai baiano é acarajé
Pai é pão pra toda obra.

Parabéns ao leitor Marcelo de Lima Araújo, RJ, pelos versinhos tão inspirados no Dia dos Pais

Thelma B. Oliveira, Asa Norte

Desabafo

Pode até não mudar a situação, mas altera sua disposição

 

Nesta segunda-feira, os japoneses reverenciaram os mais de 214 mil mortos, há 75 anos, pela bomba atômica. Aqui, o negacionismo e o descaso com a população mataram mais de 560 mil brasileiros.
Giovanna Gouveia — Águas Claras

 

Militares anteciparam a parada de 7 de Setembro ou foi uma exibição das forças antidemocracia?
Euzébio Queiroz — Octogonal

 

Com a gasolina a R$ 7, deveria haver desfile ciclístico pelas ruas de Brasília, e não ‘tanqueciata’ militar.
Eriston Cartaxo — Setor Noroeste

 

Se os nobres congressistas viram quem clamava por urnas eletrônicas nos anos 1990, então qual é a questão?
Marcos Paulino — Águas Claras

 

Cuba vive o caos em seus hospitais no pior momento da pandemia. Triste. Regime claudicando?
José Matias-Pereira — Lago Sul

 

Augusto Aras radicalizou na “brinderagem”. Além de engavetar ações, faz ouvidos moucos aos atos nada republicanos do capitão.
Joaquim Honório — Asa Sul

 

 

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