O setor de turismo é um dos mais afetados pela pandemia de covid-19 no mundo e, particularmente, no Brasil. Um ano e meio depois do surgimento dos primeiros casos de contaminação pelo novo coronavírus, as pessoas se isolaram em casa e cancelaram ou adiaram projetos de viagem, gerando forte impacto nas atividades do setor, com fechamento de unidades hoteleiras, agências de viagens e redução de emprego e renda. A segunda edição da Revista Dados e Informações do Turismo, lançada em junho pelo Ministério do Turismo, revela que o faturamento do setor encolheu 59%, além da queda de 15% no número de trabalhadores.
Os prejuízos são enormes, e a expectativa é de que as perdas só serão revertidas daqui a alguns anos. No entanto, a esperança de que a pandemia no Brasil vá sendo controlada com o avanço da imunização — ainda que a vacinação ocorra de forma lenta, com pouco mais de 22% da população vacinada com as duas doses ou dose única — faz com que as pessoas voltem a planejar roteiros de viagem.
Um levantamento recente feito pela plataforma de reservas Booking.com no Brasil aponta que 63% dos entrevistados consideram que viajar se tornou agora ainda mais importante do que antes da pandemia de covid-19. E que três em quatro brasileiros estão ansiosos para realizar a próxima viagem.
Com a restrição de entrada para o turista brasileiro em vários países da Europa e nos Estados Unidos — cuja liberação ainda se dá de forma gradativa —, o turismo interno se chancela como uma boa opção para viagens de férias e de fim de ano. Por causa da pandemia, muitos têm buscado viagens mais curtas, dentro do país, de preferência de carro, para locais abertos e em contato com a natureza, favorecendo o turismo sustentável. Pousadas, hotéis e resorts que se prepararam para receber o turista com todo o protocolo de saúde e segurança para evitar a contaminação pelo vírus entraram no radar dos turistas.
Levantamento da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) aponta que 67% das empresas de turismo no Brasil registraram no primeiro semestre deste ano faturamento de até 25% do que costumava ser antes da pandemia. Pouco ainda, mas já representa um alento para o setor e uma expectativa de melhora neste segundo semestre de 2021. É importante destacar que ações de conscientização e profissionalização de pequenos negócios no setor, com o cuidado e a responsabilidade que o momento exige, são mais que necessárias para que a retomada se dê de forma consistente e volte aos níveis pré-pandemia.
Do lado do turista, os cuidados devem começar no planejamento da viagem, seja no mercado interno ou externo, buscando roteiros que ofereçam segurança. Em aeroportos e rodoviárias, em meio à pandemia, é importante adaptar-se às novas regras e protocolos de viagem, principalmente quanto ao uso de máscara na área de circulação e dentro das aeronaves e ônibus. Muitos países exigem teste PCR e período de isolamento, além de seguro viagem com cobertura para covid-19. Os especialistas da área de saúde destacam a importância de se atentar, também, para o destino. Neste momento, os roteiros ideais são aqueles em que as pessoas vão se aglomerar menos e cidades com menor frequência de turistas.
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