OPINIÃO

Visto, lido e ouvido — Febre alta no planeta Terra

Desde 1960

Circe Cunha (interina)
postado em 18/08/2021 06:00

No mundo todo, a fúria da natureza dá mostras de que algo preocupante está a caminho. No Canadá, um país costumeiramente frio, as temperaturas neste ano bateram recordes. Na região da Colúmbia Britânica, os termômetros registraram 50ºC, o que provocou a destruição, por um incêndio florestal, de toda a pequena cidade de Lytton.

No norte da Europa, as cheias dos rios provocaram alagamentos nunca vistos na Alemanha e Áustria. Os desastres naturais vêm se acentuando a cada estação. Todo o Hemisfério Norte experimenta neste ano recordes de calor. Na Itália, os termômetros têm marcado temperaturas acima dos 40ºC em muitas regiões. Centenas de vidas foram perdidas nas enchentes, que devastaram parte da Holanda e de Luxemburgo.

Para os climatologistas, esses são os fenômenos mais intensos dos últimos séculos e ameaçam se repetir. No Japão, tsunamis gigantescos de lama, seguidos de deslizamentos de terra devastaram regiões como Shizuoka. No Iraque, as temperaturas ultrapassaram a marca dos 50ºC, derretendo objetos de plásticos dos automóveis e gerando colapso no abastecimento de energia elétrica e levando muitos à morte.

Nos Estados Unidos, a tempestade Elsa continua fazendo estragos e ameaçando vidas. Também nos EUA, uma onda de calor sem precedentes vem provocando mortes na região do Pacífico e em locais, antes frios, como Seattle. Lugares como Nova York, Filadélfia e Boston estão sob forte onda de calor, afetando mais de 40 milhões de americanos.

Na África, a seca e as intensas ondas de calor vêm registrando marcas também históricas. Na Índia, os efeitos de calor, seguidos de enchentes nunca vistas, demonstram que a Terra está entrando num ciclo de mudança do clima que pode afetar a todos indistintamente. Na Grécia, os incêndios, chamados de “verão do pesadelo”, vêm varrendo, há dias, sem controle pequenas cidades, nas ilhas próximas a Atenas. Uma situação que tem aterrorizado moradores e turistas.

Na realidade, não existe hoje lugar algum no planeta que não esteja experimentando condições climáticas extremas, o que só reforça o que há muito alertam os cientistas sobre o aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera, motivados, exclusivamente, pela ação humana. Pesquisa apresentada por Benjamin Schneider e Amy Nicole Salvaggio, da Universidade de Maryland, revela que a Terra aqueceu mais de 1,2º desde o início da era industrial, sendo que as temperaturas seguirão subindo cada vez mais até alcançarem níveis de catástrofes globais, com a morte de centenas de milhões de pessoas.

Segundo o painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), caso não cessem as atividades humanas que produzem o efeito estufa, o futuro será inclemente para todos e poderá abolir a vida sobre todo o planeta até mesmo antes do que se espera.

 

A frase que foi pronunciada

“Pode-se ver do espaço como a raça humana mudou a Terra. Quase todas as terras disponíveis foram desmatadas e agora são usadas para agricultura ou desenvolvimento urbano. As calotas polares estão diminuindo e as áreas desérticas estão aumentando. À noite, a Terra não está mais escura, mas grandes áreas estão iluminadas. Tudo isso é evidência de que a exploração humana do planeta está atingindo um limite crítico. Mas as demandas e expectativas humanas estão sempre aumentando. Não podemos continuar a poluir a atmosfera, envenenar o oceano e exaurir a terra. Não há mais nenhum meio disponível.”

Stephen Hawking, físico e autor

 

Crescei e multiplicai-vos

» Segundo o IBGE, em 2060, se até lá o clima do planeta for controlado, a perspectiva é de 19 milhões de idosos com mais de 80 anos. Em 1980 eram 684.789 e, em 2026, provavelmente, serão 3.458.279. Interessante é que o número de crianças em 1980 era de 16.942.583, e a previsão para 2060 será de 8.935.080.


Entorno

» Por essa não esperavam. Para a segurança dos pedestres, foram criadas passarelas aéreas, evitando atropelamentos na travessia de pistas largas e movimentadas. O problema é que, com a concentração de pedestres nessa área, o espaço virou alvo de trombadinhas que se aproveitam da falta de policiamento para furtar celulares e dinheiro.


Mudança de clima

» Até hoje, a vestimenta em parlamento causa celeuma. Tempos atrás, Helival Rios buscava notícias sobre a repórter proibida de entrar no plenário do Senado porque vestia calças compridas. Como estava de blusão, tirou as calças e perguntou ao segurança: Agora posso entrar? Entrou. Depois que uma moça, também repórter, entrou no parlamento suíço “restringindo devidamente a capacidade de muitos nobres de se concentrarem”, a Casa alterou as regras permitindo apenas a mostra dos ombros.


Presente para o futuro

» No Blog do Ari Cunha, um projeto interessante, intitulado Reconhecer Brasília. Trata-se de mostrar à criançada a importância da preservação do patrimônio da cidade. Com música, fotos, teatro e, por meio de manifestações culturais, a meninada vai tomando o sentido do carinho por Brasília.

 

História de Brasília

A Assessoria de Planejamento deu parecer contrário, e a Novacap mandou interditar a obra. Será construída no seu lugar, onde devia estar desde o começo: ao lado do DCT e da Central Telefônica. (Publicada em 7/2/1962)

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