Crises advindas da pandemia, da inflação que lhe segue os passos e da própria ingovernabilidade ameaçam, de fato, os brasileiros nesses tempos de incerteza. O mesmo ocorre com o resto do planeta, que parece ter entrado, definitivamente, na era das catástrofes climáticas, decorrentes do aquecimento global, somado ainda a uma recessão econômica que se anuncia no horizonte.
Pandemia, recessão e mudanças climáticas representam, sim, uma ameaça ao mundo e aos brasileiros nesse mesmo barco à deriva no século 21. Esses são os três cavaleiros do apocalipse que galopam de encontro a humanidade. Quanto a nós, o que temos no ambiente político e institucional é uma crise artificial, gestada, exclusivamente, por interesse pessoal do ocupante do Palácio do Planalto e de seu grupo imediato, cujos propósitos parecem imbicar rumo a um passado que os brasileiros julgavam perdido no tempo e encerrado com a redemocratização no começo dos anos 1980. O resto é lorota.
O problema é que uma crise dessa natureza, apesar de criada no laboratório de guerra, pode provocar uma crise de fato que, por contaminação, pode levar todo o Estado brasileiro de roldão e, por tabela, prejudicar ainda mais a situação de muitos cidadãos que habitam o país real e que se veem obrigados a bancar a conta dessas desavenças todas.
É de fato uma crise que só interessa ao presidente da República, em seu projeto de reeleição, mas que pode favorecer, e aí mora o perigo, o retorno do lulopetismo ou o fechamento político, duas pragas igualmente nefastas e que os cidadãos querem ver banidas da vida nacional. Não há meias palavras para descrever toda essa pantomima armada pelo Executivo.
Trata-se de uma cilada, à qual aderiram outros parceiros dentro do Congresso. A complicar o que parecia ser apenas uma crise feita sem lastro com a realidade, com o mesmo receituário seguido por Jânio Quadros e que deu no que deu, vemos correr, em paralelo, os trabalhos da CPI da Covid, a revolta dos governadores, a ameaça da variante Delta, a inflação ascendente, a infiltração do Centrão na máquina do Estado e o acirramento dos ânimos da população, açulada por extremistas irresponsáveis.
Não é pouco. Desnecessário dizer que caberia ao chefe de Estado, nesses tempos de agruras, se firmar como líder e apaziguador. Alguém capaz de construir pontes, e não de dinamitá-las, tornando a situação irreversível. Aqueles que, por suas características de espírito, não têm a capacidade de construir consensos e estabelecer laços de união, a história ensina e recomenda, que jamais sejam alçados a postos de comando, sob pena de lançar irmãos contra irmãos. Essa é uma lição que é preciso se aprender com rapidez, quem sabe antes de 2022.
A frase que foi pronunciada
“A paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos.”
Albert Einstein
Comunidade
Depois da celeuma causada com o PLC 69, o famoso projeto que arranca o sossego das residências, o deputado que se propôs a intermediar a comunidade com o parlamento local foi Rafael Prudente. Brasília é uma cidade politizada por natureza. A mobilização popular salvou a área verde que temos hoje no Parque Olhos D’Água. E pode salvar muito mais.
Espaço para todos
Ninguém imagina a guerra nos bastidores das clínicas veterinárias da cidade. É mais ou menos a mesma coisa que ocorre com algumas construtoras. Quando alguém sério aparece oferecendo um serviço destacado, agradando o consumidor com qualidade e compromisso, daí é perseguição certa.
Saúde
Está na hora de cuidar da audição dos motoristas de alguns ônibus que fazem longos percursos. É insuportável.
Estrago
Outro animal que precisa de atenção por causa da proliferação excessiva é o periquito. A ave destrói os forros das casas e, várias vezes, o pessoal de tevê a cabo é chamado para trocar fiação destruída por esse pequeno pássaro.
Estímulo irrefletido
Flávio Gordon surpreende no livro A Corrupção da Inteligência, lamentando “que aquele vício positivista tenha nos legado um sentido pueril de “objetividade”, que terminou por devastar a prosa não ficcional contemporânea”. O autor comenta que, nos manuais de redação e livros de cursinho, as regras padronizadas como “evite adjetivos” ou “use apenas a forma denotativa”, “prime pela impessoalidade” trazem a ideia do texto sem sujeito “como que extraída pronta da natureza. Uma linguagem só de objetos”.
História de Brasília
Da satisfação a gente ver a disposição de ser mantido o Plano de Brasília, que tem demonstrado, até agora, o sr. Sette Câmara.
(Publicada em 7/2/1962)
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