Capa histórica
A arte da capa do Correio Braziliense (21/8) é daquelas com vocação para premiação de melhor capa de qualquer concurso. Tive o cuidado de pesquisar capas dos jornais brasileiros desse dia, e não havia nada similar em criatividade, em que combinou a efervescência do momento político nefasto que o país vive provocado por um presidente mentecapto, em contraponto com os 40 anos da morte do genial cineasta Glauber Rocha, um influencer, como se diz na linguagem de hoje, da cinematografia nacional e internacional de então. Glauber foi admirado por diretores ícones, como Visconti, Rossellini e Buñel.Terra em Transe, de Glauber Rocha, é considerado um clássico do cinema nacional. Brasil em Transe, denotado na capa do CB, é a conjugação de transação do Centrão, constituído de políticos soezes, com o projeto dogmático de um zureta, auspiciando a imagem falimentar de nossa democracia perante o mundo. Capa histórica.
» Eduardo Pereira,
Jardim Botânico
Impera a dor
no Brasil
Em dois mil e dezoito, nesta nação,
Um falso profeta surgiu;
Jurando sepultar a corrupção,
Mas enganou e torturou todo o Brasil.
Fome
Com ódio, fome e inflação,
Apenas dejetos tinha na boca,
Sua lei era apenas a lei do cão,
Matava o pobre rindo como louca.
Fome
Seus modos eram arroubos trumpistas,
Que todo o povo afegane desgraçou,
Em ferozes guerras triunfalistas.
Fome.
Para sempre nossa história maculou,
O povo sempre o terá na lembrança,
Como o mentiroso e falso imperador.
Fome.
» Joaquim Antunes de Carvalho,
Asa Norte
Desumanidade
Artigo comovente e dramático da jornalista Ana Dubeux, A desumanidade sem filtros (22/8). Ana pontua bem: “Como humanidade secamos. Somos deserto”. Realmente, as cenas trágicas e pavorosas de caos, intolerância, covardia e desamor, exibidas no mundo inteiro, repudiadas por Dubeux, mostram que o ser humano fracassou. É evidente e compartilho da tristeza da autora do excelente texto. Ana frisa que reforçada em Deus, jamais deixará de lutar por melhores dias para seus filhos e neta. Mentes caridosas e corações solidários precisam se unir para que um belo dia o mundo seja melhor. Clamamos por mais fraternidade. O desespero precisa dá lugar para o paciente, necessário, insubstituível e candente amor. Fundamentado em sentimentos grandiosos. Passou da hora da estupidez e da intolerância, quase generalizadas, serem derrotadas por atitudes serenas e dignas. Precisamos encher os pulmões de esperanças, amor e solidariedade. Caso contrário, como salienta Ana Dubeux, com a alma em prantos, diante do absurdo de afegãos desesperados tentando fugir do próprio país, mostraremos que abrimos mão “da nossa condição de ser um coletivo que habita esta Terra em harmonia e com respeito”.
» Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
Grande gestores
No digestivo texto (20/8), o presidente do Conselho Regional do Sesc/Senac-DF, Francisco Cavalcante, foi feliz e, quiçá, inspirador aos futuros governantes da Federação. O histórico, matematicamente traçado, tal qual o esboço confeccionado pelo mestre Niemeyer e seu parceiro Costa, quando venceram o concurso que deu forma à capital modelo, Brasília, há 61 anos, época em que Juscelino Kubitschek, que inclusive completou seu quadragésimo quinto ano de morte neste domingo (22 de agosto), presidia a nação verde e amarela e colocava em prática seu Plano de Metas. Dando sequência, após o parêntese, Cavalcante nos brindou com a citação de geniais gestores brasileiros, a exemplo do Barão de Mauá, de Irineu Souza e de Getúlio Vargas, tendo sido este último o legítimo criador do Sistema Social, na década de 1940, e fundador da Companhia Siderúrgica Nacional, além de consolidar as Leis do Trabalho (CLT), entre tantos outros importantes legados que tantos políticos modernos — como, inteligentemente, lembrado no texto de Circe Cunha, não por acaso encaixado logo ao lado — meramente por não serem gestores diplomados, fizeram questão de aposentar, extinguir ou privatizar. Viva Vargas, “mãe dos pobres e pai dos ricos”, no histórico jargão da época, e uma sonora vaia ao pastor ministro da Educação, Milton Ribeiro, e a seus antecessores bolsonaristas daquela pasta, cujos nomes, por asco, prefiro nem sequer aqui evocar!
» Nelio Kobra Machado,
Asa Norte
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