Os festivais que ocorreram na segunda metade da década de 1960 foram responsáveis pelo surgimento da geração de compositores e cantores de maior relevância da história da música popular brasileira. São artistas que, em plena maturidade, continuam dando importante contribuição à cultura do país. Mesmo durante a longa quarentena, determinada pela pandemia da covid-19, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Edu Lobo, Chico Buarque e Milton Nascimento se mantêm em atividade, fazendo lives — alguns deles —, criando canções e desenvolvendo projetos...
Segundo colocado no Festival da Record, em 1967, com Domingo no Parque, Gilberto Gil comemorou 79 anos em 29 de junho último. Duas semanas antes, havia comandado o Arraial do Gil, quando cantou Andar com fé, Esperando na janela e outros sucessos de sua obra e dividiu a interpretação de Asa Branca (Luiz Gonzaga), com Juliete, a vencedora da última edição do Big Brother Brasil. Sempre otimista, Gil faz planos para uma excursão, durante o verão europeu de 2022, ao lado dos filhos, netos e bisneta.
Caetano Veloso, descoberto pelo Brasil no mesmo festival promovido pela TV Record, ao se classificar em quarto lugar com Alegria, alegria, também completou 79 anos no último dia 7. O eterno tropicalista no momento cumpre turnê, com show de voz e violão, pela Europa. Com lotação esgotada antecipadamente para todas as apresentações, ele já passou pela Alemanha (Hamburgo), França (Paris) e Bélgica (Bruxelas). De amanhã até dia 11, será a vez dos portugueses o aplaudir em teatros de Lisboa e Porto. Na volta ao Brasil, lançará novo álbum de canções inéditas pela Sony Music — sua nova gravadora.
Edu Lobo, vencedor do Festival da TV Excelsior, em 1965, com Arrastão; e do Festival da Record de 1967, com Ponteio, há dois dias fez 78 anos. O cantor e compositor carioca acaba de lançar nas plataformas digitais, pela Biscoito Fino, o CD e o DVD que traz o registo do espetáculo que apresentou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 29 de agosto de 2013, comemorativo de 50 anos de trajetória artística, tendo como convidados Chico Buarque, Maria Bethânia, Mônica Salmaso e o filho, Bernardo Lobo.
Com A Banda, Chico Buarque, ícone da MPB, foi o ganhador do Festival da Record, em 1966. Na edição do ano seguinte, Roda Viva (outro dos seus incontáveis clássicos) se classificou em segundo lugar. Com vastíssima e consagrada obra, Chico comemorou 77 anos, abraçado por fãs, ao participar de protesto contra Bolsonaro, na Avenida Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, em 19 de junho. O ídolo foi um dos principais alvos da censura no período da ditadura militar. Apesar de você e Vai passar, canções que, à época, chegaram a ser proibidas de tocar no rádio ,mantêm-se atualíssimas.
Milton Nascimento foi o segundo colocado no Festival Internacional da Canção, em 1967, com Travessia (dele e do eterno parceiro Fernando Brant). O Bituca, como é chamado pelos amigos, completa 79 anos no próximo 26 de outubro. Fundador do Clube da Esquina e festejado nacional e internacionalmente, em tempo de crise sanitária, tem se guardado no sítio que mantém em Juiz de Fora (MG). De lá, só saiu em abril de 2020 para gravar um EP com Criolo e o guitarrista Amaro Freitas, no qual foram registradas quatro músicas. Uma delas, Não existe amor em SP, de autoria do compositor paulistano. A música foi tema da campanha Existe amor, criada para arrecadar doações a pessoas em situação de vulnerabilidade durante a pandemia. Em recente entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Milton afirmou: “O Brasil está na pior fase de sua história recente. É preciso muita força, muito amor e muita esperança para atravessar esse momento tão sombrio”.
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