Li, nesta semana, a declaração comovente de uma jovem que perdeu a irmã, de 11 anos, para o novo coronavírus, em Cascavel (PR). “É uma dor tão forte que não sei explicar, nunca vai passar essa dor. Eu vou chegar em casa e não vou ver a minha menina. Eu peço para que todo mundo continue se cuidando. Não deixem a máscara, não deixem o álcool, porque, infelizmente, a covid tirou minha menina de mim”, contou à RPC. A garotinha, que tinha asma, testou positivo para o vírus em 21 de agosto e morreu no dia 30.
Apesar de serem menos suscetíveis à covid-19, crianças e adolescentes podem, sim, desenvolver casos graves da doença e perderem a vida, tendo ou não comorbidades. Conforme a Fiocruz, com base em dados do Ministério da Saúde, houve 1.207 vítimas de até 18 anos em 2020 — quase metade tinha menos de 2 anos.Há indícios de outro perigo para eles. Especialistas investigam se existe relação entre a covid-19 e casos de síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica na faixa etária de 7 meses a 16 anos. Entre os sintomas da SIM-P, estão febre persistente, pressão baixa, conjuntivite, manchas no corpo, diarreia, dor abdominal, náuseas, vômitos, comprometimento respiratório.
A variante Delta — mais transmissível — potencializou o risco de meninos e meninas contraírem covid-19. Nos Estados Unidos, por exemplo, houve mais hospitalização de crianças e adolescentes no mês passado do que em qualquer outra época do ano de 2020, mostrando o poder dessa mutação do vírus. De acordo com reportagem da CNN, de 20 a 26 de agosto, uma média de 330 crianças foram admitidas em hospitais americanos, todos os dias, por causa da doença.
Aqui no Brasil, nem vacinamos todos os adultos contra o novo coronavírus, que dirá os adolescentes. E lembrando que só há um tipo de imunizante para a faixa etária a partir de 12 anos, o da Pfizer. Para as crianças abaixo dessa idade, ainda não existe nenhuma vacina autorizada, ou seja, deve demorar para que elas consigam essa proteção. É imprescindível, portanto, que estejamos todos imunizados, para, por tabela, deixá-las seguras, além de seguirmos, claro, as medidas não farmacológicas, como uso de máscara e distanciamento social. Não dê ouvidos aos ignorantes, inclusive gestores públicos, que negam a gravidade da pandemia e refutam as evidências científicas.
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