Se ainda existem pessoas que duvidam da eficácia das vacinas contra o coronavírus usadas no Brasil, estudos de cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) são um poderoso antídoto para acabar de uma vez por todas com a incredulidade. Vamos aos fatos: no mais recente Boletim Observatório Covid-19, divulgado na última sexta-feira, os pesquisadores destacam que, pela décima semana consecutiva, houve redução no número de casos e de mortes provocados pela doença no país, além de queda na positividade dos testes para detecção do vírus. E, ressaltam eles no levantamento, tudo isso acontece à medida que a campanha de imunização evolui no país.
“Apesar de ainda ser necessário avançar na ampliação e aceleração da vacinação, esse processo contribui para a importante tendência de redução da incidência e da mortalidade, sendo notável o declínio no número absoluto de internações e óbitos em todas as faixas etárias”, atestam os pesquisadores do observatório. Até a quinta-feira, o portal Monitora Covid, da Fiocruz, mostrava que 133.075.868 milhões de brasileiros adultos (83,15% desse contingente) tinham tomado, pelo menos, uma dose de vacina. No total geral, 64.652.056 de pessoas, o equivalente a 40,4% da população adulta, haviam concluído o ciclo de imunização com duas doses ou dose única.
No entanto, a preocupação com a variante Delta segue no radar. Por isso, os cientistas da Fiocruz ressaltam a necessidade de atenção diante do temor de agravamento da pandemia, sobretudo pela difusão da mutação, identificada primeiramente na Índia e, hoje, principal causa de infecções e mortes no mundo. Em relação ao Brasil, a apreensão se justifica, sobretudo, porque grande parte da população ainda não completou o esquema vacinal. Na época desse último boletim, que abrange a semana epidemiológica de 15 a 28 de agosto, a taxa de letalidade da covid-19 no país estava em torno de 2,8%, considerada alta frente outros países que adotam medidas de proteção coletiva mais rígidas, como testagem massiva e cuidados intensivos para doentes graves.
No Boletim, a Fiocruz ressalta que, apesar de os níveis de incidência de síndromes respiratórias agudas graves – causadas principalmente pela covid-19 – apontarem uma tendência geral de redução no país, cinco unidades da Federação ainda apresentam grau de incidência extremamente alto: Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, São Paulo e o Distrito Federal. Além disso, muitas capitais das regiões Sul, Sudeste e Nordeste registraram tendência de aumento de casos: Porto Alegre, Florianópolis, São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, Salvador, Aracaju, Maceió, João Pessoa, Natal e Fortaleza.
Portanto, se você é daqueles que estão loucos para deixar de lado os protocolos sanitários e voltar à vida pré-pandemia, os cientistas alertam que ainda não chegou a hora. Além de ampliar e acelerar a imunização – na faixa etária dos 12 aos 17 anos e de idosos que necessitam da terceira dose –, os estudiosos alertam que, enquanto a pandemia estiver em curso, é fundamental para todos, mesmo os que já tomaram vacina, manter medidas como o uso de máscaras e de distanciamento físico. No último Boletim Covid, eles defendem que secretarias de Saúde, comerciantes, empresários e todas as entidades que puderem se mobilizem para frear a transmissão do vírus, com iniciativas, sugerem, como a distribuição de máscaras de boa qualidade para a população.
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