Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 05/09/2021 22:28

Perdas

De chofre, vem a pergunta inevitável: “Foi de covid?” Essa indagação está em nosso inconsciente quando sabemos que alguém faleceu, e, principalmente, quando é um artista. Tarcísio Meira, Paulo Gustavo, Nicette Bruno, Agnaldo Timóteo, João Acaiabe, Genival Lacerda e tantos outros, simbolizam a morte por negacionismo e o descaso por corrupção revelado pela CPI da Covid. O ator Sérgio Mamberti não foi covid, mas desde a morte de Aldir Blanc, qualquer artista falecido por esse vírus ou não, está embutido na alma nacional, por colateralidade, pelo vazio cultural de seus equipamentos na completude, o sentimento de que a covid é o câncer na alma nacional; é a parada cardíaca a aniquilar o país; é a falência múltipla dos órgãos oficiais responsáveis pela gerência do Estado; é o luto na bandeira nacional alijando suas multicores. A morte de um artista nesse momento fúnebre debilita a psique coletiva nacional quer queira, quer não. Esses artistas e suas criações foram, e são, os responsáveis pelas delícias de nossos porres comemorando algum momento jubiloso de nossas vidas, pelo preenchimento de nosso lazer cotidiano. Portanto, quando morre um artista — é inelutável o estribilho — morre um pouco de nós também.
» Eduardo Pereira,
Jardim Botânico

» Após as anunciadas medidas, na semana passada, pelo governador do DF de supressão do toque de recolher e liberação, sem limites, para funcionamento de bares e restaurantes do DF, houve aumento de mais de 50% dos casos de contaminados e mortes pela covid 19. Reforça essa gravidade, dados levantados e publicados pela mídia de que houve aumento exponencial de casos entre servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no mês passado. Uma das principais causas se refere à abertura total, sem limites de horários, do comércio alimentício em geral. Há previsão de se aumentar ou explodir novos casos em setembro pela variante Delta em todo o Brasil. Se essa previsão dos infectologistas se confirmar, teremos que pensar urgente no lockdown em todo o território nacional. Se aboliu nas ruas o uso de máscaras e álcool em gel, lembrando que o distanciamento social não existe. Com a palavra, o DF Legal e a fiscalização sanitária para aumentar rigorosamente a fiscalização contra bares e restaurantes infratores.
» Simão Szklarowsky,
Asa Sul

Prova de vida

A suspensão da prova de vida de aposentados e pensionistas, vetada pelo presidente Bolsonaro, é mais um ato de crueldade com os idosos, maioria esmagadora dos beneficiados pelo benefício previdenciário. É mais uma amostra da falta de empatia do senhor presidente com essa parcela da sociedade e uma forma desonesta de cassar os benefícios daqueles que, sem condições, não poderão se deslocar aos postos do INSS para a prova de vida... Sabe-se que a Previdência não dispõe de funcionários em número suficiente para atender a demanda por benefícios. Hoje, reconheceu o INSS, há mais de 2 milhões de benefícios reprimidos por falta de pessoal para atender os que buscam os serviços do instituto. Mas o governo é indiferente aos brasileiros que, desgraçadamente, precisam dos serviços públicos. É indiferente ao sofrimento da população, principalmente à parcela mais carente. Quer mais que pobre e pretos se explodam. A sua preocupação é achincalhar os Poderes e criar conflitos para desviar a atenção da sociedade para a sua inoperância em relação à vacinação, ao caos na saúde, na educação, na segurança. Mas a preocupação maior é criar densas nuvens de fumaça, por meio de um comportamento antidemocrático, para acobertar os malfeitos de seus filhos, enrolados em graves suspeitas de corrupção, algumas já confessadas pelos parceiros de desmandos. Se hoje o covid-19 é praga que ameaça os brasileiros, Bolsonaro e seus seguidores dão de 10 a zero no vírus.
» Filipo Gucheret,
Asa Norte

» Bolsonaro veta suspensão de prova de vida dos aposentados do INSS durante a pandemia. Diante de tudo que ele fez, o povo tem agora que comprovar que conseguiu sobreviver.
» Vital Ramos de Vasconcelos Júnior,
Jardim Botânico

Sete de Setembro

Manifestações a favor do governo estavam programadas havia um mês. Entretanto, os oposicionistas, que, inicialmente, tinham programado seus atos para o dia 12, decidiram levá-los a efeito na mesma data da Independência. O atual presidente garantiu que estará presente em Brasília e em São Paulo. O ex-presidente Lula compareceria ao ato no Vale do Anhangabaú; lamentavelmente, porém, desistiu de estar presente a tão significativo evento sem apresentar justificativa. De qualquer modo, será uma ótima oportunidade para fazermos comparações. Os vermelhos estão obrigados a levar multidão pelo menos duas vezes maior do que os verde-amarelos para confirmar as previsões das pesquisas de que seu líder está eleito no primeiro turno disparado. Se assim não o fizerem, as pesquisas ficarão em xeque e ganhará força a hipótese, criminosamente disseminada, de que haverá fraude nas urnas para eleger Lula.
» Roberto Doglia Azambuja,
Asa Sul

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