Conchavos
A política continua parando o Brasil. Governantes só pensam numa possível reeleição, ou deixam o cargo para disputar posto no próximo pleito. Os funcionários públicos, sem saber quais serão as novas diretrizes, põem seus projetos em banho-maria. Empresas e organizações sociais que esperavam executar alguns desses projetos sabem que, agora, precisarão voltar várias casas para o início do tabuleiro, retomando novas discussões e consultas. O mesmo ocorre no Legislativo: congressistas pré-candidatos acumulam faltas, em razão da crise sanitária. E não querem nem ouvir falar das tão necessárias (porém impopulares) reformas econômicas, com medo de que elas possam afetar suas intenções de voto. Não é de estranhar, portanto, que a recuperação da economia tenha perdido fôlego. Com tanta falta de foco e empenho, as estimativas de crescimento e emprego continuam sendo revisadas para baixo. Para alguns, esse é um efeito normal e inevitável da democracia. Estamos há 13 meses do pleito de 2022. Mas chega a ser revoltante que, quase no fim do mandato de um político, seja devotado essencialmente a acertos e negociatas para permanecer em um alto cargo. É muito tempo para ser gasto em conchavos, em face do que a população sofre e carece no dia a dia.
» Renato Mendes Prestes,
Águas Claras
Futebol
O Brasil tem a fama de ser conhecido como o país do jeitinho. Muitas das formalidades internas são relegadas descaradamente, e o exemplo maior está no presidente que, além de recusar as normas sanitárias, estimula seu descumprimento. Então, só pode ecoar para o estrangeiro que, uma infração aqui, outra acolá, num país distinguido por não cumprir normas e pôr de escanteio diretrizes e formalidades, não custa dar um “migué”, na expressão vulgar e exaltada popularmente pelo brasileiro. Esse cenário ficou mais explícito no episódio do jogo cancelado entre Brasil x Argentina pelas eliminatórias da Copa do Mundo. A Anvisa interveio para cumprimento de ilegalidade cometida por quatro jogadores driblando regras sanitárias. No atual estágio de pandemia, o Brasil não é modelo de cumprimento de normas sanitárias. Historicamente a Revolta da Vacina, em 1904, nos denuncia. De ônibus lotados ao não respeito ao distanciamento, isso é fato. No entanto, invertamos os papéis. A seleção brasileira vai jogar no exterior e leva quatro jogadores irregulares sanitariamente. Quais serão as manchetes da imprensa e comentários? O brasileiro não toma jeito, quer sempre aplicar o 171. E a imagem do país será mais uma vez conspurcada gratuitamente.
» Eduardo Pereira,
Jardim Botânico
Trabalhadores
Assusta o leitor a absurda cara de pau do ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, ao afirmar, na manchete do caderno Política (4/9), que o “Senado não compreendeu (a) MP”, referindo-se, mais especificamente, à Medida Provisória 1.045/2021, de sua autoria. Embutida em seu bojo, entre outras retaliações a direitos dos trabalhadores e servidores brasileiros. Uma das manobras trazia a injustificada tentativa de redução de salários, pasmem, (i)motivada pela pandemia de covid-19. Imperioso frisar que tal intento, evidentemente, inconstitucional, não constitui exclusividade pontual do ministro da pasta supramencionada, haja vista a apelidada “minirreforma trabalhista” ter sido costurada desde quando Rodrigo Maia (sem partido) ainda ocupava o posto de presidente da Câmara — certamente, foi um dos articuladores responsáveis pela aprovação da malfadada e apelidada “MP Lorenzetti”, por se tratar de notória intenção de dar um “banho de água fria” nos direitos da grande massa falida e mão de obra trabalhadora brasileira, tão massacrada diante da crise socioeconômica global, dessa vez, diante do açoitado e cruel chicote do catalisador pandêmico. Talvez sirva de consolo que 2022 está chegando... Diante do exposto, aconselho abrir bem os olhos e ler até mesmo as entrelinhas, observações e notas de rodapés, assíduo e inteligente (e)leitor. Afinal, dizem, a esperança é a última a tombar!
» Nelio S. Machado,
Asa Norte
Viva Centro
Bravo, bravíssimo ao Iphan pelo parecer contrário ao projeto “Viva Centro”, com proposta de residências no Setor Comercial Sul (SCS), que viola a concepção do mestre Lúcio Costa. Participei da movimentada audiência pública que teve forte resistência dos moradores contra residência no SCS, única cidade setorizada no Brasil, e assim deve permanecer. Taguatinga foi criada a pedido dos Candangos, que não se adaptaram ao Plano Piloto. Bairros residenciais do Plano Piloto, — lagos Sul e Norte e Park Way — da mesma forma, a pedido de ministros, deputados e senadores ao presidente JK. Vi Brasília nascer e o então governador José Aparecido trabalhar o tombamento que não pode correr riscos. Bravo ao Iphan Nacional pela escolha do comprometido dr. Saulo Santos Diniz, na Superintendência do Iphan DF.
» Natanry Ludovico Osório,
Lago Sul
Apagão
A ameaça de apagão está cada vez mais próxima. Mas a maioria dos cidadãos não está economizando nem se preparando para essa possibilidade. Imagine os brasileiros ficando sem energia durante, quem sabe, semanas! Sem luz, chuveiro elétrico, sem poder carregar os celulares e outros meios tecnológicos... Para aqueles que, devido à pandemia, continuam estudando e trabalhando on-line? O caos vai se instaurar na população. O que pode ser feito agora é tentar conscientizar o máximo de pessoas e torcer para que esse pesadelo não se torne real.
» Ially Meireles,
Luziânia (GO)
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