Terceira via
General Mourão, o senhor não tem nenhum compromisso nem obrigação de aguentar as grosserias que o presidente lhe faz. Digo isso porque o seu nome como candidato a vice-presidente da República é que deu sustentabilidade à candidatura de Bolsonaro. Mas as indiferenças do presidente, não o chamando para reuniões ministeriais, e as grosserias praticadas contra a sua pessoa, culminando nessa constrangedora comparação pejorativa de chamá-lo de cunhado, lhe dão todo o direito para que se afaste dele. O senhor não tem nenhuma obrigação de apoiá-lo numa candidatura à reeleição: ele já deixou patente que não pretende tê-lo como seu vice novamente. Agora, por que o senhor não examina a possibilidade de ser o candidato da terceira via? Garanto que seria muito bem aceita pela população brasileira, nos livrando dessa polarização que se avizinha. Pense nisso.
» Paulo Molina Prates,
Asa Norte
Carta ao presidente
Sr. presidente. Aqui em casa está tudo bem, graças a Deus, e o mesmo não o desejamos. Essa negativa é em virtude de que V. Exa. não ama Deus de forma alguma, pois se O amasse, não defenderia tanto o desejo implícito da morte com a venda de armas quanto de Bíblias. Sei que não receberei resposta alguma dessa missiva, pois, se V. Exa. recorre ao poeta da mesóclise, que, agora, tornou-se seu guru — oh, céus, quem diria! — para escrever sua carta da nação — a cacofonia fica por conta de seu governo — então é porque V. Exa. não sabe redigir nada e relega seu farto staff de assessores para tal. Além de suas postagens sintéticas nas redes sociais, e mesmo assim com auxílio de seu filho Carlucho, um grande gramático da língua ética morta das fake news, o senhor é um expert do vazio da comunicação com propósitos conscienciosos. Pelo visto, não se educou nem mesmo pelo Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), instituição responsável pela educação de adultos por sua tão amada e desejada ditadura militar. Também, presidente, o que nós, da nação — a cacofonia dessa vez fica por conta de seus exaltados bolsominions — poderíamos esperar de um presidente que canta de galo, ameaçando a economia do dia a dia do brasileiro com preços altíssimos no custo de vida, por causa de sua retórica fascistoide, e, de repente, vimos que é um grande imbecil, um otário, um bestalhão, um energúmeno. Desculpe essas palavras fortes. É o calor do momento. Até outubro de 2022.
» Eduardo Pereira,
Jardim Botânico
Imprensa
A imprensa tem grande culpa no cartório quando alivia a barra dos poderosos que exploram violentamente o Brasil. O jornalismo deve assumir o lado dos violentados pelos “donos do poder”, defendendo a democracia, orientando a opinião pública, censurando os abusos de autoridade, combatendo a corrupção e guardando a ética. Recomendo a leitura de Darcy Ribeiro (1922-1997), em destaque dado pelo antropólogo para a assustadora crise do jornalismo brasileiro: “A imprensa só protesta mornamente e o faz quando ecoa o que se divulga lá fora. Parece haver-se rompido o próprio nervo ético da nossa imprensa, que nos deu, no passado, tantos jornalistas cheios de indignação em campanhas memoráveis de denúncia de toda sorte de iniquidade. Hoje, quem determina o que se divulga, e com que calor se divulga qualquer coisa, não são os jornalistas, é o caixa, é a gerência dos órgãos de comunicação. E essa só está atenta às razões do lucro” (O Brasil como problema, 2010).”
» Marcos Fabrício
Lopes da Silva,
Asa Norte
Democracia seletiva
Em resposta ao 7/9, o ministro Luiz Roberto Barroso afirmou que a democracia só não tem lugar para quem pretenda destruí-la. Brilhante e lógica frase! A democracia nunca deveria acolher os que a querem destruir de dentro para fora, como os partidos nazistas. Entretanto, veem-se, em plena atividade, facções como o Partido Operário Revolucionário, que exibe faixa com os dizeres “em defesa da revolução e da ditadura”; o Partido da Causa Operária, que saudou a volta do Talibã; o Partido Comunista do Brasil, adepto do regime da Coreia do Norte; o Partido Socialismo e Liberdade, que louva a miséria e a opressão implantadas na Venezuela; o Partido dos Trabalhadores, que tem como ideal a ditadura cubana, onde a palavra liberdade foi criminalizada. Todos esses adeptos das ditaduras se declaram defensores da democracia. Vê-se, pois, que essa é uma palavra que se tornou oca e é usada pelos liberticidas para ludibriar os povos. A democracia brandida pelo ministro Barroso é conceito complacente, pois aceita os que vão destruí-la, desde que sejam da esquerda. Nós vivemos, porém, a realidade dos presos políticos, da censura à imprensa, do crime de opinião, da detenção sem acusação, figuras que só existem em ditaduras. Se essa é a democracia que o ministro Barroso diz defender, entendo que ele está efetivamente garantindo a ditadura disfarçada de democracia.
» Roberto Doglia Azambuja,
Asa Sul
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