Não se engane. Qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que seja instalada pelo Legislativo e objetiva investigar, com seriedade, qualquer questão relativa ao governo, à política, às finanças ou ao que quer que seja que diga respeito ao Brasil, tanto no presente quanto no passado, tem potencial imenso para desvendar novas e engenhosas ilicitudes.
Onde quer que se cave nesse país, haverá de ser encontrado vestígios e cadáveres a revelarem um gigantesco submundo que parece se estender pelos subterrâneos do Estado. Basta escolher o tema, que as revelações hão de vir à luz. No momento, a CPI da Pandemia, que visa revelar os desvãos por onde bilhões de reais do dinheiro público se esvaíram com a compra superfaturada de vacinas ou apenas com a promessa de aquisição desses medicamentos, vem produzindo seus resultados, ao trazer à tona um esquema poderoso envolvendo empresas de fachada, inclusive bancos, todos de olho no mercado farto da compra emergencial e tardia de vacina em plena pandemia.
É o poder do dinheiro e da esperteza no mercado da vida e da morte. Entra nesse comércio, sem lastro ético, apenas como número e estatística, a quantia de 600 mil mortes, a grande maioria vítima de um sistema, que envolve figuras do governo e empresários gananciosos e desumanos.
Ao final dos trabalhosdesta CPI, que foi prorrogada uma vez e que poderia, por seu potencial revelador, ser mais uma vez esticada para o infinito, é esperado a elaboração de relatórioque contará uma pequena porção dessa nossa história feita de infâmias e da qual a população é sempre a vítima. Há nesse terreno fértil, com área de 8,5 milhões de km², espaço suficiente para ser escavado e onde se pode encontrar veios a desvendar nossos descaminhos históricos. E não é só no âmbito do governo e do Estado que qualquer investigação séria pode nos levar a revelações do cometimento de crimes diversos.
Veja o caso do nosso empresariado, principalmente os de maiores portes, que, no governo petista, se juntou para saquear as estatais, sob orientação do próprio governo, que escancarou as portas de empresas como a Petrobras para que fosse completamente depauperada.
Para onde quer que se volte o olhar, há chances reais de se ver como continuamos, depois de cinco séculos, sendo constantemente pilhados. Invente-se um tema, por exemplo, o índio ou a grilagem de terras, e teremos outro calhamaço de denúncias a serem apuradas. Relativamente ao meio ambiente e aos crimes que acontecem num ritmo acelerado, as denúncias renderiam CPIs diversas e prolongadas.
O mesmo com relação à saúde, ao desvio de recursos pelos governadores durante a pandemia e que a atual CPI do Senado resolveu não apurar. Outro exemplo de assunto que renderia uma boa Comissão Parlamentar de Inquérito é com relação ao pagamento de precatórios, que são recursos que o Estado deve a parcelas de sua população e simplesmente deixa de pagar e fica por isso mesmo. Todo e qualquer tema poderia render uma CPI.
O problema é que, depois de encerrados os trabalhos dessas Comissões e elaborado o relatório final, que é enviado à Procuradoria-Geral da República e ao Ministério Público para que adotem as devidas providências, o caso passa a ser submetido a uma espécie de peneira, em que os figurões da República, dotados ou não de foro de prerrogativa, são deixados de fora dos inquéritos, restando o indiciamento dos peixes pequenos. Para aqueles integrantes da elite do Estado ou do empresariado que não conseguiram escapar de um primeiro cerco da Justiça, resta a opção de recorrer ao Supremo, onde a prescrição ou a absolvição é o final mais comumente ajeitado.
A frase que foi pronunciada
“A sopa é para a infância assim como o comunismo é para a democracia.”
Mafalda
Mobilidade
Alguns prédios residenciais das 400 e as construções das entrequadras, onde salas comerciais funcionam como moradia, precisam de elevador. O direito dos idosos de ir e vir, subindo lances de escada, é proibitivo.
Escuro
DF-080, na altura da divisa com Padre Bernardo, está sem iluminação. Há um intenso trânsito de caminhões à noite, um perigo para os motoristas.
Perigo
Falta de manutenção no metrô deixa passageiros a pé. Nesta segunda-feira, o Metrô do DF deixou seus passageiros à deriva. O veículo descarrilou, e os passageiros tiveram que andar pelas beiradas até a próxima estação.
História de Brasília
Estes episódios tiveram como cenário o Rio de Janeiro, o governador é o sr. Carlos Lacerda, o ministro é o sr. Alfredo Nasser. E os nomes dos terroristas leiam, por favor, na seção de polícia.
(Publicada em 8/2/1962).
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