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Visto, lido e ouvido — A importância da informação num mundo em transformação

Desde 1960

Circe Cunha (interina)
postado em 19/09/2021 06:00

Nunca saia do seu quarto pela manhã até que tudo esteja certo entre você e Deus, recomendava o notável evangelista e missionário inglês George Müller (1805-1898), querendo, com isso, apontar também a necessidade dos indivíduos em buscar um sentido para suas vidas que, de alguma forma, ajude a tornar o mundo um lugar melhor para todos.

Para aqueles que, graças a Deus, ainda não perderam o velho e bom hábito de acertar os ponteiros da própria vida e, ao mesmo tempo, conferir as notícias estampadas nos principais jornais do país, para que, mesmo antes de saírem de casa, já tenham uma noção aproximada da realidade diária, desenhada em traços ligeiros, em seu entorno, fica claro que estamos imersos num mundo em acelerados e radicais movimentos de mudanças. Por isso mesmo a necessidade, cada vez maior, de acertar os ponteiros da vida, quer através da espiritualização, quer através de uma clareza sobre os rumos da humanidade.

Contrariando aqueles que recomendam ficar longe do noticiário, devido a uma avalanche de casos de ansiedade que a pandemia provocou em muita gente, é preciso, mais do que nunca, buscar informações que facilitem a orientação de rumos. A alienação proposital em tempos agitados e de grandes e rápidas transformações é capaz de gerar indivíduos totalmente perdidos e desorientados, criando hordas de fantasmas que passam a vagar pelas cidades sem propósito e sem ânimo, apenas obedientes a uma rotina cega e vazia.

Sem essa interação com a paisagem cotidiana, não é possível encontrar o lugar ideal de cada um. Principalmente agora, quando o mundo vai ficando cada vez mais populoso e indiferente ao destino das pessoas. Experienciamos hoje o fenômeno da redução e da perda de significado do espaço vital de cada um, num processo em que o inchaço demográfico do planeta é apontado como o principal motivo. A coletivização do cotidiano, juntamente com uma espécie de pasteurização dos costumes, vai aos poucos transformando e reduzindo nossa sociedade num enorme e disciplinado formigueiro, onde a cada um caberá uma função, distante daquela imaginada e desejada por muitos.

Não há como entender a importância que o espaço vital tem para cada um sem a alavanca da informação. É justamente esse espaço que está agora em contínua mudança e redução de tamanho. E isso é capaz de provocar uma diminuição, também, no próprio indivíduo, em seu tão sonhado livre arbítrio .

Sem o esforço diário de enxergar e ver o que ocorre nas cercanias de nosso país e no mundo globalizado, não há saídas seguras para o indivíduo. Melhor permanecer dentro do quarto. Ou é assim ou muitos irão se surpreender quando chegar o dia em que, ao abrir a porta de casa para dar uma volta pelo quarteirão do bairro, darão de cara com um muro, construído à frente, que impede agora a passagem para o lado de fora, como era de costume .

Seria um sonho? O futuro que vai se desenhando no horizonte à frente neste século, e que aos poucos vai sendo posto nos noticiários em conta gotas, aponta para uma série de alternativas, todas elas igualmente preocupantes. Ou a redução da população mundial; ou a redução apenas da população de idosos, cada vez mais numerosa e que acaba pesando no orçamento dos estados; ou a redução no número de tolos, que não para de aumentar também.

Segundo o pensador francês Jacques Attali, autor do livro Uma breve história do futuro, “na própria lógica da sociedade industrial, o objetivo não será prolongar a expectativa de vida, mas fazer com que, em um determinado período, o homem viva o melhor possível, mas de tal forma que as despesas de saúde sejam as mais baixas possíveis em termos de custos coletivos”. É para refletir.


A frase que foi pronunciada

“O homem é um animal de hábito ou será que de hábito o homem não é um animal?”
Mafalda


História de Brasília
Muita gente pensa, e está imensamente enganada, que Brasília é o lugar ideal para esconder bandalheiras de administração, fazer tramoias, ganhar dinheiro ilegal. (Publicada em 09/02/1962).

 

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