O Imperial College de Londres assinalou, na última quarta-feira, que o Brasil havia alcançado a menor taxa de transmissão da covid-19 no ano, 0,81. Graças, sobretudo, à vacinação, é a menor registrada no país desde novembro de 2020. À época, chegou a recuar a 0,68. Quando está abaixo de 1 — e o índice se mantém aquém desse patamar desde 29 de junho —, significa que o ritmo de contágio se encontra em trajetória descendente. Outra boa notícia: o dado é corroborado pelo mais recente Boletim do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz.
Publicado na sexta-feira, o estudo da Fiocruz — que abrange o período de 5 a 11 de setembro — atesta a maior redução no número de infecções e mortes pela doença em 2021. E sinaliza que a desaceleração na ocorrência de óbitos — após 12 semanas consecutivas de diminuição — deve-se à campanha de imunização e parece ser sustentável. Indica, ainda, tendência de queda no total de casos, mas com oscilações. Realizado a cada sete dias, o levantamento trabalha com a média semanal dos indicadores para evitar distorções e captar dados com mais precisão e segurança.
Além dos números relacionados a casos e mortes por coronavírus, o levantamento da Fiocruz destaca que a ocupação de leitos de UTI para pacientes adultos com covid-19 se encontrava, no referido período, no melhor cenário desde que foi iniciado o monitoramento do indicador. Apenas uma capital apresentava taxa superior a 80%: o Rio de Janeiro, com 82%. E duas figuravam na zona de alerta intermediária, Boa Vista (76%) e Curitiba (64%). Ainda assim, pesquisadores da instituição alertam que ainda não é hora de relaxar nas medidas de proteção, como o uso de máscara.
De forma geral, o alerta dos cientistas faz todo o sentido. Isso porque o Brasil sobressai no contexto mundial como um dos países mais duramente afetados pela pandemia. Fica atrás apenas dos Estados Unidos em números absolutos de mortes por covid-19. Enquanto os EUA se aproximam dos 700 mil óbitos, o número de pessoas que perderam a vida para a doença no território nacional é de quase 600 mil pessoas. Em relação às infecções, os números também assustam: lá são mais de 42 milhões de casos; aqui, mais de 21 milhões.
Mas, neste momento, há um diferencial que favorece o Brasil na luta contra o coronavírus: a grande aceitação da vacina pela população. Aqui, à medida que mais brasileiros recebem doses do imunizante, o número de mortes e de infecções recua. Enquanto isso, nos Estados Unidos, o negacionismo freou o avanço da vacinação. Hoje, apesar de dispor de imunizantes de sobra, e a Casa Branca oferecer dinheiro para o americano que aceitar ser vacinado, os EUA não conseguem avançar na imunização e voltaram a registrar aumento na quantidade de casos e de óbitos.
Enquanto isso, no Brasil, ocorre o oposto: a imunização avança de forma célere sempre que há doses disponíveis para serem injetadas. Com isso, o país já deixou os Estados Unidos para trás na aplicação da primeira dose. E, caso não aconteçam novos contratempos, caminha para ultrapassá-los em relação à vacinação completa. Quem tomar a segunda dose — ou dose única, no caso da Janssen —, certamente, verá.
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