Absorventes
Brasília está deslumbrante com os flamboyants flambando o céu com seus raios de fogo. Que lindo, pensei. Mas que nada! Tinha acabado de ler as notícias sobre o vexame de meninas e mulheres sem acesso a absorventes. Alegou a ‘ministra da mulher’— fazendo coro de papagaio — que não há verba contingenciada. Não explicou de onde vieram milhões para leite condensado para o Exército, vinhos, chicletes, pizzas e refrigerantes. Sem falar no desvario das motociatas e viagens inúteis. Milhões de reais, gastos com coisas que não beneficiaram a população. Fato: esse governo tem horror a pobre. Vida de pobre é osso! Tudo gente que não conhece seu lugar. Só sabem falar em fome, gás, fubá, carcaça, tripas. E agora, mais essa! A ministra desconhece a realidade de meninas pobres, que não podem ir à escola nem pegar ônibus encharcadas de sangue. Que falta de elegância! Deveriam continuar encartuchando-se de miolo de pão ou pedaços de jornal. Por que não aprendem coisas tão simples?
» Thelma B. Oliveira,
Asa Norte
» Não falta dinheiro para orçamento secreto (traduzindo: compra de voto para aprovação de projetos de interesse do governo), dobrar ou triplicar salários de militares, para custear motociata e propaganda pela cloroquina; para alimentar os cartões corporativos do presidente e de sua turma... Mas não há recursos para a compra de absorventes. A ministra Damares, em defesa do veto do presidente, argumentou que era preciso escolher entre o combate à pandemia ou a aplicação da lei, essencial ao bem-estar de mulheres e adolescente que não têm um tostão para comprar absorventes. Seria a escolha de Sofia. O argumento soa como deboche e revela o desprezo deste governo pelas mulheres e meninas que sofrem com a miséria, resultado da ausência de políticas públicas eficazes para combater a fome, o desemprego, impedir o avanço da inflação e tantas outras mazelas, que cresceram exponencialmente no governo bolsonarista. Mas ele avisou que, se eleito, destruiria os benefícios sociais, e vem radicalmente cumprindo a palavra. A falta de empatia deste governo com os mais necessitados chega ser criminosa. Como não há bem que sempre dure, não há mal que não se acabe. Que venha 2022.
» Ana Luiza Lima,
Octognal
Imortais
Em carta publicada hoje nesta coluna, o remetente dá notícia de que Fernanda Montenegro ocupará uma cadeira na Academia Brasileira de Letra (ABL). Depois dela, são cogitados Gilberto Gil, Safadão, Simone e Simaria, Mumuzinho, Carol Conká entre outros. Só pode se tratar de fake news! Ou então o remetente está com brincadeira de mau gosto. Que contribuição essas pessoas deram ao universo das letras e da cultura brasileira? A ABL foi uma entidade respeitável. Os acadêmicos já falecidos devem estar se contorcendo em suas tumbas.
» Maria Luiza D. Machado,
Asa Sul
360 Graus
Leitor assíduo desde 1962 do CB, fiquei feliz com o retorno da coluna 360 Graus —Jane Godoy. Defensora permanente da vida cultural e social da nossa capital, Jane é uma referência para nós. O CB se fortalece e nós, leitores,. agradecemos a decisão tomada pela Direção.
» Valmir Campelo,
Asa Sul
Eleição
“União Brasil”, belo e cívico nome. Animados para a rinha. Com canelas, tênis, jeans, e arsenal de salivas para atrair eleitores. Perfilados para encarar Lula e Bolsonaro. O petista, por sua vez, não esconde o triunfalismo. Cutuca e provoca os adversários. Não poupa o mito de barro. Garante que tem bala na agulha. Bolsonaro, por seu turno, continua indeciso. Sem partido. Com uma inacreditável postura serena, quase franciscano. Espera-se que a fidelidade partidária seja exigência da nova sigla. A união não pode ficar só no papel. O partido tem que evitar bola dividida. Também será preciso acompanhar as nuvens e as pegadas da árdua caminhada. O coração do político costuma ser volúvel. O namoro com Sérgio Moro precisa ser melhor pensado. Tiro no pé, insistir em enfiar o ex-juiz goela abaixo dos políticos veteranos e matreiros. No cretino e pouco republicano presidencialismo brasileiro, é arriscado criar abismos com políticos, em época de eleições. O União Brasil terá que avaliar possíveis desentendimentos no meio do caminho. Evitar que novo e empolgado partido não se transforme em clone e filial do guloso “centrão” —grupo político famoso por mudar de lado quando os acontecimentos ficam sombrios, colocando em risco os interesses pessoais de seus membros. Então, tudo continuará como dantes, no quartel de Abrantes. Com brigas, safanões e insultos. Para alegria de Lula e Bolsonaro.
» Vicente Limongi Netto,
Lago Norte
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