Brasília amanheceu nesta quinta-feira (14/10), mais uma vez, sob a sombra do radicalismo político. As imagens da invasão e do vandalismo à sede da Aprosoja e outras entidades ligadas ao agronegócio, no Lago Sul, são a prova de que o debate está cada vez mais distante. E avalio que invasão a uma entidade privada não é protesto, como deu a entender a Via Campesina, a entidade organizadora do “ato”.
É preciso, antes de tudo, a manutenção da ordem. Independentemente da ideologia ou se está alinhado a qual político ou não, é errado entrar em local privado e sair pichando paredes com palavras de ordem contra tal presidente. Isso não é manifestação política. Trata-se de vandalismo na mais pura essência. E a regra vale também para órgãos públicos. Uso da violência não leva a nada, além de ser crime a depredação do patrimônio público.
Estamos a 50 domingos do primeiro turno das eleições presidenciais do ano que vem. Serão 352 dias até lá. Todo o cenário leva a crer que a polarização existente só vai aumentar. Os dois principais candidatos até agora, Lula e Bolsonaro, sabem que o embate entre os dois é bom para eles. Um é a antítese do outro. Por isso, ambos não querem a tal terceira via, um terceiro nome forte que possa desbancá-los de um eventual segundo turno.
Lula e Bolsonaro avaliam que uma profusão de candidaturas de pequeno porte será bom para eles. Afinal, por baixo, cada um tem fixo pelo menos 25% do eleitorado, como indicam as principais pesquisas feitas até agora. Se ninguém decolar na intenção de voto do eleitorado, serão os dois no segundo turno. Por isso, uma eventual união de candidaturas fragmentadas poderá dar muito mais trabalho aos dois.
Nomes são vários: Sergio Moro; Ciro Gomes; João Doria ou Eduardo Leite; entre outros. Unidos, podem ser fortes. Fragmentados, apenas coadjuvantes. Sabemos que a volatilidade é uma marca da política brasileira. Um fato é capaz de mudar tudo, é o caso do Plano Real e a morte trágica de Eduardo Campos. Apostar no imponderável costuma ser arriscado.
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