Ariano e Clarice
Como esquecer de Ariano? Este ano, se vivo estivesse, o escritor e dramaturgo paraibano Ariano Suassuna faria 94 anos. Infelizmente, não podemos mais nos deliciar com suas opiniões e seus causos, sobretudo em suas aulas-espetáculo, mas sua obra segue. Depois do Dia D, de Drummond, vem aí a Hora de Clarice. Dia 10 de dezembro, quando Clarice Lispector faria 101 anos, vai-se celebrar a escritora.
José Ribamar Pinheiro
Asa Norte
Juízo final
Boris Johnson afirma: (sic) "A raiva e a impaciência do planeta serão incontroláveis (...) Falta um minuto para a meia-noite do relógio do juízo final, e precisamos agir agora (...) Temos a tecnologia para desativar esse dispositivo de marcação do fim do mundo". Quem não gostou nem um pouquinho dessa "baboseira" foi o Sol — nossa estrela-guia na linguagem poética. Ele, que há 4,5 bilhões de anos determina tudo o que se passa nesse seu "criado" chamado por nós de planeta Terra, pode até prometer mais umas manchas solares, umas radiações extras e mostrar que nós, pobres humanos que habitamos por aqui há poucos milênios, fiquemos menos arrogantes dizendo que podemos até marcar o fim dessa nossa maravilhosa casa!
José de Mattos Souza
Lago Sul
Precatórios
O presidente Bolsonaro e seu estimado amigo, Paulo Guedes, querem fazer graça com o dinheiro alheio. Sob alegação de que não têm dinheiro para cobrir o Auxílio Brasil, o antigo Bolsa Família, querem impor ao Congresso Nacional a aprovação de um Projeto de Emenda à Constituição para surrupiar os valores dos precatórios, incluídos no orçamento de 2022. Em entrevista ao Correio Braziliense (31/10), o economista Mailson da Nóbrega, ministro da Fazenda, entre 1988/1990, no governo de José Sarney, afirmou que a PEC está cheia de barbaridades, além dos calotes. A primeira "é proibir o Judiciário de emitir precatórios; a segunda, a mudança na periodicidade no reajuste do teto que é uma manobra contábil para abrir margem a mais gastos pelos Três Poderes. "Isso é muito mais grave do que a pedalada da ex-presidente Dilma", disse o ex-ministro. O certo é que os precatórios com a PEC vão virar papéis podres, como ocorreu no Império com a emissão de títulos, como moeda, representando o pagamento de dívidas que nunca foram honradaas. E até com o choque do governo Collor que tomou todo dinheiro do povo em depósito bancário. O pior é abrir margem ao pagamento das famigeradas emendas, ou seja, dar dinheiro aos parlamentares, para ceder aos caprichos do governo.
José Lineu de Freitas,
Asa Sul
Tempo difícil
O preço dos combustíveis está tirando o sossego da população. Nunca vi tanto carro parado nos acostamentos e gente caminhando com galão na mão. Acontece durante o dia e durante a noite também.A gente abastece a conta-gotas e deixa no posto uma nota de 100. Nos discursos de 2018, teríamos um Brasil diferente, mas foi só conversa fiada, é o que políticos mais fazem com a gente. Muita atenção em 2022. Evitemos entrar numa fria. Quem sabe o melhor caminho seja optar pela terceira via. Já passamos por tempos difíceis, mas igual a esse não. Carne é coisa do passado e já estão minguados o arroz e o feijão.
Jeovah Ferreira
Taquari
Txai Suruí
Na COP26 a líder indígena Txai Suruí, 24 anos, fez um gol de letra em Glasgow. Já que o branco não quer aprender a língua do índio, o índio aprende a dele. Em inglês, Suruí foi clara como as labaredas devastadoras da Amazônia. Traduziu os problemas das terras e dos povos indígenas e ganhou repercussão mundial. Será que, agora, querem que desenhe para se entender que os povos indígenas é a salvação da preservação do oxigênio que respiramos? A geração de Suruí, afiada na língua dos novos tempos, adverte que é continuidade da história de Juruna, onde deixou registrado em seu gravador todas as promessas não cumpridas até hoje pelo homem branco. O cantor Sting é a prova disso. A poluição do meio ambiente é de inteira responsabilidade da selvageria do capitalismo moderno. A terra e as matas para o índio, são sua cultura, sua vida, é respeito de convivência. Ao contrário dos fazendeiros e empresários expansionistas, é mercadoria, lucro, exploração do solo, indiferente à sua destruição. O índio não quer terceirização. A natureza é rica de possibilidades, e mais ninguém, do que o próprio índio, para gerir os recursos para sua preservação. No tabuleiro da sobrevivência ecológica, o índio está demarcando sua posição. O índio "surpreenderá a todos não por ser exótico", Caetano Veloso em Um Índio. Enquanto isso, o presidente do país não vai à COP26 e faz turismo na Itália. Protocolarmente promete o que não cumprirá.
Eduardo Pereira,
Jardim Botânico
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.