Homem cordial
"O melhor do Brasil, é o brasileiro," segundo Gilberto Freire. Antes que especulem falácias, afirmo ser patriota e amar minha terra, nunca pretendendo viver em outro lugar. Mas, do alto de meus 80 anos, reservo-me o direito de discordar do sociólogo. Hoje, o brasileiro (sem saudosismo piegas) é uma caricatura do passado. Pioramos como cidadãos. Quero acreditar que nosso perfil atual de hipocrisia (racismo, homofobia, oportunismo) resulte na descrença com nossos nefastos homens públicos (poucas exceções), que são exemplares como caracteres deformados, mas onde o povo se espelha fascinado. Eles se insultam e se desqualificam sem nenhum pudor e, depois, desculpam-se, cinicamente, invocando "o calor das ideias. Quando mais jovem, xingar a mãe, chamar alguém de safado ou vagabundo ou mandar enfiar medalha em lugar inusitado, como fez o guru com seu seguidor, era algo muito grave e resultava na perda do afeto. No dia seguinte, desavergonhados trocam bitocas e rapapés. A questão é ética e muito difícil de administrar. Não acredito em regressão humanitária em quem nasce com má índole. É a representatividade piorada do sábio ditado popular: "O pau que nasce torto morre torno". Só um milagre levará essa parcela degradadada da população retornar a uma condição menos animalesca.
Renato Vivacqua,
Asa Norte
Marília Mendonça
Certa vez escrevi sobre o assunto que pretendo expor e fui contestado. Assim mesmo, não consegui me conter e vou comentar a respeito de mortes de pessoas boas, trabalhadoras e honestas, como o caso da cantora Marília Mendonça e outras. Parece-me, em princípio, para o leigo, uma forma de contradição dos deuses ao chamar essas pessoas de caráter puro e deixar picaretas (políticos corruptos) e bandidos viverem muitos anos, dando a impressão de que é válido praticar atos fora da lei e não haver castigo divino.
Montesquieu T. Alves
Lago Norte
» A morte de Marília Mendonça consternou a nação. Eu nada sabia sobre ela e suas músicas, mas, pelo que consta, ela tinha muitas qualidades como artista e como pessoa na forma de ver o mundo. Como todos, sinto muito essa perda.Vive-se no mundo da idolatria. As crianças nascem e crescem com os pais incentivando-as a serem destaque. Elas desejam ser ídolos como Marília, Rayssa Leal, Neymar, Pelé, Maradona, Roberto Carlos e outros contemporâneos que nem os conheço. Apesar do perfil construtivo de um ou outro desses ídolos, não a maioria, pergunto: a idolatria é benéfica ou maléfica para a evolução civilizatória? Rayssa, a rainha do skate, levou milhões de crianças a se dedicarem a esse esporte. Dedicar-se significa deixar em plano secundário ou, até, abandonar o estudo, os projetos realistas de vida, o senso profundo de sociedade. Não há como fazer tudo. O tempo é limitado. Uma ou outra, certamente, serão as Rayssas de amanhã, mas uma multidão ficará para trás, frustrada pelo insucesso meritocrático e desanimada para enfrentar o percurso rumo ao próprio norte. Nesse sentido, Marília, com todas as suas qualidades profissionais e pessoais, deve nos levar a refletir: a idolatria é benéfica ou maléfica para a evolução da humanidade? Se uma ou outra, em que condições? Ou, simplesmente, ela é um instrumento habilmente manipulado pelos dominadores e opressores das massas?
César Cantu
São Paulo
Violência
Realmente a união faz a força. A comunidade LGBT é um exemplo pontual da máxima. Episódio recente envolvendo atleta profissional mostra com toda a clareza a capacidade organizacional e de luta do movimento. Estão de parabéns. Se tivéssemos uma sociedade solidária e atuante, à semelhança do LGBT, crimes, grandemente responsáveis pela violência, como a velhofobia, a pedofilia e a pornografia, já teriam sido erradicados.
Marcelo de Lima Araújo,
Copacabana (RJ)
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