» Sr. Redator

Correio Braziliense
postado em 11/11/2021 00:01

Máscara

Finalmente caiu no Distrito Federal uma das medidas mais inócuas estabelecidas no país durante a pandemia: a obrigatoriedade da medição de temperatura em estabelecimentos. A medida não tinha serventia, além de gerar custos e fingir que se fazia algo, pois nunca se viu alguém ser barrado em canto algum (ou já?). Para facilitar o controle de medição e conter gastos com funcionários, alguns estabelecimentos fechavam parte dos acessos e restringiam o fluxo de pessoas a apenas uma ou duas entradas, gerando mais aglomeração. Ademais, o fato de uma pessoa estar com temperatura acima do normal não significa que esteja com a covid-19, da mesma forma que uma pessoa com temperatura normal também não significa que não esteja infectada com o novo coronavírus. Fora isso, sempre foi discutível a precisão dos aparelhos medidores, ainda mais quando medida a temperatura no pulso. Demorou, mas finalmente o GDF encerrou com esse teatro "para inglês ver"!

Ricardo Santoro, Lago Sul

Oportunismo

Não passa de suposição a ideia de que os partidos políticos reúnem pessoas com identidade ideológica convergente ou muito semelhante. No Brasil, não se trata de grupos com ideiais comuns. Os partidos são grupos de oportunistas e seus representantes do parlamento têm uma única visão: aqui posso me dar bem e faturar uma grana, que não conseguiria em outro emprego, com muitas mordomias e espaços para negociatas. Não estou falando nenhuma novidade. A cada votação, com votos valendo milhões, isso fica mais evidente na atual legislatura. Para aprovar a PEC dos Precatórios, ou melhor do calote, no primeiro turno cada voto foi comprado por R$ 15 milhões, segundo revelou o noticiário político. Quanto não terá custado a manutenção da fidelidade no segundo turno? Orçamento secreto para desvios de dinheiro público, algo asqueroso e abjeto, voltado à cooptação de eleitores e sabe-se lá para mais o quê. Como bem escreveu um leitor, outro dia, os partidos viraram células do crime organizado, enquanto milhões de brasileiros vivem na miséria, retirando restos de comida e ossos do lixo para saciarem a fome.

Bruno Vieira Maia, Taquari

Olhar coletivo

Há anos converso com meus amigos sobre a preocupação de destacar que precisamos olhar mais para o coletivo. Costumo dizer que é mais importante a qualidade da rua diante da nossa casa que o jardim que fica dentro dos nossos muros. Se todo mundo fizer a sua parte agora, as perdas no futuro serão menores. A crise sanitária que enfrentamos nos mostrou de verdade quem nós efetivamente somos, com o empoderamento do cidadão e a valorização do coletivo. Temos tudo para crescer como nação. Jamais esta geração vivenciou uma sensação tão extrema de vulnerabilidade e finitude. Convém ressaltar três pontos fundamentais: o respeito à ciência, o cuidado que devemos ter com os mais vulneráveis e a necessidade de dedicar tempo a nós mesmos e àqueles que amamos. Essa perspectiva de união deixa claro que é falsa a dicotomia entre saúde e economia. É equivocado ver as duas separadas, pois elas caminham juntas. Acredito que, ao seguirmos as orientações da ciência e dos especialistas e nos unirmos, vamos minimizar impactos econômicos, vamos sair dessa ainda mais fortes e preparados, e, o mais importante, com outra visão do mundo e de nós mesmos. A verdade é que cada um de nós é uma peça em uma estrutura muito maior e totalmente interconectada. Temos que avançar como povo, como sociedade. A beleza do nosso mundo é a capacidade que temos de poder fazer algo de bom nesta vida.

Renato Mendes Prestes,

Águas Claras

Literatura

Há anos, costumo estudar e observar as nuances de nossa rica língua portuguesa. São tantos recursos para expressar fatos objetivos e meditações/reflexões subjetivas. E há, na metalinguística, o que se pode navegar, assim, em volumes enormes de águas e, às vezes, precisamos ir em algumas profundezas para captar esse ou aquele sentido; para captar como há lindos mistérios nas forças de expressões! E são tantos textos sendo elaborados e, depois, prontos em estimados tecidos para que o painel chegue ao encontro do leitor. Convivi com muitos colegas de trabalho, no BB, e foi o cearense Eusébio com quem, por alguns anos, lá em União-PI, sempre estávamos a debater questões de concursos, de apostilas e livros sobre a gramática da língua portuguesa... Às vezes, ele tinha razão; outras vezes, as assertivas estavam de meu lado(...)! E tudo era divertido nas ricas temáticas de forma bem natural. Existiam expedientes que eram entremeados por concordâncias nominais e verbais, colocações pronominais, acento da crase, orações coordenadas e subordinadas, períodos simples e compostos, classificação das palavras, etc. E, na literatura brasileira, vinham à tona as figuras de pensamento, de palavra, de construções ou sintaxe e de som. E nomes como Amélia Carolina, H. Dobal, Napoleão Martins, O.G. Carvalho, Carlos Castelo Branco, Machado de Assis, José de Alencar, Lygia Telles, Carlos Drumond, Cecília Meirelles; com destaques mundiais: Napoleon Hill, Victor Hugo, Pe. Vieira, Geovanni Boccaccio, Charles Baudelaire, dentre outros. Confesso que, há décadas, não me encontrei novamente com o Eusébio. Ficou o livro que ganhei dele de presente — Gramática do Absurdo, do padre Antônio Vieira. Espero que o colega esteja com muita paz e saúde ao lado da família; bem como outros e outras, que convivi no Piauí e em Brasília.

Antônio Carlos Sampaio Machado,

Águas Claras

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