Novo ano
Estamos quase virando a esquina do ano de 2021. Dois mil e vinte e dois começa ali. No novo tempo, na nova etapa, o eleitor terá a responsabilidade e a oportunidade de colocar o país no caminho das pedras, evitando charcos. Sim, trechos cheios de lama devido, principalmente, a nossa classe política. Essa classe de indivíduos que, como se percebe, em sua maioria, com raras exceções, só pensam em se dar bem. Por eles, tudo, quanto ao país, às favas. Há menos de um ano de tão esperada data, em que o eleitor será o juiz dessa importante disputa, fica a dúvida se a atual condição de discernimento de uma parcela considerável de votantes possa influir de forma positiva na decisão de que o país tanto almeja e precisa: a de buscar um predestinado, um estadista, um líder nato que consiga andar sobre essas pedras sem escorregar e que, na sequência, possa encontrar e conduzir a nação por caminhos menos tortuosos, mais seguros, pavimentados e limpos.
Vilmar Oliva de Salles,
Taguatinga
Racismo
A cada novembro, os veículos de comunicação colocam em evidência o racismo estrutural, reavivam a história de Zumbi dos Palmares, trazem exemplos do miserável cotidiano dos pretos e pardos, vítimas da violência policial, braço armado de um Estado que odeia quem tem a pele negra. O discurso de ódio se materializa diariamente na educação, na saúde, na habitação, no desemprego, na humilhação... Enfim, em todos os setores da sociedade, seja nas cidades, seja no meio rural. Mas é preciso falar também do morticínio de crianças negras, que, para os supremacistas brancos, significa "cortar o mal pela raiz", a fim de evitar que os pequeninos se tornem adultos, procriem e aumentem a população afrodescendente. Estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Fórum Nacional de Segurança Pública mostrou que, em 2020, em plena pandemia de covid-19, a polícia assassinou pelo menos duas crianças por dia, além de adolescentes negros — e há quem diga que classificar esses atos como genocídio é um exagero. Seria mesmo? Este ano, em grande parte do país, os negros e seus aliados foram às ruas contra o racismo. A manifestação se repete a cada 20 de novembro, todos os anos. Mas só isso não basta, pois a falta de uma educação de verdade, de uma Justiça justa e de um Estado decente cala todos os gritos por igualdade. O racismo e a impunidade dos racistas mostram que a Justiça também é racista, que o poder público é racista e que muitos negros se acham caucasíanos, pois desconhecem a própria origem, devido ao racismo do sistema educacional. Ignoraram que seus antepassados eram pessoas libertas e que se tornaram escravos devido à preguiça e e ganância dos não negros. Hoje, são, em sua maioria, submissos aos caprichos daqueles que os detestam.
Miguel Dias,
Asa Norte
Lula
Mesmo sem ter cargo oficial ou eletivo, Lula é recebido na Europa com reverência e honras de Chefe de Estado. Políticos nacionais, inexpressivos e/ou incompetentes: morram de inveja!
Marcos Paulino,
Águas Claras
Pacheco
Ao ler a reportagem do dia 18/11, página 3, fiquei pensando: se o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, sem ser presidente da República (sua pretensão) já está brigando pela continuidade do orçamento secreto que, salvo engano, foi criado em 2019, para beneficiar os deputados e senadores aliados do governo de Jair Bolsonaro, imagina o que fará quando tiver a caneta do poder na mão. E ainda posa de ético, moralista etc. Lamentável.
Joanir Serafim Weirich,
Asa Sul
Abismo
Diariamente, leio no Correio e em outros jornais manifestações de arrependimento dos que votoram em Jair Bolsonaro, um dos piores políticos (há muitos como ele infestando o Congresso) e o mais danoso presidente da história republicana. Talvez esse arrependimento seja uma "fraquejada" da consciência daqueles que reconhecem que se tornaram, por meio do voto, cúmplices da tragédia enfrentada pelo país, com a morte de mais 610 mil brasileiros, elevado índice de violência, fome e miséria. São tantos retrocessos que o levaram o Brasil ao pior estágio do primitivismo em pleno século 21. O caos está instalado no país e serão necessários muitos presidentes de bom senso para guindar o país do fundo do abismo para o qual foi empurrado.
Elvira Soares,
Noroeste
Oriente
O Oriente sempre foi fascinante e misterioso. O enredo das Mil e Uma Noites tem encantado gerações de todas as idades. Haréns, bailarinas, Xerazade. Quem nunca leu Malba Tahan? Seus livros proporcionam viagens imaginárias maravilhosas. Dubai virou 'point' para autoridades deslumbradas com o progresso vertiginoso, grana abundante e roupas exóticas. É o cartão postal perfeito para felizardos clientes da Emirates. Você já foi à Bahia? Oxente, pois não perca seu tempo! Dubai é logo ali, com seus desertos férteis e arranha-céus magníficos. Custa caro? Pode até ser, não quando o povo é quem paga. As comitivas fazem de conta que é tudo viagem de trabalho. E retornam deslumbradas, alardeando altas transações futuras. Trilha sonora: Sheik de Agadir — é claro!
Thelma B. Oliveira,
Asa Norte
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