A professora, o jornal e a cidade

Almocei com Dad Squarisi e degustei um banquete farto de referências, boas memórias, conversas sobre a vida e o privilégio de vivê-la com plenitude

Ana Dubeux
postado em 21/11/2021 06:00 / atualizado em 22/11/2021 00:56
 (crédito:  Lanna Silveira/Esp. CB/D.A Press)
(crédito: Lanna Silveira/Esp. CB/D.A Press)

Peço licença para entrar com visita no seu domingo. Chego com um livro debaixo do braço, sempre uma excelente companhia, e com lembranças generosas de um reencontro feliz que tive o privilégio de viver na semana que passou. Almocei com Dad Squarisi e degustei um banquete farto de referências, boas memórias, conversas sobre a vida e o privilégio de vivê-la com plenitude.

Dad, a professora, a colunista das dicas de português, que informou e ensinou tantos leitores, a autora de entrevistas surpreendentes e eternas como as de Darcy Ribeiro e Fernanda Montenegro, a escritora com 32 livros publicados, a figura elegante que há mais de três décadas transita pelos corredores e páginas do Correio Braziliense, voltará a conviver comigo na redação do jornal. E, como sempre, ela não chega de mãos abanando.

Maravilhas de Brasília é o título do seu novo livro, que será lançado no sábado, 27, na Livraria da Travessa, no Casa Park — aliás, que alegria ter de volta uma livraria neste espaço, circular por estantes reais, sujeitas ao toque e ao cheiro, tão além do mundo virtual de verbetes e citações... O livro de Dad é apenas um dos projetos que ela tirou da gaveta durante o isolamento, em que se protegeu da pandemia e cuidou da saúde física e mental.

Dad nos reapresenta a capital, a sua Brasília. A cidade que a recebeu de braços e horizonte abertos em 1968. Libanesa, chegou ao Brasil aos 6 anos de idade e, depois de morar em São Paulo e Porto Alegre, veio para Brasília, onde finalmente se sentiu cidadã brasileira, honrada com o título de Cidadã Honorária de Brasília. Ao chegar, em meio à chuva e ao cerrado, perdeu a sensação de que era ainda uma imigrante.

Do acolhimento inicial às idas e vindas da UnB de carona; do lote que comprou no Lago Norte sem saber direito o que estava comprando à casa que transformou em morada aprazível na cidade para onde mudou apenas por recomendação médica, em busca de um clima seco e quente para o alívio de uma asma insistente. Aqui, casou-se, teve um filho, dois netos, uma carreira, uma vida ainda com muito por viver. Virou pertencimento. Virou amor. Que sorte a dela ter encontrado Brasília! Que sorte de Brasília ter abraçado essa mulher tão especial!

Por aqui, só estou feliz. Dad de volta, nos ensinando sempre a aproveitar os maus momentos para colocar as ideias em ordem e a escrita em dia. A inauguração de uma livraria nova na cidade. Brasília sendo revisitada pela escrita fluida, claríssima e emocionante de Dad. Começo a semana bem que só. Espero que você também.

 

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